Boa parte dos produtores de soja do país, sobretudo os de Mato Grosso, fez uma aposta arriscada ao antecipar e acelerar ao máximo o plantio nesta safra 2016/17. Mas, apesar das chuvas irregulares em muitas regiões, a estratégia está caminhando bem e as estimativas apontam para a maior colheita da história do país e um volume próximo ao recorde no Estado, que lidera a colheita nacional e onde mais da metade da semeadura já foi concluída. Mas o jogo não está ganho. Além de incertezas sobre preços, é preciso saber se São Pedro continuará sorrindo para os agricultores.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio já alcança 67,7% da área estimada no Estado. No período da safra passada, eram 38%. Para se ter uma ideia, em Mato Grosso do Sul o plantio alcançou 68% da área prevista, conforme a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), mas as chuvas não foram tão favoráveis no início dos trabalhos e o ritmo, apesar de crescente, está 7,6% mas lento que o de 2015. Nos dois Estados, entre outros, o objetivo dos agricultores foi acelerar o plantio de soja para, depois de colhida a oleaginosa, antecipar também a plantação do milho da segunda safra, a chamada "safrinha". A ideia é minimizar o risco de quebras na produção dos dois grãos, marcantes no ciclo 2015/16 por causa de efeitos do fenômeno El Niño.
"No ano passado, o produtor sofreu muito com o plantio tardio e tivemos quebras. Este ano, o produtor plantou mais cedo para conseguir plantar o milho safrinha na janela considerada 'ótima'", disse Lucas Brenetti, analista do Banco Pine. É verdade que, com isso, as produtividades poderão ficar aquém dos potenciais, mas, se o clima ajudar, haverá compensações. "Não é necessariamente verdade que um plantio precoce pode resultar em produtividade mais baixa. Há muitas intempéries aí que podem dificultar a produtividade de um ciclo mais longo", afirmou Ângelo Ozelame, gestor técnico do Imea. Ele pondera que a perspectiva de ocorrência de chuvas em fevereiro preocupa mais do que a produtividade da soja precoce.
E há outros riscos que não podem ser ignorados especialmente na região Sul do país, advertiu o analista César Castro Alves, da MB Agro - braço da consultoria MB Associados. "Há algum risco de veranico", disse o analista, citando relatório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) que incluiu praticamente todo o Estado do Rio Grande do Sul, metade de Santa Catarina e parte do sudoeste do Paraná entre as regiões sujeitas ao fenômeno entre novembro e janeiro. O fenômeno climático pode provocar estiagem em períodos chuvosos, prejudicando o desenvolvimento da lavoura.
Mesmo com todos os riscos inerentes às atividades agrícolas, a expectativa é de uma safra de soja com elevada produtividade. Para Mato Grosso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para 52,18 sacas por hectare, média próxima do recorde no Estado da temporada 2010/11 (53,17 sacas). No ciclo 2015/16, foram apenas 47,46 sacas. Assim, as perspectivas para a produção em 2016/17 continuam animadoras. A FCStone, por exemplo, prevê que a situação climática será positiva para o período de desenvolvimento das plantas. A consultoria estima a área plantada nacional em 33,5 milhões de hectares, pouco acima de seu cálculo para 2015/16 (33,2 milhões de hectares).
Apesar do forte ritmo de plantio, as negociações antecipadas continuam mais fracas que no ano passado. De acordo com o Imea, aproximadamente 28% da futura colheita mato-grossense de soja foi negociada até agora, abaixo dos 48% do mesmo período do ciclo anterior. "O produtor parou as negociações. Com a colheita americana, o preço caiu bastante no mesmo momento em que o dólar também caiu", disse Ozelame.
Boa parte dos produtores de soja do país, sobretudo os de Mato Grosso, fez uma aposta arriscada ao antecipar e acelerar ao máximo o plantio nesta safra 2016/17. Mas, apesar das chuvas irregulares em muitas regiões, a estratégia está caminhando bem e as estimativas apontam para a maior colheita da história do país e um volume próximo ao recorde no Estado, que lidera a colheita nacional e onde mais da metade da semeadura já foi concluída. Mas o jogo não está ganho. Além de incertezas sobre preços, é preciso saber se São Pedro continuará sorrindo para os agricultores.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio já alcança 67,7% da área estimada no Estado. No período da safra passada, eram 38%. Para se ter uma ideia, em Mato Grosso do Sul o plantio alcançou 68% da área prevista, conforme a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), mas as chuvas não foram tão favoráveis no início dos trabalhos e o ritmo, apesar de crescente, está 7,6% mas lento que o de 2015. Nos dois Estados, entre outros, o objetivo dos agricultores foi acelerar o plantio de soja para, depois de colhida a oleaginosa, antecipar também a plantação do milho da segunda safra, a chamada "safrinha". A ideia é minimizar o risco de quebras na produção dos dois grãos, marcantes no ciclo 2015/16 por causa de efeitos do fenômeno El Niño.
"No ano passado, o produtor sofreu muito com o plantio tardio e tivemos quebras. Este ano, o produtor plantou mais cedo para conseguir plantar o milho safrinha na janela considerada 'ótima'", disse Lucas Brenetti, analista do Banco Pine. É verdade que, com isso, as produtividades poderão ficar aquém dos potenciais, mas, se o clima ajudar, haverá compensações. "Não é necessariamente verdade que um plantio precoce pode resultar em produtividade mais baixa. Há muitas intempéries aí que podem dificultar a produtividade de um ciclo mais longo", afirmou Ângelo Ozelame, gestor técnico do Imea. Ele pondera que a perspectiva de ocorrência de chuvas em fevereiro preocupa mais do que a produtividade da soja precoce.
E há outros riscos que não podem ser ignorados especialmente na região Sul do país, advertiu o analista César Castro Alves, da MB Agro - braço da consultoria MB Associados. "Há algum risco de veranico", disse o analista, citando relatório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) que incluiu praticamente todo o Estado do Rio Grande do Sul, metade de Santa Catarina e parte do sudoeste do Paraná entre as regiões sujeitas ao fenômeno entre novembro e janeiro. O fenômeno climático pode provocar estiagem em períodos chuvosos, prejudicando o desenvolvimento da lavoura.
Mesmo com todos os riscos inerentes às atividades agrícolas, a expectativa é de uma safra de soja com elevada produtividade. Para Mato Grosso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para 52,18 sacas por hectare, média próxima do recorde no Estado da temporada 2010/11 (53,17 sacas). No ciclo 2015/16, foram apenas 47,46 sacas. Assim, as perspectivas para a produção em 2016/17 continuam animadoras. A FCStone, por exemplo, prevê que a situação climática será positiva para o período de desenvolvimento das plantas. A consultoria estima a área plantada nacional em 33,5 milhões de hectares, pouco acima de seu cálculo para 2015/16 (33,2 milhões de hectares).
Apesar do forte ritmo de plantio, as negociações antecipadas continuam mais fracas que no ano passado. De acordo com o Imea, aproximadamente 28% da futura colheita mato-grossense de soja foi negociada até agora, abaixo dos 48% do mesmo período do ciclo anterior. "O produtor parou as negociações. Com a colheita americana, o preço caiu bastante no mesmo momento em que o dólar também caiu", disse Ozelame.