O aumento da gasolina e do diesel, anunciado nas últimas semanas pelo governo federal, já virou realidade em grande parte dos postos de Bauru. No caso mais “gritante”, o litro da gasolina comum chegou ontem a ser encontrado por R$ 3,29.
O acréscimo da tributação sobre os produtos pelo governo é, desde domingo, de R$ 0,22 por litro (gasolina) e R$ 0,15 sobre o litro do diesel e decorre de decreto que autorizou o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins.
Como alguns postos ainda tinham estoques nesta segunda-feira, a variação da gasolina ficou mais elástica e chegou a R$ 0,47 no litro.
Para se ter ideia, enquanto o preço chegava a R$ 3,29 em estabelecimentos na zona Sul, o mesmo produto era comercializado por estabelecimento de igual bandeira a R$ 2,82 em outra região.
Já o litro do diesel foi encontrado por R$ 2,64 o mais barato e R$ 2,99, o mais caro (diferença de R$ 0,35).
O etanol foi o combustível que apresentou menos variação, sendo encontrado a R$ 1,90 e R$ 2,09/litro (era R$ 1,89 e R$ 2,07).
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Bauru (Sincopetro) diz que a diferença de preço decorra de período de adaptação dos estabelecimentos frente ao novo tributo e que os novos preços deverão ser praticados na totalidade dos postos até fim da semana.
Entressafra?
Vale lembrar que o aumento dos tributos, determinado pelo governo, não incide sobre o combustível de cana-de-açúcar. Mas o produto, mesmo assim, sofreu variação de preço.
No final de 2014, a gasolina e o diesel ficaram 3% e 5%, respectivamente, mais caros nas refinarias, aumento que também provocou reajuste automático do etanol.
Para o presidente do Sincopetro em Bauru, José Antônio Reghine, o reajuste do etanol neste momento é “especulativo”. “Não somos nós que aumentamos, são as distribuidoras e usinas. O preço do combustível é liberado e cada distribuidora repassa o valor que quer. Dependendo do interesse delas na cidade, o aumento é maior ou menor”, comenta Reghine.
“O etanol não tem nada a ver com esse aumento da tributação, mas acredito que isso tenha acontecido para que o preço entre ele e a gasolina continue competitivo”, completa.
Diretor da mesma entidade, Edivaldo Tuschi, que também é empresário do ramo, acredita que o aumento do etanol tenha decorrido do período de entressafra e de uma crise que assola o setor.
“A entressafra cessa somente em abril, que é o período em que o preço do etanol costuma baixar. Mas, além disso, tem a questão de mercado também, várias usinas sofreram com a seca na região, algumas já até fecharam”, pontua Tuschi.
Mais reajuste?
O diretor do Sincopetro em Bauru ressalta que há previsões de mais aumento ainda para o preço do etanol por parte de algumas distribuidoras.
“Talvez isso ocorra nesta quarta-feira. As distribuidoras ainda não repassaram o acréscimo referente ao aumento do Cide e PIS/Cofins, apenas a margem da entressafra”, pontua.
“O custo de fabricação do etanol é uma variável. O reajuste do Diesel impacta diretamente no preço dele. Afinal, todo o processo para produção do etanol depende de caminhões que usam diesel, desde a colheitadeira até o transporte final”, explica Tuschi.
Segundo o JC apurou junto a proprietários de postos de combustíveis, algumas distribuidoras teriam, inclusive, cancelado alguns pedidos na ultima semana, alegando que o produto estaria em falta.
A justificativa de que há alta do preço nas usinas por conta de um consumo maior nos postos também ainda não se sustenta.
Na semana passada, o preço do etanol hidratado subiu apenas R$ 0,006 por litro nas unidades produtoras, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), citado em reportagem publicada ontem pelo Estadão Conteúdo.
Proprietário de cinco postos na cidade, Tuschi defende a categoria. “O aumento de preço vem das distribuidoras e das usinas. Nossa margem de lucro é a mesma”.
‘É quase assalto’
O aumento dos preços e a promessa de um novo acréscimo no etanol programado para esta quarta-feira assustou alguns motoristas em Bauru.
“Não tinha prestado a atenção. Esse aumento é absurdo, é quase um assalto. Vamos ter que começar a pensar duas vezes antes de sair de casa com o carro”, reclama a cuidadora de idosos, Cristiane Amorim, que pagou R$ 3,29 por litro de gasolina abastecido.
A mesma crítica foi feita pelo motorista Reinaldo Marangão, que abastecia seu veículo com etanol a R$ 2,09 o litro. “Tá caro demais. Eu viajo diariamente e, no final do mês, a diferença vai pesar bastante no bolso. Esse preço é especulação, acredito que estamos pagando pela corrupção”, afirma.
O aumento da gasolina e do diesel, anunciado nas últimas semanas pelo governo federal, já virou realidade em grande parte dos postos de Bauru. No caso mais “gritante”, o litro da gasolina comum chegou ontem a ser encontrado por R$ 3,29.
O acréscimo da tributação sobre os produtos pelo governo é, desde domingo, de R$ 0,22 por litro (gasolina) e R$ 0,15 sobre o litro do diesel e decorre de decreto que autorizou o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins.
Como alguns postos ainda tinham estoques nesta segunda-feira, a variação da gasolina ficou mais elástica e chegou a R$ 0,47 no litro.
Para se ter ideia, enquanto o preço chegava a R$ 3,29 em estabelecimentos na zona Sul, o mesmo produto era comercializado por estabelecimento de igual bandeira a R$ 2,82 em outra região.
Já o litro do diesel foi encontrado por R$ 2,64 o mais barato e R$ 2,99, o mais caro (diferença de R$ 0,35).
O etanol foi o combustível que apresentou menos variação, sendo encontrado a R$ 1,90 e R$ 2,09/litro (era R$ 1,89 e R$ 2,07).
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Bauru (Sincopetro) diz que a diferença de preço decorra de período de adaptação dos estabelecimentos frente ao novo tributo e que os novos preços deverão ser praticados na totalidade dos postos até fim da semana.
Entressafra?
Vale lembrar que o aumento dos tributos, determinado pelo governo, não incide sobre o combustível de cana-de-açúcar. Mas o produto, mesmo assim, sofreu variação de preço.
No final de 2014, a gasolina e o diesel ficaram 3% e 5%, respectivamente, mais caros nas refinarias, aumento que também provocou reajuste automático do etanol.
Para o presidente do Sincopetro em Bauru, José Antônio Reghine, o reajuste do etanol neste momento é “especulativo”. “Não somos nós que aumentamos, são as distribuidoras e usinas. O preço do combustível é liberado e cada distribuidora repassa o valor que quer. Dependendo do interesse delas na cidade, o aumento é maior ou menor”, comenta Reghine.
“O etanol não tem nada a ver com esse aumento da tributação, mas acredito que isso tenha acontecido para que o preço entre ele e a gasolina continue competitivo”, completa.
Diretor da mesma entidade, Edivaldo Tuschi, que também é empresário do ramo, acredita que o aumento do etanol tenha decorrido do período de entressafra e de uma crise que assola o setor.
“A entressafra cessa somente em abril, que é o período em que o preço do etanol costuma baixar. Mas, além disso, tem a questão de mercado também, várias usinas sofreram com a seca na região, algumas já até fecharam”, pontua Tuschi.
Mais reajuste?
O diretor do Sincopetro em Bauru ressalta que há previsões de mais aumento ainda para o preço do etanol por parte de algumas distribuidoras.
“Talvez isso ocorra nesta quarta-feira. As distribuidoras ainda não repassaram o acréscimo referente ao aumento do Cide e PIS/Cofins, apenas a margem da entressafra”, pontua.
“O custo de fabricação do etanol é uma variável. O reajuste do Diesel impacta diretamente no preço dele. Afinal, todo o processo para produção do etanol depende de caminhões que usam diesel, desde a colheitadeira até o transporte final”, explica Tuschi.
Segundo o JC apurou junto a proprietários de postos de combustíveis, algumas distribuidoras teriam, inclusive, cancelado alguns pedidos na ultima semana, alegando que o produto estaria em falta.
A justificativa de que há alta do preço nas usinas por conta de um consumo maior nos postos também ainda não se sustenta.
Na semana passada, o preço do etanol hidratado subiu apenas R$ 0,006 por litro nas unidades produtoras, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), citado em reportagem publicada ontem pelo Estadão Conteúdo.
Proprietário de cinco postos na cidade, Tuschi defende a categoria. “O aumento de preço vem das distribuidoras e das usinas. Nossa margem de lucro é a mesma”.
‘É quase assalto’
O aumento dos preços e a promessa de um novo acréscimo no etanol programado para esta quarta-feira assustou alguns motoristas em Bauru.
“Não tinha prestado a atenção. Esse aumento é absurdo, é quase um assalto. Vamos ter que começar a pensar duas vezes antes de sair de casa com o carro”, reclama a cuidadora de idosos, Cristiane Amorim, que pagou R$ 3,29 por litro de gasolina abastecido.
A mesma crítica foi feita pelo motorista Reinaldo Marangão, que abastecia seu veículo com etanol a R$ 2,09 o litro. “Tá caro demais. Eu viajo diariamente e, no final do mês, a diferença vai pesar bastante no bolso. Esse preço é especulação, acredito que estamos pagando pela corrupção”, afirma.