Chuvas de outubro & previsões para dezembro 2020, janeiro/fevereiro 2021

09/12/2020 Oswaldo Alonso POR: Edição 173 Novembro 2020

Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de outubro de 2020

*Descalvado, dados reais IAC – Ciiagro

A média das chuvas de outubro de 2020 (80 mm) ficou 31% abaixo das médias das normais climáticas do mês (116 mm) e quase igual às chuvas de outubro de 2019 (75 mm). Expressivos volumes foram observados na Usina Batatais (123 mm) e Usina da Pedra (praticamente 200 mm) e (bem) menores acumulados foram registrados no Instituto Florestal de São Simão (28 mm).

Mapa 1: Pelos mapas, notam-se a quase semelhança entre os volumes de chuvas em outubro de 2020 (mapa 1A) e outubro de 2019 (mapa 1B) que ocorreram na maior parte da área sucroenergética no Estado de São Paulo. As diferenças encontradas ficaram concentradas na faixa Centro-Sul e Sudoeste do Estado, onde os volumes de chuvas de outubro de 2020 foram bem superiores aos de outubro de 2019.

Quadro 2: As chuvas de outubro de 2020 foram anotadas pelos escritórios regionais e computadas em Pitangueiras; enquanto que os dados de chuvas acumuladas de janeiro a outubro de 2017 a 2020, suas respectivas médias mensais e normais climáticas, foram processados e comentados pela consultoria da Canaoeste.

Obs.: As médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro), referem-se às médias das chuvas registradas no(s) respectivos mês(es). As normais climáticas ou históricas (negritadas na última linha) referem-se às médias de muitos anos dos locais numerados de 1 a 12.

Destacadas no canto inferior direito do Quadro 2, nota-se que as somas das normais climáticas, entre os meses de janeiro a outubro de 2017 a 2020, foram quase iguais. Entretanto, diferenças bem marcantes foram observadas entre as somas das médias mensais destes mesmos meses e anos. Destaca-se, ainda, que as somas destas médias mensais de janeiro a outubro de 2017, 2018 e 2020 ficaram (e muito) aquém da soma das respectivas normais climáticas e da média mensal de 2019. Note também que a soma das normais climáticas de janeiro a outubro de 2020 (1.027 mm) foi bem superior às médias mensais destes mesmos meses (790 mm), ou seja, 237 mm. Tal volume de chuvas pode significar um acréscimo de até 13-14 t de cana/ha à produtividade a ser obtida na corrente safra.

Mapa 2: Nas áreas sucroenergéticas do Centro-Oeste, Sudeste do Brasil e Estado do Paraná, os volumes de chuvas em outubro de 2020 (mapa 2A) foram até melhores que os de outubro de 2019 (mapa 2B).

Mapa 3: Prognóstico do Inpe/Inmet para dezembro de 2020, em novo formato de mapas fornecidos pelos institutos, mostra escala em mm, do lado direito (desde vermelho intenso - zero de chuva) a verde intenso (até 430 mm), indicando o volume total de chuvas para o mês.

Pelo Centro de Cana - IAC – EMA (Estação Meteorológica Automática de Ribeirão Preto), as médias históricas, entre 1960 a 2019, de chuvas em dezembro são de 262 mm, que podem ser consideradas representativas para áreas em torno de 40-50 km de raio.

Análise da Somar Meteorologia do fenômeno La Niña

Atualizada em 12 de novembro de 2020, a Noaa (Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte- Americana) aumentou a chance de forte La Niña entre o fim da primavera e início do verão (entre dezembro e janeiro). A temperatura de pelo menos 1,5°C mais baixa que o normal na porção central do Pacífico Equatorial torna este fenômeno como entre os três mais intensos dos últimos 20 anos. Tenderá à neutralidade no decorrer do outono (março/abril-junho). Nos últimos seis meses, choveu pelo menos 400 mm a menos que o normal na região Sul do Brasil e algumas áreas da Amazônia.

Existem duas explicações para a falta de chuva: no sul do Brasil, o fenômeno La Niña responde por uma estiagem persistente com perdas na agricultura e risco na geração de energia elétrica e abastecimento de água nas cidades. Já no norte da América do Sul, o efeito acontece pelo Atlântico Norte mais aquecido. Com a manutenção do La Niña, as previsões indicam chuva inferior à média no Centro e Sul do Brasil no bimestre dezembro-janeiro, área que compreende toda a região Sul e partes de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Prevêem-se precipitações acima da média no Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e boa parte da Região Norte. As temperaturas ficarão acima do normal ao fim de primavera e início de verão em Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e, na maior parte do Brasil, a temperatura ficará próxima da média.

Prognósticos de chuvas para janeiro e fevereiro de 2021

Recomendações

Com estas tendências e previsões de chuvas, a Canaoeste recomenda aos associados que se atentem à qualidade dos cultivos mecânicos restantes, uma vez que o solo já terá umidade (friabilidade) suficiente para a aplicação de cultivos enérgicos. Atentarem, doravante, com possíveis ataques de cigarrinha-das-raízes. Na região, os plantios de cana de ano e meio devem ser efetuados a partir de meados de fevereiro para evitar os carretéis nos meses mais secos.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos relevantes e urgentes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e revistacanavieiros.com.br

Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou fale conosco Canaoeste.