Cinco dicas

22/02/2018 Agronegócio POR: Revista Canavieiros
Marino Guerra
Cálculo de custos da hora-máquina
Uma das principais dificuldades do agricultor na hora de lançar os custos de sua atividade é com certeza medir quanto realmente é o valor da utilização de seu maquinário agrícola. Esse cálculo tem fundamental importância, e terá cada vez mais devido ao desenvolvimento e implantações de tecnologias, tanto para medir de maneira eficiente o desempenho da safra, como planejamento para definir se é melhor comprar ou alugar, ou o melhor período para adquirir uma máquina nova.
Sabendo da necessidade que o fornecedor tem em aprofundar esse conhecimento e baseado em informações transmitidas ao longo de uma oficina de custos ministrada pelo coordenador executivo do Pecege, João Rosa, essa reportagem divide o cálculo de custos em cinco áreas distintas com o objetivo de traduzir em termos práticos cada aspecto desse estágio da produção agrícola.
Serviço Terceirizado
Com a mecanização quase que total da colheita e parcial do preparo, plantio e tratos não havia para o produtor, principalmente os pequenos e médios, outro caminho senão buscar a terceirização desses processos.
No entanto, o agricultor não pode simplesmente optar pela terceirização de todos os estágios e deixar por isso mesmo, até porque com o avanço tecnológico, algumas máquinas, antes impossíveis de serem compradas, podem possuir modelos voltados para o perfil do seu bolso, além de possibilidades de financiamento e consórcio fornecidos por agentes como as cooperativas de crédito, organizar compras para a utilização coletiva e até mesmo alugar o equipamento para ele mesmo prestar o serviço; são alternativas palpáveis que precisam estar sempre no radar e entender o momento mais favorável para mudar a chave.
Como esse tipo de serviço é vendido em um pacote, o valor a ser coletado é fechado, não sendo possível a distribuição dentro de uma estrutura de custos. Sendo assim, a forma mais usada e simples para auferir o quanto se gastou em determinada operação é ver o quanto custou cada unidade (máquina) e dividir por hectares que ela trabalhou.
Se foram gastos R$ 15 mil para uma equipe realizar o corte e o transbordo de 10 hectares de canavial, o custo por hectare será de R$ 1,5 mil. Para entender se com esse custo a contratação do serviço valeu a pena, quem é associado Canaoeste, por exemplo, possui um serviço de suporte o qual ele saberá o quanto gastaram os outros produtores da região que também optaram por terceiros e quanto foi para quem optou por realizar a colheita de outra maneira. Informação de fundamental importância para o produtor decidir qual rumo tomar na safra seguinte.
Combustível
O grande detalhe em quem precisa fazer o levantamento de custos na utilização de maquinário próprio é executar o cálculo da hora máquina e a sua relação com a capacidade operacional, dentre os itens a serem apontados, com certeza o consumo de combustível é o mais importante.
Para determinar o seu consumo basta dividir a quantidade de litros gasta pelo número de horas, agora para definir o seu preço médio é preciso pegar o valor gasto e dividir pela quantidade consumida. Sendo assim com o apontamento de apenas três fatores (preço, hora trabalhada e consumo) já é possível fazer o levantamento de custo dos combustíveis utilizados pelas máquinas.
Os especialistas ainda apontam na necessidade de montar planilhas separadas apontando o consumo relacionados à operação (aplicação de herbicidas por exemplo), à idade do canavial (se é cana-planta ou o número do corte) e também ao relevo do solo (áreas menos uniformes com certeza demandarão maior consumo).
O cálculo dos lubrificantes também precisa ser inserido nessa conta, para isso o Pecege recomenda que seja acrescentado 10% ao valor do diesel.
Feito isso, é possível ter um universo de informação ao longo e no final da safra, desenvolvendo planilhas simples como, por exemplo, a qualidade do diesel ou se o trator está bebendo ou não, ou então até quando é viável executar uma operação mecanizada de plantio ou manejo em uma área mais acidentada ou um canavial mais antigo, entre outras.
Depreciação e custo do capital
No mundo contábil, depreciação significa encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de um bem, será fixada em função do prazo, durante o qual se possa esperar utilização econômica.
No caso de uma operação canavieira, onde determinada máquina não será utilizada todo o dia, recomenda-se o cálculo da depreciação por hora, com isso a conta é simples, no entanto necessitará do apoio, principalmente de entidades que possuam um grande banco de dados (como a Canaoeste), para se aproximar o máximo possível dos números futuros. Sendo assim, se encontra no custo de depreciação por hora fazendo a subtração entre o valor inicial e o valor final dividido pela sua vida útil.
Então, se forem investidos R$ 160 mil em uma máquina, se estipula o valor final dela ou através do mercado de usado ou então pode-se considerar que seu uso será até a completa desvalorização e divide-se pela vida útil (quantidade de horas utilizadas vezes a quantidade de anos). Sendo assim, se o exemplo acima for planejado, o seu uso até a exaustão com uma expectativa de utilização de 800 horas anuais ao longo de 20 anos terá um custo de depreciação de R$ 10,00 por hora.
Vale ressaltar que esse valor é uma prospecção a qual precisa passar por constantes revisões ao longo de cada safra.
Também sendo um cálculo que envolve a relação dinheiro e tempo, o custo de capital se difere da depreciação, pois aponta o quanto o produtor deixou de ganhar (caso tenha tirado o dinheiro de uma aplicação) ou então o valor dos juros no caso de um financiamento, seu cálculo é um pouco mais complexo e exige um pouco mais de informações.
Para se identificar o custo aproximado do capital de um trator, por exemplo, é necessário somar o valor de compra com o valor de venda como usado (cerca de 20%), multiplicar pela taxa de juros anual, multiplicar pela quantidade de anos esperada para sua utilização e dividir pela quantidade de horas anuais que ele vai trabalhar.
Então, se pegarmos um bem de R$ 100 mil, a perspectiva futura de venda será de 20 mil, considerando uma taxa de juros de 7% ao ano, e ao executar o primeiro cálculo temos 120 mil x 7%, que dá R$ 8,4 mil (esse é o valor que o dinheiro renderia ou então os juros que precisarão ser pagos). Considerando que o trator rode 800 horas anuais e tenho o limite de rodar 10 mil horas ao longo de sua vida, consegue-se descobrir que ele trabalhará 12,5 anos. Com isso, ao multiplicar o valor dos juros anuais (R$ 8,4 mil) pela quantidade de anos, se consegue um montante que ao dividir pelo número de horas totais, se chega ao valor de R$ 10,5 por hora trabalhada somente como custo de capital (nesse exemplo não foi considerado o juro acumulado).
Esse cálculo é um ótimo termômetro para o produtor planejar se vale a pena, por exemplo, tirar o dinheiro de uma aplicação para imobilizar o dinheiro em uma máquina, encontrar o teto de juros que ainda é eficiente pagar ao saber o quanto ele ganha por safra ou, mais ainda, saber se é melhor deixar o dinheiro investido e pegar um financiamento.
Operador
Com o alto grau de formalização para a contratação de um funcionário, o que acaba elevando consideravelmente o seu custo, o produtor precisa calcular e planejar muito bem o perfil do profissional que vai contratar para operar a máquina adquirida.
Com certeza a experiência conta, até porque um profissional com maior conhecimento poderá gerar economia de combustível e manutenção, porém o avanço tecnológico permite buscar um operador mais jovem que vai ser mais econômico e também assimilar melhor as tecnologias.
Na hora de calcular o custo também é preciso dividir esse colaborador nas diversas atividades que ele irá desempenhar, por exemplo se ele dedicar uma pequena parte do dia para fazer serviços administrativos (como, por exemplo, apontamento de dados), trabalhar em outra cultura que há na propriedade, ou até mesmo operar outra máquina, ou seja, o tempo a ser lançado no cálculo de custo da hora máquina referente ao operador é somente a parte de seus custos (salários, tributos, auxílios, entre outros) que ele estiver trabalhando exclusivamente nela.
Um ponto que pode gerar economia para o produtor é a lei da terceirização, onde desde março do ano passado, se tornou possível a contratação de mão de obra para destinado fim. Com isso o fornecedor ganhou mais uma alternativa, a de poder investir na máquina e contratar a mão de obra terceirizada, o que, dependendo de sua realidade, poderá reduzir consideravelmente o custo da hora-máquina.
Além da terceirização, a nova lei trabalhista também permite a contratação de um operador como “intermitente”, ou seja, o trabalhador pode ser convocado apenas para aquele serviço específico e ganhará por suas horas de trabalho. Vale lembrar que as regras de formalização e encargos permanecem as mesmas. Com isso, ao planejar o custo de operador, baseado na lei nova, é preciso solicitar uma assessoria para calcular os custos de férias proporcionais com acréscimo de um terço, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado, adicionais legais, a contribuição previdenciária e o FGTS.
Reparo, manutenção e seguro
Para o cálculo de custo de hora-máquina não se leva em conta as perdas com o tempo que determinada máquina fica parada na oficina, podendo prejudicar o planejamento de colheita e até mesmo a produtividade do canavial.
Sendo assim, é preciso levar em consideração esse fator na hora de decidir se vai investir em um produto novo (teoricamente terá menos problema) ou em um usado. 
O cálculo do custo de manutenção de uma máquina agrícola é bem complexo, pois ele se divide em manutenção preventiva (componentes trocados a intervalos regulares como: filtro de ar, filtros de óleos lubrificantes, filtros de combustível, correias de polias, entre outros) e manutenção corretiva (relacionada a fatores de difícil controle como habilidade do operador, condições do terreno, entre outros). Sendo assim, centros de estudos desenvolveram tabelas que servem de referência ao produtor, principalmente na hora de tomar a decisão da compra.
Segundo tabela divulgada em trabalho publicado pelo Lamma (Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola do campus de Jaboticabal da Unesp), o qual apresentava a porcentagem de custo de reparo e manutenção das máquinas agrícolas em relação ao seu preço de compra (considerando ao longo de toda a sua vida útil), pode se considerar para um trator 100% do valor investido como custo de manutenção, pulverizadores correspondem a 80%, arados e subsoladores a 60%, e o implemento que menos demanda (segundo o estudo) são as grades, com 50%.
No evento realizado pelo Pecege foi apresentado dados referentes a uma colhedora de cana no qual ela atinge o custo de 100%, em relação ao seu valor de compra, com pouco mais de 10 mil horas de trabalho. Se levar em consideração essas informações, uma máquina com um pouco mais de 20 mil horas trabalhadas já consumiu recursos que dariam para comprar uma nova.
Tempo 
Levantar o custo de hora-máquina apontará possíveis gargalos na operação mecanizada, porém é preciso olhar também fatores referentes as respectivas eficiências, e para isso o principal medidor é o cronometro.
De maneira quase instantânea é preciso saber o tempo trabalhado para identificar a sua velocidade. Tendo como referência as operações ao longo do dia é preciso cronometrar o tempo de manobra, abastecimento, descarga sem deslocamento, regulagem e desembuchamento.
Ao final da safra é preciso saber o tempo de deslocamento e retorno para o talhão, tempo diário de acoplamento e de preparo da máquina, tempo do operador, tempo dos reparos e o tempo perdido devido a condições inaceitáveis referentes ao clima, solo e cultura.
Com tudo isso, o fornecedor de cana, antes de investir na mecanização, precisará saber se terá tempo ou braço para realizar tais cálculos.     
Por: Marino Guerra

Cálculo de custos da hora-máquina

Uma das principais dificuldades do agricultor na hora de lançar os custos de sua atividade é com certeza medir quanto realmente é o valor da utilização de seu maquinário agrícola. Esse cálculo tem fundamental importância, e terá cada vez mais devido ao desenvolvimento e implantações de tecnologias, tanto para medir de maneira eficiente o desempenho da safra, como planejamento para definir se é melhor comprar ou alugar, ou o melhor período para adquirir uma máquina nova.

Sabendo da necessidade que o fornecedor tem em aprofundar esse conhecimento e baseado em informações transmitidas ao longo de uma oficina de custos ministrada pelo coordenador executivo do Pecege, João Rosa, essa reportagem divide o cálculo de custos em cinco áreas distintas com o objetivo de traduzir em termos práticos cada aspecto desse estágio da produção agrícola.

Serviço Terceirizado

Com a mecanização quase que total da colheita e parcial do preparo, plantio e tratos não havia para o produtor, principalmente os pequenos e médios, outro caminho senão buscar a terceirização desses processos.

No entanto, o agricultor não pode simplesmente optar pela terceirização de todos os estágios e deixar por isso mesmo, até porque com o avanço tecnológico, algumas máquinas, antes impossíveis de serem compradas, podem possuir modelos voltados para o perfil do seu bolso, além de possibilidades de financiamento e consórcio fornecidos por agentes como as cooperativas de crédito, organizar compras para a utilização coletiva e até mesmo alugar o equipamento para ele mesmo prestar o serviço; são alternativas palpáveis que precisam estar sempre no radar e entender o momento mais favorável para mudar a chave.

Como esse tipo de serviço é vendido em um pacote, o valor a ser coletado é fechado, não sendo possível a distribuição dentro de uma estrutura de custos. Sendo assim, a forma mais usada e simples para auferir o quanto se gastou em determinada operação é ver o quanto custou cada unidade (máquina) e dividir por hectares que ela trabalhou.

Se foram gastos R$ 15 mil para uma equipe realizar o corte e o transbordo de 10 hectares de canavial, o custo por hectare será de R$ 1,5 mil. Para entender se com esse custo a contratação do serviço valeu a pena, quem é associado Canaoeste, por exemplo, possui um serviço de suporte o qual ele saberá o quanto gastaram os outros produtores da região que também optaram por terceiros e quanto foi para quem optou por realizar a colheita de outra maneira. Informação de fundamental importância para o produtor decidir qual rumo tomar na safra seguinte.

Combustível

O grande detalhe em quem precisa fazer o levantamento de custos na utilização de maquinário próprio é executar o cálculo da hora máquina e a sua relação com a capacidade operacional, dentre os itens a serem apontados, com certeza o consumo de combustível é o mais importante.

Para determinar o seu consumo basta dividir a quantidade de litros gasta pelo número de horas, agora para definir o seu preço médio é preciso pegar o valor gasto e dividir pela quantidade consumida. Sendo assim com o apontamento de apenas três fatores (preço, hora trabalhada e consumo) já é possível fazer o levantamento de custo dos combustíveis utilizados pelas máquinas.

Os especialistas ainda apontam na necessidade de montar planilhas separadas apontando o consumo relacionados à operação (aplicação de herbicidas por exemplo), à idade do canavial (se é cana-planta ou o número do corte) e também ao relevo do solo (áreas menos uniformes com certeza demandarão maior consumo).

O cálculo dos lubrificantes também precisa ser inserido nessa conta, para isso o Pecege recomenda que seja acrescentado 10% ao valor do diesel.
Feito isso, é possível ter um universo de informação ao longo e no final da safra, desenvolvendo planilhas simples como, por exemplo, a qualidade do diesel ou se o trator está bebendo ou não, ou então até quando é viável executar uma operação mecanizada de plantio ou manejo em uma área mais acidentada ou um canavial mais antigo, entre outras.

Depreciação e custo do capital

No mundo contábil, depreciação significa encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de um bem, será fixada em função do prazo, durante o qual se possa esperar utilização econômica.
No caso de uma operação canavieira, onde determinada máquina não será utilizada todo o dia, recomenda-se o cálculo da depreciação por hora, com isso a conta é simples, no entanto necessitará do apoio, principalmente de entidades que possuam um grande banco de dados (como a Canaoeste), para se aproximar o máximo possível dos números futuros. Sendo assim, se encontra no custo de depreciação por hora fazendo a subtração entre o valor inicial e o valor final dividido pela sua vida útil.

Então, se forem investidos R$ 160 mil em uma máquina, se estipula o valor final dela ou através do mercado de usado ou então pode-se considerar que seu uso será até a completa desvalorização e divide-se pela vida útil (quantidade de horas utilizadas vezes a quantidade de anos). Sendo assim, se o exemplo acima for planejado, o seu uso até a exaustão com uma expectativa de utilização de 800 horas anuais ao longo de 20 anos terá um custo de depreciação de R$ 10,00 por hora.

Vale ressaltar que esse valor é uma prospecção a qual precisa passar por constantes revisões ao longo de cada safra.
Também sendo um cálculo que envolve a relação dinheiro e tempo, o custo de capital se difere da depreciação, pois aponta o quanto o produtor deixou de ganhar (caso tenha tirado o dinheiro de uma aplicação) ou então o valor dos juros no caso de um financiamento, seu cálculo é um pouco mais complexo e exige um pouco mais de informações.

Para se identificar o custo aproximado do capital de um trator, por exemplo, é necessário somar o valor de compra com o valor de venda como usado (cerca de 20%), multiplicar pela taxa de juros anual, multiplicar pela quantidade de anos esperada para sua utilização e dividir pela quantidade de horas anuais que ele vai trabalhar.

Então, se pegarmos um bem de R$ 100 mil, a perspectiva futura de venda será de 20 mil, considerando uma taxa de juros de 7% ao ano, e ao executar o primeiro cálculo temos 120 mil x 7%, que dá R$ 8,4 mil (esse é o valor que o dinheiro renderia ou então os juros que precisarão ser pagos). Considerando que o trator rode 800 horas anuais e tenho o limite de rodar 10 mil horas ao longo de sua vida, consegue-se descobrir que ele trabalhará 12,5 anos. Com isso, ao multiplicar o valor dos juros anuais (R$ 8,4 mil) pela quantidade de anos, se consegue um montante que ao dividir pelo número de horas totais, se chega ao valor de R$ 10,5 por hora trabalhada somente como custo de capital (nesse exemplo não foi considerado o juro acumulado).

Esse cálculo é um ótimo termômetro para o produtor planejar se vale a pena, por exemplo, tirar o dinheiro de uma aplicação para imobilizar o dinheiro em uma máquina, encontrar o teto de juros que ainda é eficiente pagar ao saber o quanto ele ganha por safra ou, mais ainda, saber se é melhor deixar o dinheiro investido e pegar um financiamento.

Operador

Com o alto grau de formalização para a contratação de um funcionário, o que acaba elevando consideravelmente o seu custo, o produtor precisa calcular e planejar muito bem o perfil do profissional que vai contratar para operar a máquina adquirida.

Com certeza a experiência conta, até porque um profissional com maior conhecimento poderá gerar economia de combustível e manutenção, porém o avanço tecnológico permite buscar um operador mais jovem que vai ser mais econômico e também assimilar melhor as tecnologias.

Na hora de calcular o custo também é preciso dividir esse colaborador nas diversas atividades que ele irá desempenhar, por exemplo se ele dedicar uma pequena parte do dia para fazer serviços administrativos (como, por exemplo, apontamento de dados), trabalhar em outra cultura que há na propriedade, ou até mesmo operar outra máquina, ou seja, o tempo a ser lançado no cálculo de custo da hora máquina referente ao operador é somente a parte de seus custos (salários, tributos, auxílios, entre outros) que ele estiver trabalhando exclusivamente nela.

Um ponto que pode gerar economia para o produtor é a lei da terceirização, onde desde março do ano passado, se tornou possível a contratação de mão de obra para destinado fim. Com isso o fornecedor ganhou mais uma alternativa, a de poder investir na máquina e contratar a mão de obra terceirizada, o que, dependendo de sua realidade, poderá reduzir consideravelmente o custo da hora-máquina.

Além da terceirização, a nova lei trabalhista também permite a contratação de um operador como “intermitente”, ou seja, o trabalhador pode ser convocado apenas para aquele serviço específico e ganhará por suas horas de trabalho. Vale lembrar que as regras de formalização e encargos permanecem as mesmas. Com isso, ao planejar o custo de operador, baseado na lei nova, é preciso solicitar uma assessoria para calcular os custos de férias proporcionais com acréscimo de um terço, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado, adicionais legais, a contribuição previdenciária e o FGTS.

Reparo, manutenção e seguro

Para o cálculo de custo de hora-máquina não se leva em conta as perdas com o tempo que determinada máquina fica parada na oficina, podendo prejudicar o planejamento de colheita e até mesmo a produtividade do canavial.

Sendo assim, é preciso levar em consideração esse fator na hora de decidir se vai investir em um produto novo (teoricamente terá menos problema) ou em um usado. 

O cálculo do custo de manutenção de uma máquina agrícola é bem complexo, pois ele se divide em manutenção preventiva (componentes trocados a intervalos regulares como: filtro de ar, filtros de óleos lubrificantes, filtros de combustível, correias de polias, entre outros) e manutenção corretiva (relacionada a fatores de difícil controle como habilidade do operador, condições do terreno, entre outros). Sendo assim, centros de estudos desenvolveram tabelas que servem de referência ao produtor, principalmente na hora de tomar a decisão da compra.

Segundo tabela divulgada em trabalho publicado pelo Lamma (Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola do campus de Jaboticabal da Unesp), o qual apresentava a porcentagem de custo de reparo e manutenção das máquinas agrícolas em relação ao seu preço de compra (considerando ao longo de toda a sua vida útil), pode se considerar para um trator 100% do valor investido como custo de manutenção, pulverizadores correspondem a 80%, arados e subsoladores a 60%, e o implemento que menos demanda (segundo o estudo) são as grades, com 50%.

No evento realizado pelo Pecege foi apresentado dados referentes a uma colhedora de cana no qual ela atinge o custo de 100%, em relação ao seu valor de compra, com pouco mais de 10 mil horas de trabalho. Se levar em consideração essas informações, uma máquina com um pouco mais de 20 mil horas trabalhadas já consumiu recursos que dariam para comprar uma nova.

Tempo 

Levantar o custo de hora-máquina apontará possíveis gargalos na operação mecanizada, porém é preciso olhar também fatores referentes as respectivas eficiências, e para isso o principal medidor é o cronometro.

De maneira quase instantânea é preciso saber o tempo trabalhado para identificar a sua velocidade. Tendo como referência as operações ao longo do dia é preciso cronometrar o tempo de manobra, abastecimento, descarga sem deslocamento, regulagem e desembuchamento.

Ao final da safra é preciso saber o tempo de deslocamento e retorno para o talhão, tempo diário de acoplamento e de preparo da máquina, tempo do operador, tempo dos reparos e o tempo perdido devido a condições inaceitáveis referentes ao clima, solo e cultura.

Com tudo isso, o fornecedor de cana, antes de investir na mecanização, precisará saber se terá tempo ou braço para realizar tais cálculos.