Por Fabiana Batista
A venda de energia elétrica, que no ano passado teve um papel importante para as margens das usinas sucroalcooleiras, voltou a ser coadjuvantes para os resultados do segmento. Os preços mais baixos da energia já estão evidentes nos balanços das empresas e a tendência, com a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, é que a atratividade da cogeração se retraia ainda mais.
Cerca de 70% da eletricidade oriunda de biomassa no país é vendida no mercado regulado, com preços negociados nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor desses contratos, corrigidos pela inflação, não muda ao sabor das oscilações do mercado. Mas o mesmo não acontece com a parcela restante (30%), que é vendida no mercado livre, com contratos à vista, de curto e médios prazos. Essa fatia foi beneficiada no ano passado, quando os preços no mercado livre atingiram o recorde de R$ 822 o MWh ¬ à época, o valor era o teto do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), referência para esse mercado.
Em janeiro deste ano, porém, entrou em vigor um novo teto para o PLD, de R$ 388 o MWh ¬ o que já foi um baque para as usinas que vendem bioeletricidade. Nos meses seguintes, a queda continuou, puxada pela ocorrência de chuvas acima da média no Centro¬-Sul do país. Essas chuvas elevaram o nível dos reservatórios, que haviam atingido níveis críticos em 2014 devido à estiagem na região.
Entre abril e setembro deste ano (1º e 2º semestres da safra 2015/16 de cana), o grupo São Martinho, um dos principais do segmento no país, registrou um preço médio de venda de energia de R$ 230 o MWh, 11,7% menor que o do mesmo intervalo de 2014 devido à queda da remuneração trazida pelo mercado de curto prazo (spot). Em toda a safra passada (2014/15), a companhia vendeu energia elétrica ao preço médio de R$ 295,5 o MWh. Mas, por conta de volumes vendidos de eletricidade 36% maiores no período (com a consolidação de 100% da Usina Santa Cruz), a São Martinho compensou o preço médio menor e registrou no acumulado do semestre receita (20%) com cogeração.
Já a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, não teve essa compensação. Nos dois primeiros trimestres da safra 2015/16, entre abril e setembro, sua receita com cogeração caiu. No primeiro, recuou 1,7%, apesar de o volume vendido ter sido 3,2% maior ¬ o ponto foi que o preço médio do MWh foi 4,7% mais baixo (R$ 244). No segundo, a retração se aprofundou. A receita da Raízen com cogeração foi de R$ 203 milhões, 12% menor que em igual intervalo do ciclo passado. Isso mesmo com um volume vendido 15,5% superior. Pesou mais o preço médio 23,8% mais baixo, de R$ 197 MWh. A Raízen vende 20% da eletricidade que produz no mercado livre.
Neste momento, os preços estão na casa dos R$ 140 o MWh, efeito das chuvas abundantes que recuperaram os reservatórios das hidrelétricas. Mas, como nota Luiz cláudio Barreira, especialista em bioeletricidade da consultoria FG Agro, é possível que as usinas já tenham garantido uma receita com energia em patamares mais altos até o fim da safra, em março, caso já tenham firmado contratos de curto prazo no início deste ano.
No comunicado que acompanhou o balanço do trimestre findo em 30 de setembro, a São Martinho informou que conseguiu realizar esse tipo de operação, garantindo preços mais elevados. Conforme a empresa, parte de seu volume de energia em contratos para entrega até março de 2016 foi vendida a um preço médio de R$ 300 o MWh.
Por Fabiana Batista
A venda de energia elétrica, que no ano passado teve um papel importante para as margens das usinas sucroalcooleiras, voltou a ser coadjuvantes para os resultados do segmento. Os preços mais baixos da energia já estão evidentes nos balanços das empresas e a tendência, com a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, é que a atratividade da cogeração se retraia ainda mais.
Cerca de 70% da eletricidade oriunda de biomassa no país é vendida no mercado regulado, com preços negociados nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor desses contratos, corrigidos pela inflação, não muda ao sabor das oscilações do mercado. Mas o mesmo não acontece com a parcela restante (30%), que é vendida no mercado livre, com contratos à vista, de curto e médios prazos. Essa fatia foi beneficiada no ano passado, quando os preços no mercado livre atingiram o recorde de R$ 822 o MWh ¬ à época, o valor era o teto do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), referência para esse mercado.
Em janeiro deste ano, porém, entrou em vigor um novo teto para o PLD, de R$ 388 o MWh ¬ o que já foi um baque para as usinas que vendem bioeletricidade. Nos meses seguintes, a queda continuou, puxada pela ocorrência de chuvas acima da média no Centro¬-Sul do país. Essas chuvas elevaram o nível dos reservatórios, que haviam atingido níveis críticos em 2014 devido à estiagem na região.
Entre abril e setembro deste ano (1º e 2º semestres da safra 2015/16 de cana), o grupo São Martinho, um dos principais do segmento no país, registrou um preço médio de venda de energia de R$ 230 o MWh, 11,7% menor que o do mesmo intervalo de 2014 devido à queda da remuneração trazida pelo mercado de curto prazo (spot). Em toda a safra passada (2014/15), a companhia vendeu energia elétrica ao preço médio de R$ 295,5 o MWh. Mas, por conta de volumes vendidos de eletricidade 36% maiores no período (com a consolidação de 100% da Usina Santa Cruz), a São Martinho compensou o preço médio menor e registrou no acumulado do semestre receita (20%) com cogeração.
Já a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, não teve essa compensação. Nos dois primeiros trimestres da safra 2015/16, entre abril e setembro, sua receita com cogeração caiu. No primeiro, recuou 1,7%, apesar de o volume vendido ter sido 3,2% maior ¬ o ponto foi que o preço médio do MWh foi 4,7% mais baixo (R$ 244). No segundo, a retração se aprofundou. A receita da Raízen com cogeração foi de R$ 203 milhões, 12% menor que em igual intervalo do ciclo passado. Isso mesmo com um volume vendido 15,5% superior. Pesou mais o preço médio 23,8% mais baixo, de R$ 197 MWh. A Raízen vende 20% da eletricidade que produz no mercado livre.
Neste momento, os preços estão na casa dos R$ 140 o MWh, efeito das chuvas abundantes que recuperaram os reservatórios das hidrelétricas. Mas, como nota Luiz cláudio Barreira, especialista em bioeletricidade da consultoria FG Agro, é possível que as usinas já tenham garantido uma receita com energia em patamares mais altos até o fim da safra, em março, caso já tenham firmado contratos de curto prazo no início deste ano.
No comunicado que acompanhou o balanço do trimestre findo em 30 de setembro, a São Martinho informou que conseguiu realizar esse tipo de operação, garantindo preços mais elevados. Conforme a empresa, parte de seu volume de energia em contratos para entrega até março de 2016 foi vendida a um preço médio de R$ 300 o MWh.