Colheita da cana mecanizada chega a 98% na região de Ribeirão Preto

04/04/2016 Cana-de-Açúcar POR: A Cidade
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar avança no País e na região de Ribeirão Preto. De acordo com Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), 98% das colheitas na região de Ribeirão são feitas com máquinas agrícolas. Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em 2007, o município de Ribeirão tinha apenas 52,3% da cana-de-açúcar colhida por máquinas.
Acordo
A proibição da queimada dos canaviais foi um fator que acelerou o processo de mecanização da colheita. Em 2007, os produtores rurais e o governo do Estado de São Paulo firmaram um acordo que antecipou o fim da queima da cana.
Contudo, a implantação da colheita mecanizada gerou polêmica desde o início. Apesar de o corte manual dos canaviais ser um trabalho degradante, segundo Silvio Palviqueres, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão, “entre 80% e 90% dos boias frias perderam o emprego e tiveram que buscar uma nova atividade na construção civil ou voltaram para suas regiões de origem”.
Capacitação
Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, entre 2007 e 2015 foram fechados 5,4 mil postos de trabalho ligados ao corte da cana-de-açúcar no município de Ribeirão. “É um grande impacto e é difícil mensurar o número dos que conseguiram se requalificar para outras ocupações seja no setor sucroalcooleiro, seja em outras atividades ligadas ao setor agropecuário”, comentou o pesquisador.
Silvio Palviqueres afirmou que as usinas chegaram a realizar programas de incentivo à capacitação profissional dos boias-frias, porém, com a longa jornada de trabalho, muitos operários desistiram. “As usinas até incentivavam os estudos, mas os trabalhadores desanimavam, pois tinham que trabalhar o dia inteiro no sol cortando toneladas de cana e à noite assistir aulas”, explicou Palviqueres.
Análise - Mecanização aumenta a produtividade
A mecanização do corte nas lavouras de cana-de-açúcar é um fator crucial no aumento da produtividade. Apesar dos efeitos que gera na redução do emprego, é dessa forma que as sociedades conseguem avançar e se tornarem mais produtivas. Em outras palavras, apesar de alguns custos sociais de curto prazo, o crescimento da produtividade é a base da evolução econômica.
Nesse ponto, o governo possui um papel importante em oferecer treinamento para mão de obra que acaba sendo liberada das lavouras, para adequá-la em outras atividades. Por exemplos, as atividades relacionadas ao setor de serviços carecem de mão de obra qualificada para o aumento de produtividade.
A mão de obra liberada pela mecanização do corte da cana foi muito absorvida pela construção civil, sendo que esta se encontra dificuldades pelo cenário recessivo atual. No entanto, isso já é mais uma questão conjuntural da economia brasileira. Luciano Nakabashi, Professor de Economai da FEA/USP. 
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar avança no País e na região de Ribeirão Preto. De acordo com Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), 98% das colheitas na região de Ribeirão são feitas com máquinas agrícolas. Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em 2007, o município de Ribeirão tinha apenas 52,3% da cana-de-açúcar colhida por máquinas.
Acordo
A proibição da queimada dos canaviais foi um fator que acelerou o processo de mecanização da colheita. Em 2007, os produtores rurais e o governo do Estado de São Paulo firmaram um acordo que antecipou o fim da queima da cana.
Contudo, a implantação da colheita mecanizada gerou polêmica desde o início. Apesar de o corte manual dos canaviais ser um trabalho degradante, segundo Silvio Palviqueres, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão, “entre 80% e 90% dos boias frias perderam o emprego e tiveram que buscar uma nova atividade na construção civil ou voltaram para suas regiões de origem”.
Capacitação
Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, entre 2007 e 2015 foram fechados 5,4 mil postos de trabalho ligados ao corte da cana-de-açúcar no município de Ribeirão. “É um grande impacto e é difícil mensurar o número dos que conseguiram se requalificar para outras ocupações seja no setor sucroalcooleiro, seja em outras atividades ligadas ao setor agropecuário”, comentou o pesquisador.
Silvio Palviqueres afirmou que as usinas chegaram a realizar programas de incentivo à capacitação profissional dos boias-frias, porém, com a longa jornada de trabalho, muitos operários desistiram. “As usinas até incentivavam os estudos, mas os trabalhadores desanimavam, pois tinham que trabalhar o dia inteiro no sol cortando toneladas de cana e à noite assistir aulas”, explicou Palviqueres.
Análise - Mecanização aumenta a produtividade
A mecanização do corte nas lavouras de cana-de-açúcar é um fator crucial no aumento da produtividade. Apesar dos efeitos que gera na redução do emprego, é dessa forma que as sociedades conseguem avançar e se tornarem mais produtivas. Em outras palavras, apesar de alguns custos sociais de curto prazo, o crescimento da produtividade é a base da evolução econômica.

Nesse ponto, o governo possui um papel importante em oferecer treinamento para mão de obra que acaba sendo liberada das lavouras, para adequá-la em outras atividades. Por exemplos, as atividades relacionadas ao setor de serviços carecem de mão de obra qualificada para o aumento de produtividade.
A mão de obra liberada pela mecanização do corte da cana foi muito absorvida pela construção civil, sendo que esta se encontra dificuldades pelo cenário recessivo atual. No entanto, isso já é mais uma questão conjuntural da economia brasileira. Luciano Nakabashi, Professor de Economai da FEA/USP.