Plantadores de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (SP) preveem adiar o início da colheita 2015/2016, com a expectativa de que a chuva dos últimos meses se estenda e recupere parte dos canaviais prejudicados pela seca do ano passado. De acordo com a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo (Canoeste), aproximadamente 10,7 milhões de toneladas de cana devem ser colhidos pelos 2,1 mil associados – aumento de 9% em relação a 2014.
“A safra deve ser firmar em meados de abril para frente”, afirma Manoel Ortolan, presidente da Canoeste, destacando que o baixo volume de chuvas no ano passado prejudicou o desenvolvimento da planta e provocou o aparecimento de pragas. “A cana que foi cortada no começo de 2014 e que poderia chegar a setembro e outubro com desenvolvimento normal, acabou não desenvolvendo”, diz.
Ortolan explica ainda que a crise no setor prejudicou o investimento nas lavouras nos últimos cinco anos, ocasionando menor renovação dos canaviais. Em uma plantação com cinco anos de corte, por exemplo, já é possível perceber os reflexos da seca e do baixo investimento: plantas mais velhas e falhas nas soqueiras, que são as raízes que sobram dentro e fora da terra, após a colheita.
“A cana vai ser mais curta do que deveria ser, ou seja, menos aproveitável. Mesmo que o ano seja melhor de chuva, a expectativa, em função da forma como o canavial está, é de que tenhamos uma safra de números parecidos com o último ano. Estamos esperando, no geral, uma safra não muito maior”, afirma.
A opinião é compartilhada pelo diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues. Ele afirma que a chuva foi positiva para as lavouras, mas o baixo desenvolvimento da planta deve diminuir o percentual de área de colheita – aquela em que a cana está cultivada há pelo menos 18 meses e também a que não foi processada na safra anterior, onde está a chamada "cana bisada."
“A produtividade esse ano vai ser melhor, mas estamos falando de produtividade por estágio de colheita. Isso não significa dizer que a produtividade vai crescer. O envelhecimento do canavial vai fazer com que esse aumento seja neutralizado e, no final, a média da safra será a mesma”, afirma Rodrigues.
Safra antecipada
Mesmo prevendo queda de 5% na produção em relação ao ano passado, a Usina Batatais, na região de Ribeirão Preto, já iniciou a moagem da safra 2015/2016. A antecipação faz parte de uma estratégia da empresa, que espera processar 3,9 milhões de toneladas de cana esse ano. “A gente deixa um pouco de estoque de um ano para o outro, porque é muito difícil em março, encontrar cana, sem ser bisada, madura”, afirma o diretor da usina, Bernardo Biagi.
O caso de Biagi, no entanto, é exceção. Dados da Única apontam que, além das seis usinas que não interromperam o processamento de cana na entressafra, 14 unidades produtoras da região Centro-Sul anteciparam o início da safra. Juntas, elas produziram até o final da primeira quinzena de março, 23,19 mil toneladas de açúcar e 57,57 milhões de litros de etanol, o que representa apenas 0,07% e 0,02% do total esperado, respectivamente.
“Sempre tem um ou outro que ficou com mais cana, e então começa a safra mais cedo. Mas, o normal, em vez de antecipar, é postergar. E mesmo que o ano seja melhor de chuva, a expectativa, em função de como o canavial está, é de que tenhamos uma safra de números parecidos”, afirmou o presidente da Canoeste, Manoel Ortolan.
Plantadores de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (SP) preveem adiar o início da colheita 2015/2016, com a expectativa de que a chuva dos últimos meses se estenda e recupere parte dos canaviais prejudicados pela seca do ano passado. De acordo com a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo (Canoeste), aproximadamente 10,7 milhões de toneladas de cana devem ser colhidos pelos 2,1 mil associados – aumento de 9% em relação a 2014.
“A safra deve ser firmar em meados de abril para frente”, afirma Manoel Ortolan, presidente da Canoeste, destacando que o baixo volume de chuvas no ano passado prejudicou o desenvolvimento da planta e provocou o aparecimento de pragas. “A cana que foi cortada no começo de 2014 e que poderia chegar a setembro e outubro com desenvolvimento normal, acabou não desenvolvendo”, diz.
Ortolan explica ainda que a crise no setor prejudicou o investimento nas lavouras nos últimos cinco anos, ocasionando menor renovação dos canaviais. Em uma plantação com cinco anos de corte, por exemplo, já é possível perceber os reflexos da seca e do baixo investimento: plantas mais velhas e falhas nas soqueiras, que são as raízes que sobram dentro e fora da terra, após a colheita.
“A cana vai ser mais curta do que deveria ser, ou seja, menos aproveitável. Mesmo que o ano seja melhor de chuva, a expectativa, em função da forma como o canavial está, é de que tenhamos uma safra de números parecidos com o último ano. Estamos esperando, no geral, uma safra não muito maior”, afirma.
A opinião é compartilhada pelo diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues. Ele afirma que a chuva foi positiva para as lavouras, mas o baixo desenvolvimento da planta deve diminuir o percentual de área de colheita – aquela em que a cana está cultivada há pelo menos 18 meses e também a que não foi processada na safra anterior, onde está a chamada "cana bisada."
“A produtividade esse ano vai ser melhor, mas estamos falando de produtividade por estágio de colheita. Isso não significa dizer que a produtividade vai crescer. O envelhecimento do canavial vai fazer com que esse aumento seja neutralizado e, no final, a média da safra será a mesma”, afirma Rodrigues.
Safra antecipada
Mesmo prevendo queda de 5% na produção em relação ao ano passado, a Usina Batatais, na região de Ribeirão Preto, já iniciou a moagem da safra 2015/2016. A antecipação faz parte de uma estratégia da empresa, que espera processar 3,9 milhões de toneladas de cana esse ano. “A gente deixa um pouco de estoque de um ano para o outro, porque é muito difícil em março, encontrar cana, sem ser bisada, madura”, afirma o diretor da usina, Bernardo Biagi.
O caso de Biagi, no entanto, é exceção. Dados da Única apontam que, além das seis usinas que não interromperam o processamento de cana na entressafra, 14 unidades produtoras da região Centro-Sul anteciparam o início da safra. Juntas, elas produziram até o final da primeira quinzena de março, 23,19 mil toneladas de açúcar e 57,57 milhões de litros de etanol, o que representa apenas 0,07% e 0,02% do total esperado, respectivamente.
“Sempre tem um ou outro que ficou com mais cana, e então começa a safra mais cedo. Mas, o normal, em vez de antecipar, é postergar. E mesmo que o ano seja melhor de chuva, a expectativa, em função de como o canavial está, é de que tenhamos uma safra de números parecidos”, afirmou o presidente da Canoeste, Manoel Ortolan.