Cenários e perspectivas de mercado para cana, açúcar e etanol

23/06/2021 Cana-de-Açúcar POR: DA REDAÇÃO

Na primeira Live da segunda semana do 17º Agronegócios Copercana, os cenários do setor sucroenergético e econômico foram destaques. Participou presencialmente o diretor-presidente executivo da Copercana, Francisco Cesar Urenha; o presidente do Conselho de Administração da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo e o diretor financeiro e administrativo da Copercana, Giovanni Bartoletti Rossanez. De forma virtual marcaram presença o diretor executivo da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, que contextualizou ‘’Cenários e perspectivas de mercado para cana, açúcar e etanol’’ sob os pontos de vista técnico e o economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani que abordou o cenário econômico.

Atualização safra 2020/2021 e perspectivas para o ciclo 2021/2022

Pádua na ocasião fez um balanço final da safra 2020/2021 “Começamos a safra passada preocupados primeiro coma  briga pelo peço do petróleo entre a Rússia e a Arábia, preço do petróleo ficando abaixo de zero, logo em seguida o anúncio da pela OMS e por incrível que pareça superamos todos os obstáculos do ano passado com um bom controle sobre nossos produtos, um bom controle com segurança dos nossos colaboradores e tivemos talvez a melhor safra dos últimos anos. Atingimos mais de 600 milhões de toneladas de cana e em produto um crescimento muito forte de 7,1%, um mix forte para o açúcar. Uma safra que foi boa em produtividade, em precificação tanto para a industria como para os produtores independente de cana”.

Perspectivas para a safra 2021/2022 na região Centro-Sul. “Os cenários indicam que a podemos perder em relação a safra passada algo como 60 milhões de toneladas de cana, ou seja, vim abaixo de 540 milhões  de toneladas de cana. A produtividade muito prejudicada pelas condições climáticas no período abril de 2020 a março de 2021. Tivemos também certa migração da produção de cana para a produção de grãos, principalmente algumas áreas dada os preços das commodities e a dificuldade da cana conviver e concorrer com a soja e com o milho. Além do aspecto econômico, tivemos uma redução da área a ser colhida”, disse Pádua que ainda afirmou que a safra com certeza vai continuar com viés açucareiro, mas esse ano com uma predominância maior do etanol porque a grande quebra agrícola vai estar mais no centro produtor e exportador de açúcar que é São Paulo, Triângulo Mineiro e Paraná. “Sem dúvida alguma é uma safra de menor produção de ATR, uma menor produção de açúcar e também uma menor produção de etanol. Sem duvida é uma no de bons preços para o açúcar, para o etanol. Evidente que ainda vamos depender um pouco da retomada da mobilidade com o controle da pandemia por meio da vacinação, mas estamos com uma recuperação do mercado e ciclo Otto para o período abris 2021 a março de 2022 numa ordem de crescimento de 5% em relação ao mesmo mercado do ano anterior. É uma safra onde o mercado vai estar abastecido, mas que a oferta principalmente do etanol será bem mais curta do que a oferta do etanol da safra anterior”.

Na oportuidade Tonielo questionou se com a quebra de matéria-prima, pode o correr risco de abastecimento e se tem condições de vir álcool importado para o Brasil com a queda do dólar? Pádua respondeu que nesse momento não estão trabalhando com o cenário ainda da importação. “Já pela terceira quinzena os produtores têm priorizado a produção de etanol anidro. Temos capacidade instalada para isso. Estamos trabalhando com um cenário de menos exportação de etanol, uma pequena importação do etanol que vem basicamente do Paraguay. Vamos acompanhar, nesse momento não tem viabilidade a importação de etanol o ônus ainda é altíssimo, mas o setor esta altamente preocupado em não colocar em risco o nível de mistura. O mercado hidratado ele vai ser regulado pelo preço, mas o mercado de que é regulado vai garantir o nível de oferta para a mistura de 27%”, comentou.

Já Urenha questionou se no mercado de açúcar a Unica vê com bons olhos a proposta de ampliação do uso de etanol combustível na Índia e Pádua afirmou a Única fez um  trabalho muito forte com vários movimentos e muitas reuniões com os produtores e governo da Índia com o governo. “É mais um país produzindo etanol. Com isso vai melhor demais o mercado de açúcar quantos anos  gente sofre com essa política de subsidio da Índia. É uma excelente notícia para o Brasil e para todos os países produtores de açúcar e para os indianos também que esta trazendo uma solução econômica, mantendo os produtores independente no campo, economizando divisas e tendo aí ma geração de produto sustentável”. 

Cenário Econômico

O que as usinas e os cooperados podem esperar do setor econômico para se planejar, além de contextualizar esses e outros assuntos, o economista Roberto Padovani, deixou um conselho. “Temos vivido muita oscilações de percepções, de análises e sentimentos. Tivemos um excesso de pessimismo em março e acho que agora estamos vivendo excesso de otimismo, é preciso ter cuidado para não comprar nenhum desses extremos. A nossa segunda leitura nossa, acho que não vai ter ruptura, mas o que vimos é volatilidade, então a segunda leitura para nós é de que se preparem para um ambiente de volatilidade e a terceira ideia é de que você tem portanto que desconfiar dos preços e ativos principalmente o dólar. Devemos usar esse momento como uma oportunidade para se preparar”. 

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