Coluna Boas Práticas - novembro de 2022

21/11/2022 Coluna Boas Práticas POR: Comitê de Boas práticas e certificações da Canaoeste

Olá produtor, tudo bem?
Novamente estamos aqui para trazer informações importantes sobre as Boas Práticas Agrícolas. Desta vez vamos falar sobre o que envolve controle do estoque de defensivos agrícolas e a sustentabilidade.  Sabemos que adubar, manejar e proteger a lavoura é um processo desafiador para o agricultor. Estes processos envolvem custo, eficiência e resulta na produtividade e longevidade do canavial. Os desafios de produzir com qualidade, combinando as tecnologias, utilizando os insumos disponíveis na fazenda devem ser superados todos os anos para que a produtividade seja satisfatória assim como o produtor possa manter a lucratividade esperada.
O produtor sustentável tem conhecimento de todos os insumos disponíveis na fazenda, sabe do histórico das áreas em relação à fertilidade, tipo de solo, pragas, doenças, variedades e maneja as tecnologias disponíveis de modo a alcançar a maior produtividade com menor custo possível. Poucos são os produtores que controlam os estoques de insumos, por muitas vezes as sobras são descartadas ou armazenadas por muito tempo ao ponto de perderem a validade e não poderem ser utilizadas.
De fato, o histórico da área é fundamental no momento do planejamento da próxima safra, ainda, facilita a compra antecipada de produtos, gera economia com custos de produção e promove a combinação de diferentes tecnologias. O engenheiro agrônomo é o profissional que pode auxiliar nesta decisão, bem como indicar as melhores combinações de tecnologias que permitam a redução da quantidade de produtos químicos utilizados, garantindo altas produtividades.
O primeiro passo do produtor que quer alcançar a sustentabilidade, quando o assunto é insumo agrícola, é ter um local para armazenamento correto dos produtos. Atualmente, é comum a maior parte dos insumos ser armazenada na revenda, porém, também é comum os produtos serem armazenados na fazenda. É importante ressaltar que cada insumo tem um local correto para ser armazenado respeitando todas as normas regulamentadoras.
Estas normas evitam acidentes que podem prejudicar a saúde do trabalhador, bem como protege a natureza de possíveis acidentes ambientais. O produtor sustentável sinaliza e separa os insumos por meio de identificação visível para que facilite a saída dos produtos e reduza os riscos de troca de ativos no momento da utilização.
O segundo passo do produtor sustentável em relação aos insumos é o planejamento dos produtos que serão utilizados na fazenda. De fato, este planejamento deve levar em consideração os produtos que sobraram de safras passadas, desde que haja necessidade de sua utilização, respeitando prescrição de um engenheiro agrônomo. Quando há planejamento dos insumos, não se corre o risco de não ter o insumo necessário disponível na revenda e atrasar a utilização, podendo haver perdas irreparáveis na lavoura.
O produtor sustentável sabe o que tem no estoque de sua fazenda, as quantidades e as validades dos produtos, desta forma, ele facilita a recomendação dos insumos pelo Engenheiro Agrônomo e o custo de produção pode ser bem reduzido.
Ainda, sabemos que não é uma boa prática agrícola comprar produtos muito além da quantidade que vamos precisar, pois esta prática gera problemas sérios como armazenamento incorreto, risco de vazamento, perda da validade do produto bem como o risco de ser roubado.
O controle do estoque pode ser feito por meio de planilhas com entrada e saída de produtos, ou por meio de software de gestão. O importante é ter este controle sempre atualizado. Vistos os pontos que abordamos aqui até o momento, as perguntas que o produtor deve se fazer para garantir as boas práticas no controle de insumos agrícolas são:

• Eu tenho local adequado para armazenamento dos insumos seguindo as normas regulamentadoras?
• Eu guardo as notas fiscais dos insumos que eu compro?
• Eu sei a quantidade de produtos armazenados, suas validades e para que servem?
• Eu planejo a safra em relação aos insumos que serão necessários?
• Eu tenho muitos produtos na fazenda que não levo em consideração no planejamento da safra seguinte?
• Eu tenho uma lista de todos os defensivos que eu armazeno na fazenda ou na revenda?
• Eu controlo a entrada e a saída de insumos?
• Eu conheço e documento o histórico das minhas áreas de produção em relação às pragas, doenças e fertilidade?

O departamento agronômico e o Programa de Boas Práticas Agrícolas da Canaoeste estão disponíveis para garantir que o associado tenha orientação para ter controle dos insumos agrícolas da melhor maneira possível para que o produtor produza cana-de-açúcar em seu máximo potencial. Converse com um agrônomo da sua regional se após esta autoanálise você identifica que precisa adotar boas práticas em relação a controle de estoque do insumo agrícola. Entre em contato com a nossa especialista em Processos Agrícolas, Letícia Guindalini Melloni, através do telefone (16) 3946-3316 (Ramal 7032) ou envie um e-mail para leticiamelloni@canaoeste.com.br.

Boas Práticas - Complementar

O alto custo de produção nos últimos anos nos desafia a reduzir e planejar a utilização dos insumos necessários para a produção agrícola. A organização da fazenda de modo a facilitar a identificação dos insumos é o primeiro passo para superar estes desafios. Esta boa prática agrícola empodera o produtor de maneira a utilizar melhor seus recursos, protegendo seus funcionários, o meio ambiente e produzindo satisfatoriamente. Mas o que são considerados insumos agrícolas?
Insumos agrícolas são todos os produtos utilizados na produção agropecuária. Eles podem ser químicos, mecânicos ou orgânicos. Exemplos práticos são os defensivos agrícolas, o adubo mineral e orgânico, o diesel, o óleo de máquina, as sementes etc.
Hoje vamos dar atenção aos defensivos e fertilizantes. Você sabe como armazená-los corretamente?
Segundo as normas NR31 e NBR9843-3/2019, o deposito de defensivos deve ter estrutura sólida, ter ventilação suficiente e piso impermeável. Ainda este local deve ser protegido de forma que nenhum animal tenha acesso aos defensivos, e isso inclui os pássaros e os pequenos mamíferos. Proteger as janelas, frestas e forro com tela já resolve esse problema. O depósito deve ter iluminação suficiente para enxergar os rótulos e as instalações elétricas devem ser seguras, evitando incêndios.
O piso deve ter desnível direcionando possíveis vazamentos para uma contenção, ou ainda, uma pequena mureta ou canaleta na saída do depósito. O importante é que essas contenções caibam 110% do líquido do maior vasilhame que tiver no depósito. Por exemplo, se o maior galão for de 20 litros, a contenção deve ser de 22 litros, independentemente da quantidade de galões que estejam no depósito.
O deposito deve ser construído pelo menos a 15 metros de distância de áreas de habitação ou onde fazem as refeições. É importante esta construção não ficar próxima  aos corpos de água.
Os defensivos devem ser separados por função: inseticidas, fungicidas, nematicidas e herbicidas. E é importante que os defensivos sólidos nunca sejam colocados abaixo dos líquidos. De fato, estes devem ficar suspensos do chão, por meio de paletes, por exemplo, para  evitar contaminação cruzada em caso de vazamentos. Todos os produtos devem ficar a uma distância de 50 cm da parede, ou seja, eles não devem ficar encostados na estrutura do depósito. Quando os fertilizantes líquidos forem armazenados no mesmo depósito que os defensivos, é importante separá-los de maneira muito clara, para que não ocorra contaminação cruzada ou a troca de produtos por parte do funcionário.
O depósito de defensivos deve ser sinalizado com placas de perigo, do uso obrigatório de EPI e placas de entrada de pessoas autorizadas. Ainda, no lado de fora, é importante ter um chuveiro com alta vazão e lava-olhos em caso de acidente contaminante com funcionários. É preciso disponibilizar as FISPQs (Fichas de Segurança de Produtos Químicos) de todos os produtos para os funcionários que manipulam os defensivos. As portas do depósito devem estar sempre trancadas, e somente pessoas treinadas com a norma regulamentadora NR31.7 podem entrar e manipular os defensivos.
Em caso de derramamentos de produtos químicos, dentro do depósito deve ter material para recolha e limpeza do local corretamente. Para isso, podem ser utilizadas areia ou serragem, que devem absorver o produto, e que posteriormente devem ser recolhidos com auxílio de uma pá e uma vassoura e colocados em saco de plástico para descarte correto do resíduo.
Para os fertilizantes sólidos, o produtor deve escolher local nivelado, seco e regular, para que não haja formação de poças e as pilhas de defensivos fiquem estáveis.
Ainda, o local de armazenamento deve ter ventilação, para que em caso de incêndios a fumaça se dissipe com facilidade. Alguns fertilizantes podem gerar fumaça tóxica ao pegar fogo. O local escolhido para depósito deve manter temperaturas menores que 30⁰C, pois alguns fertilizantes não são compatíveis com altas temperaturas. Ainda, os fertilizantes devem ficar longe de qualquer material inflamável, a pelo menos 5 metros. É importante proteger o fertilizante sólido da umidade para evitar empedramento.
O produtor deve limitar a altura das pilhas de fertilizante para evitar desmoronamento e acidentes.
Caso o produtor não tenha um depósito coberto, existe a possibilidade de estocar os produtos no campo por curto período. Para situações como esta, é preciso utilizar lona ou paletes para evitar o contato das sacarias com água da chuva e contaminação do solo. Ainda, os fertilizantes devem ser cobertos por lona, ou semelhante, para que fique protegido de chuva e luz intensa.
Os fertilizantes líquidos devem ser colocados em depósitos com contenções semelhantes aos de defensivos, de maneira que não haja contaminação do solo e da água em caso de vazamentos.
Existem outras maneiras que são corretas para armazenamento de fertilizantes do que as que acabamos de explanar nesta coluna, porém são menos comuns. Se houver dúvidas quanto ao armazenamento de defensivos e fertilizantes entre em contato conosco da Canaoeste, que estaremos prontos para te ajudar.