Chuvas de junho de 2020 & previsões para agosto a outubro

Colunista POR: Oswaldo Alonso

Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de junho de 2020

** IAC-Descalvado, chuvas de dados interpolados; IAC-Centro de Cana registros até 22 de junho

 

A média das chuvas de junho de 2020 (7,4 mm) ficou abaixo de 30% das médias das normais climáticas do mês (25,7 mm) e 44% das chuvas de junho de 2019 (17 mm), como ilustrado nos mapas. Além das ausências de chuvas em Barretos, Morro Agudo, Ituverava, Terra Roxa e Cajobi/Severínia, os menores volumes foram observados na CFM - Faz. Três Barras e Usina Batatais, 1 mm; Biosev Santa Elisa e Uname, 4 mm.

Mapa 1: Em toda região sucroenergética de São Paulo, as chuvas de junho de 2020 (mapa 1A), área Centro-Sul do Estado, foram significantemente melhores que as de junho de 2019 (mapa 1B). Semelhanças em volumes de chuvas nesses dois anos foram observadas apenas na faixa (mais estreita que a do ano anterior) Centro-Norte do Estado.

As chuvas diárias anotadas pelos escritórios regionais são condensadas em Pitangueiras e disponibilizadas no site da Canaoeste. As médias mensais e respectivas normais climáticas são aqui, também, mostradas no Quadro 2.

Quadro 2: Anotações pelos escritórios regionais das chuvas que ocorreram em junho e os acumulados de janeiro a junho de 2017 a 2020, com as respectivas médias mensais e normais climáticas

Obs.: As médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro), referem-se às médias das chuvas registradas no(s) respectivo(s) mês(es). As normais climáticas ou históricas (negritadas na última linha) referem-se às médias de muitos anos dos locais numerados de 1 a 12

Destacadas no canto inferior direito do Quadro 2, nota-se que as somas das normais climáticas, entre os meses de janeiro a junho de 2017 a 2020, foram praticamente iguais. Entretanto, diferenças bem marcantes foram observadas entre as somas das médias mensais destes mesmos meses e anos. Merece destaque a soma destas médias mensais de janeiro a junho de 2018 (603 mm), que ficou muito aquém da soma da respectiva normal climática (808 mm); enquanto que a soma das normais climáticas de janeiro a junho de 2020 (810 mm) foi superior às médias mensais destes mesmos meses (691 mm), ou seja, em 120 mm. Tal volume de água que poderia resultar em 6,6 t cana/ha a mais.

Mapa 2: Os volumes de chuvas em junho de 2020 (mapa 2A), excetuando-se os Estados de São Paulo e faixa Centro-Norte do Paraná, foram semelhantes aos de junho de 2019 (mapa 2B) em quase toda a área do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil

Mapa 3: Prognóstico do portal Inpe para agosto e setembro de 2020. Trata-se de novo formato dos mapas fornecidos pelo Inpe, a escala, em mm, do lado direito, indica volumes acumulados trimestrais de chuvas, desde vermelho intenso (zero) a verde intenso, de 1.200 mm

Pelo Centro de Cana - IAC, as médias históricas de chuvas em Ribeirão Preto e proximidades são de 20 mm em agosto, 55 mm em setembro e de 125 mm em outubro.

Prognósticos Somar Meteorologia para os meses de agosto a outubro: Tendo como fontes americanas CFSv2, IRI-Universidade de Colúmbia, Nasa, NOAA e a europeia ECMWF, as simulações de chuvas para o período são mostradas nos mapas:

Chuvas: Conforme mapas mostrados, exceto para o mês de outubro, é evidente a longa estiagem que estará afetando partes das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

Temperaturas: Embora não expostos neste artigo, os mesmos mapas mostram para agosto que a média das mínimas estará dentro e acima das normais, exceto em quase todo o Estado de Minas Gerais (menos Triângulo Mineiro) e o Oeste da Bahia, e que a média das máximas só ficará abaixo das normais no litoral do Paraná e extremo Sul de São Paulo. Para setembro as médias das temperaturas mínimas e máximas ficarão dentro e acima das respectivas normais climáticas e, para outubro, as temperaturas acima das normais, exceto em pequena área ao Norte de Mato Grosso, com possível ocorrência de temperaturas ligeiramente abaixo da média histórica.

Recomendações: Com estas tendências e simulações de chuvas, a Canaoeste recomenda aos associados que se atentem à qualidade das colheitas e que neste período bem seco de agosto até meados/final de setembro evitem cultivos mecânicos, uma vez que secos os solos são resistentes a ações de subsoladores ou escarificações enérgicas, havendo formação de torrões, e extrema vigilância com incêndios em cana e em palhadas pós-colheita.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos relevantes e urgentes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e revistacanavieiros.com.br

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