Centro-sul: moagem residual e venda aquecida de hidratado na 1ª quinzena de janeiro

24/01/2018 Açúcar POR: Portal UNICA
A quantidade de cana processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul atingiu 166,42 mil toneladas na primeira metade de janeiro de 2018. Trata-se do menor volume para essa quinzena dentro do comparativo histórico dos 10 últimos anos. Nos 15 primeiros dias de janeiro de 2017, por exemplo, o processamento totalizou 1,18 milhão de toneladas.

No acumulado desde o início da safra 2017/2018 até 16 de janeiro, a moagem somou 583,56 milhões de toneladas. Persiste, portanto, a defasagem de praticamente 10 milhões de toneladas em relação ao agregado de 593,23 milhões de toneladas verificadas até a mesma data do ciclo anterior.

Segundo o diretor Técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “o fim da safra em praticamente todas as usinas e destilarias do Centro-Sul, além das chuvas intensas, influenciaram o resultado na primeira quinzena de janeiro. Com apenas seis unidades em operação na região até o dia 16 desse mês, a moagem em janeiro e fevereiro será marginal, enquanto aquela prevista para março dependerá das condições climáticas observadas no período.”

Qualidade da matéria-prima

O teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de matéria-prima alcançou 137,31 kg no acumulado do atual ciclo, aumento de 2,62% sobre os 133,80 kg apurados em igual período da safra 2016/2017. Na primeira quinzena de janeiro, esse indicador atingiu 106,57 kg.

Produção de açúcar e etanol

Nos 15 primeiros dias de janeiro de 2018, quase a totalidade da cana moída (83,26%) destinou-se à produção de etanol. No acumulado da safra, este percentual alcançou 53,08%.

Com a baixa moagem entre 1º até 16 de janeiro, as produções de etanol e açúcar também foram residuais. A quantidade fabricada de açúcar atingiu 2,83 mil toneladas, enquanto o volume produzido de etanol totalizou 42,50 milhões de litros (40,69 milhões de hidratado e 1,81 milhão de anidro).

“Parcela majoritária da produção do renovável observada na primeira metade de janeiro se refere ao etanol de milho”, destacou Padua. Segundo levantamento da UNICA, dos 42,50 milhões de litros fabricados naquela quinzena, 33,55 milhões (78,93%) foram etanol de milho.

No acumulado desde o início da safra 2017/2018 até 16 de janeiro de 2018, a produção de açúcar somou 35,83 milhões de toneladas, contra 35,25 milhões em idêntico período do ciclo passado. Em relação ao etanol, o volume fabricado totalizou 25,27 bilhões de litros, dos quais 10,66 bilhões de anidro e 14,61 bilhões de hidratado.

Este volume superior a 25 bilhões de litros corresponde a um crescimento de 1,13% sobre 2016/2017 (24,98 bilhões de litros), sendo que o etanol produzido a partir do milho alcançou 352,66 milhões de litros no ciclo corrente.

Vendas de etanol

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul na primeira metade de janeiro de 2018 somou 1,04 bilhão de litros, alta de 19,05% sobre a mesma quinzena do último ano. Essa expansão reflete o forte incremento nas vendas de etanol hidratado ao mercado interno.

Esse incremento foi de 50,00%, com 656,37 milhões de litros vendidos entre 1º e 16 de janeiro do ano corrente versus 437,57 milhões de litros em 2017. Se analisado estritamente as vendas de etanol hidratado combustível, o aumento atingiu 52,46%, com 625,52 milhões de litros contabilizados na primeira metade de janeiro de 2018.

“Pela 7ª quinzena consecutiva, a venda do renovável aumentou comparativamente a 2017, pautada pela melhor remuneração sobre o açúcar”, salientou o diretor da UNICA.

Em relação ao etanol anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 364,66 milhões de litros nos 15 dias iniciais de janeiro. As exportações do aditivo somaram 20,70 milhões de litros, 98,26% do montante exportado pelo Centro-Sul no período – 21,07 milhões de litros, queda de 53,13% sobre 2017.

No acumulado de 1º de abril de 2017 até 16 de janeiro de 2018, as vendas de etanol pela região alcançaram 21,04 bilhões de litros, praticamente empatado com os 21,26 bilhões de litros registrados na safra anterior. Destaque cabe, novamente, ao hidratado voltado ao abastecimento doméstico, cujo volume somou 12,22 bilhões de litros - crescimento de 2,04% sobre 2016/2017.