“As usinas estão cogerando muito abaixo do potencial. O setor poderia tranquilamente estar entregando hoje até 5,5 MW médios, mas esse número no momento é de 1,7. Não tem como negar que estamos, infelizmente, vivendo uma situação de perde-perde.” O potencial não realizado da bioeletricidade nos canaviais brasileiros foi exemplificado dessa forma pelo diretor de Agronegócio do Banco Itaú/BBA, Alexandre Figliolino, durante o Seminário “1º de abril: dia da verdade sobre a bioeletricidade”, realizado em 01/04, na Câmara dos Deputados em Brasília.
Com a participação de mais de 15 especialistas e representantes de empresas dos setores sucroenergético e elétrico, o evento foi organizado pelo Projeto AGORA, em parceria com a Frente Parlamentar liderada por Arnaldo Jardim e a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.
Figliolino abriu sua participação contando que há 13 anos, quando a cogeração de biomassa começava a ganhar corpo, ele comentou com o empresário Norberto Bellodi, do Grupo Santa Adélia, o quanto era positivo o que estava acontecendo. “Mencionei naquela ocasião que em 10 anos, o setor sucroenergético estaria dividido em empresas que têm e as que não têm cogeração,” lembrou.
No entanto, recentemente, ele se encontrou novamente com Bellodi, que o corrigiu, dizendo que sua previsão estava errada, pois só vão sobreviver as empresas que tiverem cogeração. “E isso está ficando muito claro na medida em que atravessamos épocas de crise, como agora, com os preços do açúcar próximos aos custos de produção e com o etanol sofrendo a concorrência do preço da gasolina,” afirmou Figliolino.
O executivo explicou que essa situação é ainda mais perceptível quando se examina os números das empresas com as quais o Itaú/BBA trabalha. Esse cenário tem mostrado ainda mais a importância da cogeração para garantir “algum caixa livre no negócio,” explicou.
Segundo Figliolino, as atividades principais, tanto de açúcar quanto de etanol, não estão sendo suficientes para renovar canaviais, expandir mecanização, melhorar infraestrutura e fazer face a todo o serviço de dívida de um setor que vem num ritmo de investimento acelerado há anos, primeiro com o crescimento da década passada e agora com o esforço para recuperação dos canaviais depois de um período de dificuldades climáticas que impactaram três safras consecutivas.
Para ele, existem três tipos de situações nas relações humanas: o perde-perde; o ganha-perde, que é uma situação temporária, pois não se sustenta ao longo prazo; e o ganha-ganha, que precisa de muita inteligência e diálogo. Trazendo esse exemplo para o setor, ele diz que hoje a situação do etanol e da cogeração é de perde-perde.
“Se um dia se voltar a pensar em expansão no setor, o modelo mais viável é o que prioriza a produção combinada de etanol e energia em regiões de fronteira, como o Centro-Oeste, na medida em que o açúcar longe do porto passa a ter uma situação de competitividade muito prejudicada, principalmente em momentos de preços menores como atualmente,” frisou Figliolino.
“Precisamos entender que etanol e bioeletricidade são inseparáveis. Um vai ajudar na competitividade do outro. O que for feito de política pública tem que levar em consideração ações coordenadas para ambos,” finalizou.
“As usinas estão cogerando muito abaixo do potencial. O setor poderia tranquilamente estar entregando hoje até 5,5 MW médios, mas esse número no momento é de 1,7. Não tem como negar que estamos, infelizmente, vivendo uma situação de perde-perde.” O potencial não realizado da bioeletricidade nos canaviais brasileiros foi exemplificado dessa forma pelo diretor de Agronegócio do Banco Itaú/BBA, Alexandre Figliolino, durante o Seminário “1º de abril: dia da verdade sobre a bioeletricidade”, realizado em 01/04, na Câmara dos Deputados em Brasília.
Com a participação de mais de 15 especialistas e representantes de empresas dos setores sucroenergético e elétrico, o evento foi organizado pelo Projeto AGORA, em parceria com a Frente Parlamentar liderada por Arnaldo Jardim e a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.
Figliolino abriu sua participação contando que há 13 anos, quando a cogeração de biomassa começava a ganhar corpo, ele comentou com o empresário Norberto Bellodi, do Grupo Santa Adélia, o quanto era positivo o que estava acontecendo. “Mencionei naquela ocasião que em 10 anos, o setor sucroenergético estaria dividido em empresas que têm e as que não têm cogeração,” lembrou.
No entanto, recentemente, ele se encontrou novamente com Bellodi, que o corrigiu, dizendo que sua previsão estava errada, pois só vão sobreviver as empresas que tiverem cogeração. “E isso está ficando muito claro na medida em que atravessamos épocas de crise, como agora, com os preços do açúcar próximos aos custos de produção e com o etanol sofrendo a concorrência do preço da gasolina,” afirmou Figliolino.
O executivo explicou que essa situação é ainda mais perceptível quando se examina os números das empresas com as quais o Itaú/BBA trabalha. Esse cenário tem mostrado ainda mais a importância da cogeração para garantir “algum caixa livre no negócio,” explicou.
Segundo Figliolino, as atividades principais, tanto de açúcar quanto de etanol, não estão sendo suficientes para renovar canaviais, expandir mecanização, melhorar infraestrutura e fazer face a todo o serviço de dívida de um setor que vem num ritmo de investimento acelerado há anos, primeiro com o crescimento da década passada e agora com o esforço para recuperação dos canaviais depois de um período de dificuldades climáticas que impactaram três safras consecutivas.
Para ele, existem três tipos de situações nas relações humanas: o perde-perde; o ganha-perde, que é uma situação temporária, pois não se sustenta ao longo prazo; e o ganha-ganha, que precisa de muita inteligência e diálogo. Trazendo esse exemplo para o setor, ele diz que hoje a situação do etanol e da cogeração é de perde-perde.
“Se um dia se voltar a pensar em expansão no setor, o modelo mais viável é o que prioriza a produção combinada de etanol e energia em regiões de fronteira, como o Centro-Oeste, na medida em que o açúcar longe do porto passa a ter uma situação de competitividade muito prejudicada, principalmente em momentos de preços menores como atualmente,” frisou Figliolino.
“Precisamos entender que etanol e bioeletricidade são inseparáveis. Um vai ajudar na competitividade do outro. O que for feito de política pública tem que levar em consideração ações coordenadas para ambos,” finalizou.