Chuvas: dificuldade de manejo das cigarrinhas-das-raízes em cana-de-açúcar

25/01/2017 Cana-de-Açúcar POR: Revista Canavieiros, edição 126
O Brasil é o maior produtor do mundo de cana-de-açúcar com, aproximadamente, 9,56 milhões de hectares, segundo estimativas do Ministério da Agricultura. Com a vasta extensão de área plantada, uma das demandas das principais regiões produtoras é reduzir os prejuízos ocasionados por pragas, doenças e plantas daninhas.
O país ainda apresenta média de produtividade abaixo dos três dígitos, considerada muito inferior quando comparada ao seu potencial produtivo acima de 100 t/ha. Para tanto, há necessidade de realizar um bom manejo nos canaviais, o que significa entender melhor a biologia e o comportamento das pragas e, então, estabelecer práticas integradas eficazes.
Entre as pragas predominantes que impactam no grau de dificuldade e custo de manejo integrado de cana-de-açúcar está a cigarrinha-das-raízes (Manaharva fimbriolata). As principais manifestações, com registros severos ocorrem nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria-prima.
Os problemas com a praga têm se intensificado tanto em áreas de expansão da cultura em antigas pastagens quanto em locais de reforma ou de segundo a quinto corte da cana. A ocorrência não está somente associada ao histórico da área, à presença de palha ou não e ao cultivo de variedades mais sensíveis, mas, sim, a todo o sistema produtivo: desde práticas de manejo, clima e época do ano até inseticidas, doses aplicadas e, principalmente, tecnologia de aplicação.
Na região do Triângulo Mineiro, mais especificamente nas áreas próximas ou ao redor de Frutal-MG, a cigarrinha-das-raízes é considerada o grande desafio para a produção de cana-de-açúcar, ainda mais quando associada a doenças como podridão-vermelha e ferrugem-alaranjada, que elevam significativamente o custo de produção.
A queima, que controlava naturalmente a população de várias pragas, prevalece crua e, com isso, nos deparamos com um ambiente favorável para o desenvolvimento do inseto, que tem a umidade como aliada.
Os danos causados pela cigarrinha-das-raízes, que mede cerca de um centímetro, podem chegar a 60% de perda de produtividade. A porcentagem é maior em cana colhida no final da safra, quando a planta está mais suscetível ao ataque. É preciso registrar também os prejuízos na área industrial, uma vez que é apontada a redução do teor de sacarose. 
O ciclo da praga inicia no período chuvoso, quando as fêmeas depositam seus ovos na base das touceiras de cana, em bainhas secas e em outros resíduos vegetais. Em alguns casos, isso acontece até mesmo sobre o solo, já nas proximidades dos colmos. Após a eclosão dos ovos, as ninfas se deslocam para as raízes, onde se fixam, começam a sugar a seiva e permanecem envoltas por uma densa espuma produzida por elas mesmas.
O período total desse inseto dura de 65 a 80 dias, sendo comum a ocorrência de três gerações anuais em período chuvoso. Na seca, os ovos entram em dia pausa, permanecendo assim até que as condições de umidade do solo sejam novamente favoráveis. Já na fase adulta, a cigarrinha também causa danos ao injetar toxinas nas folhas, interferindo na capacidade de fotossíntese da planta. 
Estudos realizados pelo Eng. Agr. Dr. Michel Fernandes, Consultor e Gerente Agrícola da Usina Cerradão, o controle de cigarrinha na região de Frutal, tem se mostrado insatisfatório, provavelmente pela associação inadequada do sistema de manejo da praga aos inseticidas e doses, bem como pela baixa qualidade de aplicação. 
Nas pesquisas, diferentes inseticidas foram aplicados com pulverizadores tratorizados e com aplicação via aérea, simulando a realidade dos diferentes sistemas de manejo. No entanto, os resultados foram insatisfatórios.
Em uma nova análise, entre 2015 e 2016, com o inseticida imidacloprida, aplicado via cortadores de soqueira e com pingentes, os resultados superaram em 40 a 60% o residual de outros produtos com diferentes aplicações. A demonstração ressalta a importância do ativo e a modalidade de aplicação para o bom manejo integrado da cigarrinha-das-raízes. 
Por outro lado, vale ressaltar que a eficácia dos inseticidas está associada às características físico-químicas do ingrediente ativo imidacloprida, à qualidade da formulação líquida e da solução, às doses utilizadas, à tecnologia de aplicação adotada e à época de controle. 
Para reduzir os níveis de infestação presentes nas áreas é fundamental o domínio das primeiras gerações da praga com o objetivo de reduzir os danos nos canaviais 
* Roberto Estêvão Bragion de Toledo, gerente de produto Herbicidas e Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência * Michel Fernandes, gerente Agrícola Usina Cerradão e Consultor na Área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas, Pragas e Doenças em cana-de-açúcar. * Luis Fernando Moreira, engenheiro agrônomo e representante técnico de Vendas em Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência *Ana Paula da Silva, engenheira agrônoma na Ourofino Agrociência
* Marco Antonio Drebes da Cunha, gerente de Produtos Inseticidas e Cereais na Ourofino Agrociência
O Brasil é o maior produtor do mundo de cana-de-açúcar com, aproximadamente, 9,56 milhões de hectares, segundo estimativas do Ministério da Agricultura. Com a vasta extensão de área plantada, uma das demandas das principais regiões produtoras é reduzir os prejuízos ocasionados por pragas, doenças e plantas daninhas.
O país ainda apresenta média de produtividade abaixo dos três dígitos, considerada muito inferior quando comparada ao seu potencial produtivo acima de 100 t/ha. Para tanto, há necessidade de realizar um bom manejo nos canaviais, o que significa entender melhor a biologia e o comportamento das pragas e, então, estabelecer práticas integradas eficazes.
Entre as pragas predominantes que impactam no grau de dificuldade e custo de manejo integrado de cana-de-açúcar está a cigarrinha-das-raízes (Manaharva fimbriolata). As principais manifestações, com registros severos ocorrem nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria-prima.
Os problemas com a praga têm se intensificado tanto em áreas de expansão da cultura em antigas pastagens quanto em locais de reforma ou de segundo a quinto corte da cana. A ocorrência não está somente associada ao histórico da área, à presença de palha ou não e ao cultivo de variedades mais sensíveis, mas, sim, a todo o sistema produtivo: desde práticas de manejo, clima e época do ano até inseticidas, doses aplicadas e, principalmente, tecnologia de aplicação.
Na região do Triângulo Mineiro, mais especificamente nas áreas próximas ou ao redor de Frutal-MG, a cigarrinha-das-raízes é considerada o grande desafio para a produção de cana-de-açúcar, ainda mais quando associada a doenças como podridão-vermelha e ferrugem-alaranjada, que elevam significativamente o custo de produção.
A queima, que controlava naturalmente a população de várias pragas, prevalece crua e, com isso, nos deparamos com um ambiente favorável para o desenvolvimento do inseto, que tem a umidade como aliada.
Os danos causados pela cigarrinha-das-raízes, que mede cerca de um centímetro, podem chegar a 60% de perda de produtividade. A porcentagem é maior em cana colhida no final da safra, quando a planta está mais suscetível ao ataque. É preciso registrar também os prejuízos na área industrial, uma vez que é apontada a redução do teor de sacarose. 
O ciclo da praga inicia no período chuvoso, quando as fêmeas depositam seus ovos na base das touceiras de cana, em bainhas secas e em outros resíduos vegetais. Em alguns casos, isso acontece até mesmo sobre o solo, já nas proximidades dos colmos. Após a eclosão dos ovos, as ninfas se deslocam para as raízes, onde se fixam, começam a sugar a seiva e permanecem envoltas por uma densa espuma produzida por elas mesmas.
O período total desse inseto dura de 65 a 80 dias, sendo comum a ocorrência de três gerações anuais em período chuvoso. Na seca, os ovos entram em dia pausa, permanecendo assim até que as condições de umidade do solo sejam novamente favoráveis. Já na fase adulta, a cigarrinha também causa danos ao injetar toxinas nas folhas, interferindo na capacidade de fotossíntese da planta. 
Estudos realizados pelo Eng. Agr. Dr. Michel Fernandes, Consultor e Gerente Agrícola da Usina Cerradão, o controle de cigarrinha na região de Frutal, tem se mostrado insatisfatório, provavelmente pela associação inadequada do sistema de manejo da praga aos inseticidas e doses, bem como pela baixa qualidade de aplicação. 

Nas pesquisas, diferentes inseticidas foram aplicados com pulverizadores tratorizados e com aplicação via aérea, simulando a realidade dos diferentes sistemas de manejo. No entanto, os resultados foram insatisfatórios.
Em uma nova análise, entre 2015 e 2016, com o inseticida imidacloprida, aplicado via cortadores de soqueira e com pingentes, os resultados superaram em 40 a 60% o residual de outros produtos com diferentes aplicações. A demonstração ressalta a importância do ativo e a modalidade de aplicação para o bom manejo integrado da cigarrinha-das-raízes. 
Por outro lado, vale ressaltar que a eficácia dos inseticidas está associada às características físico-químicas do ingrediente ativo imidacloprida, à qualidade da formulação líquida e da solução, às doses utilizadas, à tecnologia de aplicação adotada e à época de controle. 
Para reduzir os níveis de infestação presentes nas áreas é fundamental o domínio das primeiras gerações da praga com o objetivo de reduzir os danos nos canaviais.
* Roberto Estêvão Bragion de Toledo, gerente de produto Herbicidas e Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência * Michel Fernandes, gerente Agrícola Usina Cerradão e Consultor na Área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas, Pragas e Doenças em cana-de-açúcar. * Luis Fernando Moreira, engenheiro agrônomo e representante técnico de Vendas em Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência *Ana Paula da Silva, engenheira agrônoma na Ourofino Agrociência
* Marco Antonio Drebes da Cunha, gerente de Produtos Inseticidas e Cereais na Ourofino Agrociência