Liberado desde 16 de setembro, o plantio da nova safra 2016/17 de soja tem dado os primeiros passos no país em meio a chuvas irregulares. Os mapas meteorológicos indicam que essas precipitações esparsas darão o tom até o fim de setembro, quando deverá ter início um período mais seco que tende a durar até meados de outubro. A partir daí, estão previstas chuvas mais firmes.
Ainda que esse vaivém da umidade possa atrapalhar a semeadura, o cenário é mais tranquilo que o do ciclo passado, quando o clima trouxe impactos negativos do plantio à colheita. No Paraná, por exemplo, choveu mais do que devia; em Mato Grosso, menos. "Há uma certa apreensão porque deve haver um período de poucas chuvas em outubro, mas nada tão drástico quanto no ano passado. Podem acontecer algumas quebras, mas não gigantescas", afirma Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, fechou a temporada 2015/16 com o primeiro recuo após seis safras recorde. O Estado colheu 27,81 milhões de toneladas, 3% aquém de 2014/15, embora em muitas regiões do Estado a quebra tenha superado 15%. Para 2016/17, a previsão é de 29,9 milhões. Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), 1,2% da área prevista está semeada.
Laercio Lenz, produtor em Sorriso (MT), conta que o plantio ainda está tímido na região. "Choveu bem pouco. Mas setembro também não é época de chover bem aqui. Historicamente, plantamos mais do início de outubro em diante", afirma.
Previsões climáticas sugerem chuvas de 50 a 60 mm em Mato Grosso até o fim de setembro. De 1º a 20 de outubro, contudo, o acumulado deve se limitar a 70 mm, período em que o ideal seria de 200 a 250 mm. Mas entre o fim de outubro e início de novembro, as precipitações tendem a se tornar mais regulares e constantes, e de acordo com a Rural Clima, sem o calorão que foi uma das marcas da última temporada.
"A preocupação é que os modelos começam a colocar muita chuva em fevereiro e março. Então pode haver problemas na colheita de soja e no plantio da safrinha de milho", adverte Santos. Ele lembra que a temperatura do oceano Pacífico está mais baixa e a atmosfera começa a responder como se o La Niña estivesse ativo, ainda que o fenômeno não esteja totalmente configurado.
As condições necessárias para se decretar o início do fenômeno seguem um critério acadêmico: temperaturas 0,5ºC negativos no Pacífico por mais de cinco meses. Por isso, as principais agências meteorológicas vêm reduzindo suas previsões para a formação do La Niña. Segundo o escritório de meteorologia da Austrália, as temperaturas superficiais do oceano chegaram a 0,4ºC negativos em agosto o suficiente para provocar atrasos no início das chuvas regulares no Brasil. "Geralmente, o La Niña provoca atraso nas chuvas mais regulares e, ao que tudo indica, a chuva chega na hora certa esse ano, mas ainda irregular", afirma Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.
No Paraná, vicelíder na produção de soja, as previsões para os próximos dias indicam um pouco mais de chuvas do que no Cerrado. Porém, as precipitações também se consolidarão apenas no fim de outubro, conforme a Rural Clima. Até 19 de setembro, os paranaenses plantaram 3% da área prevista para a soja, ante 5% no mesmo período de 2015, calcula o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado (Seab).
No ano passado, o grande volume de chuvas fez a produção no Paraná ficar 10% abaixo do potencial, em 16,50 milhões de toneladas. No norte do Estado, a queda foi até mais expressiva, de 20%. Para 2016/17, a estimativa é de uma colheita 11% superior, de 18,3 milhões de toneladas. "A perspectiva é que esse ano seja um pouco mais seco que o normal, mas que não venha a afetar muito a produção. Pode ser que esse ano seja de mais tranquilidade [climática] mesmo", diz Marcelo Garrido, economista do Deral.
Liberado desde 16 de setembro, o plantio da nova safra 2016/17 de soja tem dado os primeiros passos no país em meio a chuvas irregulares. Os mapas meteorológicos indicam que essas precipitações esparsas darão o tom até o fim de setembro, quando deverá ter início um período mais seco que tende a durar até meados de outubro. A partir daí, estão previstas chuvas mais firmes.
Ainda que esse vaivém da umidade possa atrapalhar a semeadura, o cenário é mais tranquilo que o do ciclo passado, quando o clima trouxe impactos negativos do plantio à colheita. No Paraná, por exemplo, choveu mais do que devia; em Mato Grosso, menos. "Há uma certa apreensão porque deve haver um período de poucas chuvas em outubro, mas nada tão drástico quanto no ano passado. Podem acontecer algumas quebras, mas não gigantescas", afirma Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, fechou a temporada 2015/16 com o primeiro recuo após seis safras recorde. O Estado colheu 27,81 milhões de toneladas, 3% aquém de 2014/15, embora em muitas regiões do Estado a quebra tenha superado 15%. Para 2016/17, a previsão é de 29,9 milhões. Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), 1,2% da área prevista está semeada.
Laercio Lenz, produtor em Sorriso (MT), conta que o plantio ainda está tímido na região. "Choveu bem pouco. Mas setembro também não é época de chover bem aqui. Historicamente, plantamos mais do início de outubro em diante", afirma.
Previsões climáticas sugerem chuvas de 50 a 60 mm em Mato Grosso até o fim de setembro. De 1º a 20 de outubro, contudo, o acumulado deve se limitar a 70 mm, período em que o ideal seria de 200 a 250 mm. Mas entre o fim de outubro e início de novembro, as precipitações tendem a se tornar mais regulares e constantes, e de acordo com a Rural Clima, sem o calorão que foi uma das marcas da última temporada.
"A preocupação é que os modelos começam a colocar muita chuva em fevereiro e março. Então pode haver problemas na colheita de soja e no plantio da safrinha de milho", adverte Santos. Ele lembra que a temperatura do oceano Pacífico está mais baixa e a atmosfera começa a responder como se o La Niña estivesse ativo, ainda que o fenômeno não esteja totalmente configurado.
As condições necessárias para se decretar o início do fenômeno seguem um critério acadêmico: temperaturas 0,5ºC negativos no Pacífico por mais de cinco meses. Por isso, as principais agências meteorológicas vêm reduzindo suas previsões para a formação do La Niña. Segundo o escritório de meteorologia da Austrália, as temperaturas superficiais do oceano chegaram a 0,4ºC negativos em agosto o suficiente para provocar atrasos no início das chuvas regulares no Brasil. "Geralmente, o La Niña provoca atraso nas chuvas mais regulares e, ao que tudo indica, a chuva chega na hora certa esse ano, mas ainda irregular", afirma Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.
No Paraná, vicelíder na produção de soja, as previsões para os próximos dias indicam um pouco mais de chuvas do que no Cerrado. Porém, as precipitações também se consolidarão apenas no fim de outubro, conforme a Rural Clima. Até 19 de setembro, os paranaenses plantaram 3% da área prevista para a soja, ante 5% no mesmo período de 2015, calcula o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado (Seab).
No ano passado, o grande volume de chuvas fez a produção no Paraná ficar 10% abaixo do potencial, em 16,50 milhões de toneladas. No norte do Estado, a queda foi até mais expressiva, de 20%. Para 2016/17, a estimativa é de uma colheita 11% superior, de 18,3 milhões de toneladas. "A perspectiva é que esse ano seja um pouco mais seco que o normal, mas que não venha a afetar muito a produção. Pode ser que esse ano seja de mais tranquilidade [climática] mesmo", diz Marcelo Garrido, economista do Deral.