Chuvas de Dezembro de 2020 & previsões para Fevereiro, Março e para Abril 2021

26/02/2021 Oswaldo Alonso POR: Edição 175 Fevereiro 2021

A média das chuvas de dezembro de 2020 (364 mm) foi quase 50% acima das normais climáticas do mês (246 mm) e 65% acima das chuvas do mês de dezembro de 2019 (221 mm). Houve extremos entre 525 mm (Usina da Pedra-Serrana, 468 mm nas EMAs de Descalvado e Centro de Cana-Ribeirão Preto e 467 mm na Biosev-Unidade Santa Elisa; enquanto que ocorreram 238 mm em Ituverava, 254 mm na CFM-Pitangueiras, 255 mm na Faz. Santa Rita e 268 mm na Unidade Andrade da Tereos.

Mapa 1: Em quase toda área sucroenergética de São Paulo é possível notar, no geral, o diferencial dos melhores volumes de chuvas que ocorreram em dezembro de 2020 (mapa 1A), comparativamente aos de dezembro de 2019 (mapa 1B).

Quadro 2: As chuvas de dezembro de 2020 foram anotadas pelos Escritórios Regionais e computadas em Pitangueiras; enquanto que os dados de chuvas acumuladas de janeiro a dezembro de 2017 a 2020, com suas respectivas médias mensais e normais climáticas, foram processados e comentados pela Consultoria Canaoeste.

Obs.: Médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro), referem-se às médias das chuvas registradas nos meses observados; enquanto que as Normais Climáticas ou históricas (negritadas na última linha) são de médias de muitos anos, dos locais numerados de 1 a 12. Nota-se que as Médias Mensais das chuvas entre os meses de janeiro a dezembro em 2018 e 2019 foram próximas das respectivas Normais Climáticas, mas ficaram bem aquém em 2017 e em 2020.

Destacadas no canto inferior direito do Quadro 2, nota-se que as Normais Climáticas, entre os meses de janeiro a dezembro de 2.017 a 2.020, foram praticamente iguais. Entretanto, as diferenças foram marcantes entre as Médias Mensais, onde a soma das chuvas que ocorreram entre janeiro a dezembro de 2.018 e 2019 (1.378 e 1.447 mm) foi próxima, mas superior as de janeiro a dezembro de 2017 (1.140 mm) e de 2020 (1.226 mm).
Como comparativo, deve-se citar 2.014 como muito seco e, pelos dados do Centro de Cana IAC-Ribeirão Preto, o total de chuvas no ano de 2.014 foi de apenas 802 mm.
Ainda, a média das chuvas de dezembro de 2.020 na região de abrangência da Canaoeste, vide quadro 2 acima, foi de 360 mm. Desconsiderando-se estas chuvas durante as moagens, uma vez que encerraram ao longo do mês, a defasagem de 340 mm (média histórica de 1.205 mm, menos 866 mm que foi a média mensal até novembro) poderia significar perda de 20t cana/ha.na safra 2020/21

Mapa 2: Além dos comentários efetuados para o Estado de São Paulo, na área sucroenergética da região Centro-Sul, também foi notável a diferença entre os menores volumes de chuvas que ocorreram em dezembro de 2020 (mapa 2A) no meio-norte do Espírito Santo, Sudeste de Goiás, Sudoeste do Mato Grosso e quase todo Mato Grosso do Sul e Paraná, comparativamente a dezembro de 2019 (mapa 2B).

Mapa 3 :- Prognóstico de chuvas pelo INPE-INMET, em todo o Brasil, para fevereiro de 2.021

Pelo Centro de Cana-IAC, as médias históricas de chuvas em fevereiro para Ribeirão Preto, com validade para municípios próximos de 40 km, são de 175 mm.

Análise fenômenos el niño e la niña:

Em atualização em 14 de janeiro de 2021, a Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) manteve a presença do fenômeno La Niña, com tendência de 95% de probabilidade de se manter durante o trimestre janeiro-fevereiro-março, e com potencial transição para neutralidade durante o outono de 2021 (abril - junho). Essa projeção está também em concordância com as simulações da Universidade de Colúmbia (IRI), mas com previsão de chuvas (pelo IRI) abaixo da média no Paraná e maior parte do Rio Grande do Sul. Na maior parte do Sudeste e Centro-Oeste, o trimestre janeiro-março, mais chuvoso do ano, receberá precipitação entre a média e abaixo da média, o que indica que as invernadas típicas da época do ano não serão tão duradouras. Entretanto, é que partes de São Paulo (oeste, centro e sul do Estado) e o sul de Mato Grosso do Sul terão chuva abaixo da média, algo comum sob La Niña entre o fim do verão e início do outono. Por outro lado, o La Niña deixará o início do outono mais chuvoso entre oeste de Minas Gerais e todo estado de Goiás e Mato Grosso. No Nordeste, o IRI aponta para chuva abaixo da média, sobretudo na faixa norte. Por fim, boa parte da região Norte permanece sob chuvas acima da média.

Prognóstico trimestral:- Pela análise acima e do portal INPE/INMET, a SOMAR Meteorologia assinala condições climáticas para São Paulo e áreas adjacentes, como sendo:

  • Fevereiro 2021:- as chuvas poderão ser melhores nas faixas Sudoeste e Oeste do estado, expressivas áreas com baixos volumes de chuvas no entorno de São José do Rio Preto e Campinas/Piracicaba;
  • Março 2021:- as melhores chuvas migram para o Centro-Norte, escassez em larga faixa Sudoeste estreitando entre Avaré a Campinas;
  • Abril 2021:- secura em todo o estado e adjacências. Com esta tendência climática, a Canaoeste recomenda aos associados que se atentem ao monitoramento e controle de cigarrinhas-das-raízes, bem como aos períodos mais recomendados para plantios de cana, nesta região de abrangência, mas fugir de abril. Além deste intervalo, sem irrigação sempre será operação de risco.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou Fale Conosco Canaoeste.