Chuvas de setembro 2020 & previsões para novembro, dezembro e janeiro de 2021

04/11/2020 Colunista POR: Oswaldo Alonso, consultor

Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de setembro de 2020

A média das chuvas de setembro de 2020 (19 mm) ficou em menos de 30% das médias das normais climáticas do mês (60 mm) e 22% das chuvas de setembro de 2019 (86 mm). As chuvas deste mês foram irregulares e bem inferiores às médias históricas desta região, que foram de 60 mm (52,5 mm IAC - Centro de Cana). As menores chuvas foram registradas na Usina Batatais (3 mm), E.E. Citricultura (6 mm), Faz. Monte Verde (7mm) e, na Fafram - Ituverava (9 mm). Enquanto que os melhores volumes foram observados entre Morro Agudo (42 mm) e Terra Roxa (35 mm).

Mapas 1: na região sucroenergética do Estado de São Paulo, as chuvas de setembro de 2019 (mapa 1B) ficaram entre 50 a 100 mm, com exceção de “ilhas” no centro e oeste do Estado, enquanto que, em setembro de 2020 (mapa 1A), apenas o trecho entre Mococa e Pirassununga recebeu algo como 50 mm, mas no restante da região notou-se o agravamento da secura

Quadro 2: as chuvas de setembro de 2020 foram anotadas pelos escritórios regionais e computadas em Pitangueiras, enquanto que, os dados de chuvas acumuladas de janeiro a setembro de 2017 a 2020, as suas respectivas médias mensais e normais climáticas foram processados e comentados pela Consultoria Canaoeste

Obs.: as médias mensais, destacadas em vermelho (penúltima linha do quadro), referem-se às médias das chuvas registradas no(s) respectivos mês(es). As normais climáticas ou históricas (negritadas na última linha) referem-se às médias de muitos anos dos locais numerados de 1 a 12.

Destacadas no canto inferior direito do Quadro 2, nota-se que as somas das normais climáticas, entre os meses de janeiro a setembro de 2017 a 2020, foram praticamente iguais. Entretanto, diferenças bem marcantes foram observadas entre as somas das médias mensais destes mesmos meses e anos. Destaca-se, ainda, que as somas destas médias mensais de janeiro a setembro de 2017, 2018 e 2020 ficaram (e muito) aquém da soma das respectivas normais climáticas e da média mensal de 2019. Note também que a soma das normais climáticas de janeiro a setembro de 2020 (912 mm) foi bem superior às médias mensais destes mesmos meses (714 mm), que foi de 198 mm. Tal volume de chuvas pode significar acréscimo de até 12 t cana/ha à produtividade a ser obtida na corrente safra.

Mapas 2: em quase toda a região sucroenergética do Centro-Oeste, Sudeste do Brasil e Estado do Paraná, os volumes de chuvas em setembro de 2019 (mapa 2B) foram bem melhores que os de setembro de 2020 (mapa 2A)

Mapa 3: Prognóstico do portal Inmet para novembro de 2020, em novo formato de mapas fornecidos pelo instituto. A escala em mm, do lado direito desde vermelho intenso (zero de chuva) a verde intenso (até 430 mm), está indicando o volume total de chuvas para o mês

Pelo Centro de Cana - IAC - EMA (Estação Meteorológica Automática de Ribeirão Preto), as médias históricas (1960-2019) - 50 anos de chuvas em novembro são de 177 mm. Elas podem ser consideradas representativas para uma área no entorno de 40-50 km de raio.

Análise da Somar Meteorologia do fenômeno La Niña

Neste início de outubro, o Noaa (Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia) manteve a presença de La Niña e com 85% de chance para sua continuidade até o fim da primavera (dezembro) e, também, de 60% durante o verão de 2021 (até final de março) no hemisfério sul. É até possível que La Niña não tenha toda esta duração, uma vez que, em profundidade, o Pacífico Equatorial já apresenta áreas com águas mais quentes no oeste (próximo à costa da América do Sul). De qualquer forma, o efeito do La Niña tem sido percebido desde o inverno deste ano com chuvas inferiores às normais no centro e sul do Brasil, e somente no decorrer de novembro poderá haver a regularização da chuva na maior parte do país. O forte calor que ocorreu até então, tenderá para temperaturas mais amenas em novembro e dezembro, principalmente na região sudeste do Brasil.

Prognósticos de chuvas para novembro, dezembro e janeiro de 2021

Logo, salvo os Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e (parcialmente) Minas Gerais, como comentado, prevê-se a regularização das chuvas a partir de novembro. Entretanto, plantios ainda de primavera estarão limitadíssimos nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e áreas de Minas Gerais apontadas no mapa.

Recomendações

Com estas tendências e previsões de chuvas, a Canaoeste recomenda aos associados que se atentem à qualidade das colheitas neste período. Os cultivos mecânicos poderão ser aplicados, uma vez que o solo já terá umidade (friabilidade) suficiente para aplicação de subsolagens ou escarificadores. Atentarem, doravante, com possíveis ataques de cigarrinha-das-raízes. Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos relevantes e urgentes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e revistacanavieiros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou Fale Conosco Canaoeste.