Chuvas de abril de 2020 & Previsões de junho até agosto

10/06/2020 Agricultura POR: Oswaldo Alonso

Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de abril de 2020

A média das chuvas de abril 2020 (26 mm) ficou 35% abaixo das médias das normais climáticas do mês (74 mm) e quase 20% das chuvas de abril de 2019 (135 mm), como mostram também os mapas abaixo. Ocorreram significativas variações de volumes de chuvas entre os locais observados.

Mapas 1: Em toda região sucroenergética do Estado de São Paulo, as chuvas de abril de 2020 (mapa 1A) ficaram quase a 20% abaixo das de abril de 2019 (mapa 1B). Semelhanças em volumes de chuvas nestes dois anos foram observadas apenas na faixa Centro-Oeste do Estado.

As chuvas diárias anotadas pelos escritórios regionais são condensadas em Pitangueiras e disponibilizadas no site Canaoeste. As suas médias mensais e respectivas normais climáticas são aqui, também, mostradas no Quadro 2.

Quadro 2:- Anotações pelos escritórios regionais das chuvas que ocorreram em abril e acumulados de janeiro a abril de 2017 a 2020, com as respectivas médias mensais e normais climáticas

Obs: As médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro), referem-se às médias das chuvas registradas no(s) respectivos mês(es). As normais climáticas ou históricas (negritadas na última linha) referem-se às médias de muitos anos dos locais numerados de 1 a 12.

Destacadas no canto inferior direito do Quadro 2, nota-se que as somas das normais climáticas, entre os meses de janeiro a abril de 2017 a 2020, foram praticamente iguais. Entretanto, diferenças bem marcantes foram observadas entre somas das médias mensais destes mesmos meses e anos. Observar ainda que a soma das médias mensais de janeiro a abril de 2018 (586 mm) ficou muito aquém da soma da respectiva normal climática (726 mm); enquanto que a soma das normais climáticas de janeiro a abril de 2020 (734 mm) foi superior às correspondentes médias mensais destes meses (648 mm).

Vale destacar os volumes de chuvas de abril e de março com a de abril de 2018 e 2020, que foram, respectivamente, 27, 24 e 138, 137 mm. Corresponderam a algo próximo de 60% dos  valores médios de ETP- Evapotranspiração Potencial de março e abril, o que significa que “faltou” muita água nestes dois meses.               

Mapas 2: Além dos comentários acima para São Paulo, os volumes de chuvas em abril de 2020 (mapa 2A), ficaram bem abaixo das de abril de 2019 (mapa 2B) nas áreas do Centro-Sul de Goiás, Mato Grosso, Centro-Norte do Mato Grosso do Sul e no Triângulo Mineiro.

Mapa 3: O mapa abaixo retrata o Prognóstico de Consenso entre INMET-CPTEC-INPE-FUNCEME para maio a julho de 2020, mostrando que as probabilidades de chuvas são decrescentes nas quadrículas em amarelo a vermelho e crescentes nas áreas em azul claro a escuro. As áreas em branco significam probabilidades iguais para as categorias de chuvas abaixo, próximas e acima das normais climáticas.

Pelo Centro de Cana-IAC, as médias históricas de chuvas em Ribeirão Preto e proximidades são de 55 mm em maio, 25 mm em junho e 20 mm em julho.

Análise dos Fenômenos El Niño e La Niña: O oceano Pacífico, efetivamente, entra em seu período frio. Mas, mesmo com o resfriamento do Oceano Pacífico, este não será duradouro e intenso o suficiente para formação do fenômeno La Niña. Entretanto, a atmosfera sentirá a queda da temperatura do Pacífico e trará um padrão climático próximo de La Niña. No Brasil, o maior efeito do resfriamento do Pacífico durante o inverno é a chuva mais fraca que o normal no Sul (exceto RS). Em síntese e de uma forma geral, as simulações americanas CFSv2 e NASA-GEOS5v2 e com média de sete simulações americanas e canadenses (NMME), indicam um padrão semelhante para o período entre junho e agosto com chuva abaixo da média na maior parte do Brasil. As poucas áreas com precipitação acima da média estão no Rio Grande do Sul, Nordeste e faixas leste da Região Sudeste. E, quanto às temperaturas, embora 2020 possa parecer mais frio que 2019, o calor poderá predominar.

Análise prognóstica para junho a agosto de 2020: Em função das previsões NOAA e da Universidade de Columbia, a SOMAR Meteorologia assinala que as condições climáticas, na faixa Centro-Norte do Estado de São Paulo e áreas adjacentes, poderão ser:

  • Junho a Agosto: as chuvas poderão ficar até (bem) abaixo das médias históricas e as temperaturas ficarão próximas abaixo das normais destes meses. Até então, não se tem previsões de temperaturas extremas para a região sucroenergética do Sudeste, Centro-Oeste, faixa Centro-Norte do Mato Grosso do Sul e do Paraná.

Com esta tendência climática, a Canaoeste recomenda aos associados que se atentem à qualidade das colheitas e aproveitem este período de junho a agosto para os cultivos mecânicos, mas sem escarificações ou subsolagens (torrões). Sobre estes prognósticos climáticos, a Canaoeste voltará, brevemente, a tecer mais recomendações.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieiros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou Fale Conosco Canaoeste.