Chuvas de junho de 2022 & previsões para agosto a outubro de 2022

01/08/2022 Oswaldo Alonso POR: Oswaldo Alonso

Quadro 1 - Chuvas anotadas durante o mês de junho 2022.

A média de chuvas de junho de 2022 (9 mm) foi três vezes inferiores que a média das normais climáticas do mês (26 mm) e quase a metade que das chuvas de junho de 2021 (15 mm). Menores volumes foram anotados em Morro Agudo (Raízen - MB) zero mm, o mesmo em Terra Roxa (Faz. Santa Rita) e 3 mm em Serrana (Usina Da Pedra); por outro lado, foram observados 24 mm em Olímpia (Tereos - Cruz Alta), 23 mm em Cajobi/Severínia (Faz Monte Verde) e 16 mm em Pitangueiras (Tereos – Andrade). As somas das Normais Climáticas (negritadas na última linha - quadro 2) foram semelhantes nos diferentes anos, porém mostram diferenças até marcantes entre as somas das Médias Mensais (na penúltima linha, grifadas em vermelho). Vale ainda destacar, nas penúltimas linhas, que as chuvas de 2021 (466 mm) e de 2022 (716 mm), foram inferiores à soma dos mesmos meses de janeiro a maio de 2019 (815 mm) e de 2020 (889 mm). As Médias Mensais de janeiro a junho de 2022 foram, felizmente, superiores às das Normais Climáticas do mesmo período. Notar, ainda, que as chuvas de Maio de 2021 e 2022 estão destacadas nas faixas amarelas.

Quadro 2: As chuvas dos meses de janeiro a junho de 2019 a 2022 foram anotadas e tabuladas pelos Escritórios Regionais e em Pitangueiras; enquanto que, os processamentos destes dados, bem como comentários das respectivas médias mensais e normais climáticas foram efetuadas pela Consultoria CANAOESTE. Notem, ainda, que mereceram ser destacadas as chuvas de maio de 2021 e 2022.

Obs: Médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro 2), referem-se às médias das chuvas registradas de janeiro a setembro, outubro e novembro e as de dezembro dos anos de 2018 a 2021. As Normais Climáticas ou históricas (negritadas na última linha) referem-se às médias de muitos anos dos locais numerados de 1 a 12.


Mapa 1: As chuvas no mês de junho 2022 (mapa 1A) não foram muito diferentes que as de junho de 2021 (mapa 1B), diferindo apenas pela ausência de chuvas na área nordeste do estado em 2022 e numa faixa norte em 2021.


Mapa 2: Além dos comentários efetuados para São Paulo, em junho de 2022 (mapa 2A) as chuvas foram quase semelhantes que as de maio de 2021 (mapa 2B), com exceção dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais com pouca ou nenhuma chuva e no Mato Grosso com mais chuvas na metade centro-oeste do estado em junho de 2022


Mapa 3: A Agência Norte Americana de Meteorologia e Oceanografia - NOAA prevê que as chuvas de agosto poderão ser
próximas a abaixo das normais climáticas no Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudeste. As temperaturas tendem a ficar próximas a
ligeiramente acima (0,2 a 0,6°C) das médias em toda área sucroenergética da região Centro-Sul do Brasil.

fonte: INMET- Instituto Nacional de Meteorologia e Nova Climatempo, elaboração CANAOESTE, 76 anos


Mapas 4: Em setembro, o retorno das chuvas ainda deve ser irregular no Sudeste e área central do Brasil, podendo haver ainda um risco maior para frio tardio sobre o centro-sul do País, especialmente no início mês. Ao longo do mês de outubro é esperada a regularização das chuvas e as temperaturas próximas das normais climáticas.

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL:

Pela análise acima, a Climatempo assinala as condições climáticas para a Grande Região de Ribeirão Preto e áreas adjacentes, que poderão ser:

• Bimestre agosto-setembro: chuvas próximas ou pouco abaixo das médias históricas. Temperaturas em agosto, com ligeira elevação em Goiás, Noroeste de São Paulo e Triângulo Mineiro. Em setembro, temperaturas estarão próximas das médias históricas do mês, com chuvas mais significativas apenas entre os dias 21 e 26;
• Outubro: chuvas e temperaturas regulares no decorrer do mês.
Pelos dados do Centro de Cana-IAC, as médias históricas de 1961 a 2020 das chuvas de, agosto, setembro e outubro, em Ribeirão Preto e proximidades são, pela ordem 20, 60 e 125 mm.

Fenômenos El Niño e La Niña

Atualizada em 14 de julho de 2022, segundo a NOAA, a La Niña pode voltar a se intensificar entre setembro a dezembro. A tendência é de enfraquecimento do fenômeno somente no início de 2023 e com possível transição para a neutralidade climática entre o verão e o outono de 2023. Os impactos na distribuição das chuvas devem ser mais evidentes no Sul do Brasil, onde as chuvas devem reduzir em relação aos últimos meses, prevendo, ainda, estiagem entre setembro e a próxima primavera. No Sudeste e área central do Brasil o retorno das chuvas ainda deve ser irregular em setembro e a regularização deve ocorrer só no decorrer do mês de outubro. Pode haver neste ano um risco maior para frio tardio sobre o centro-sul do País, especialmente no início de setembro.

Recomendações

Com esta tendência climática, a CANAOESTE sugere aos produtores que os plantios de cana, durante o período acima, sejam realizados somente sob irrigação e com mudas bem jovens (9 meses ou menos) ou, pré-brotadas (MPB). Atentarem para o mínimo de perdas e danos em colheitas. Havendo ocorrências de geadas em canaviais somente com folhas, apenas manter as rebrotas que serão boas a ótimas. Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos relevantes serão noticiados em www.revistacanavieiros.com. br e www.canaoeste.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos ou fale
conosco da Canaoeste.