“Com união iremos fortalecer e expandir a organização”

05/04/2016 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 117
A afirmação é do engenheiro agrônomo Eduardo Vasconcellos Romão, recém-eleito presidente da ORPLANA (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) para a gestão 2016/2019.
Casado, pai de duas meninas, Romão é formado pela ESALQ/USP, com especialização em Logística pela UNESP-Bauru e tem uma trajetória respeitada no cultivo da cana-de-açúcar e na liderança de entidade ligada ao setor – este é o seu segundo mandato como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú).
No novo cargo, como presidente da ORPLANA, o qual assumiu após eleição realizada no dia 11 de março, na sede da organização, em Ribeirão Preto-SP, Romão tem pela frente o desafio de dar continuidade ao plano de reestruturação implantado ano passado na entidade, que congrega 33 associações de fornecedores de cana dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Confira entrevista exclusiva que o profissional concedeu à Canavieiros:
Revista Canavieiros - Qual foi a sua trajetória no setor sucroenergético?
Eduardo Vasconcelos Romão: Sou produtor de cana-de-açúcar e tenho uma história familiar ligada ao setor sucroenergético. Há quatro anos iniciei minha trajetória em liderança de entidade, como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú), assumindo a gestão da mesma no período de 2011 a 2014, sendo reeleito para o mandato que ainda está em vigor. Durante esses anos, procurei inserir os nossos associados na realidade da demanda mundial, que deverá exigir aumento de 40% na produção de alimentos, fibra e energia para alimentar nove bilhões de pessoas, sendo que a sustentabilidade deverá ser o foco principal para se chegar neste patamar.
Com a eleição da ORPLANA em pauta, fui convidado para liderar o processo já que a organização foi, de certa forma, um berço de conhecimento para a gente conseguir exercer a liderança de nossa associação, que, mesmo sendo pequena, tem grande representatividade.
A ASSOCICANA é formada por pequenos e médios produtores, são 1200 fornecedores de cana-de-açúcar presentes em 15 cidades e que representam 4,5 milhões de toneladas de cana. Somos a 10ª regional mais importante das 40 existentes no Estado de São Paulo, e uma das quatro associações existentes na nossa região onde estão instaladas 11 usinas.
Ali o nosso papel é de fazer um exercício político e social, fazendo reivindicações junto às autoridades competentes, mas também, sempre procurando caminhar ao lado do produtor, tentando o resgatar para que participe das ações da associação. Assim, todos juntos, conseguiremos mostrar a força que uma associação de classe, uma cooperativa pode ter. É neste contexto que pretendo trabalhar na ORPLANA, fazendo uso de minha experiência, contribuindo para o crescimento e fortalecimento da organização.
Revista Canavieiros - A ORPLANA vem passando por mudanças desde 2015. Quais os principais projetos e ações da entidade em 2016?
Romão: A ORPLANA fechou um ciclo no ano passado para começar um novo momento, tendo sempre como objetivo melhor representar o fornecedor de cana-de-açúcar, se modernizando a fim de permanecer forte como associação, tanto na sua voz política quanto na voz empresarial, diante da atual realidade que vivemos. Com um planejamento estratégico feito a partir de demandas diretas dos produtores, levantadas durante a realização do projeto Caminhos da Cana, coordenado pelo professor Marcos Fava Neves, foi possível traçar novos rumos com a realização de 19 projetos de melhoria que deverão ser implantados pela ORPLANA até 2025. 
É isso que vem acontecendo e vai se intensificar ao longo de 2016. Estamos trabalhando em grupos para melhorar o relacionamento, estreitar e aumentar a comunicação com as associações que integram a nossa organização.
Revista Canavieiros - Como presidente da Orplana qual será a sua missão?
Romão: Minha missão é conseguir seguir as diretrizes estratégicas formatadas para a reestruturação da organização. A equipe já está montada e seguiremos trabalhando e compartilhando informações, discutindo novas práticas de gestão, de certificação e de relacionamento com usinas, enfim, tudo que seja essencial para o dia a dia dos nossos produtores de cana. Este é um lado que queremos atuar, o outro, é no sentido de nos aproximarmos mais das associações e seus integrantes, ou seja, o produtor em si. Diante de toda mudança enfrentada pelo processo de mecanização e a cobrança cada vez maior pela produção sustentável, é essencial que se tenha um plano para efetuar a mudança no procedimento adotado até então, e que, em muitos casos foi passado de pai para filho... é preciso fechar o caderninho e iniciar outro, fazendo uso das novas tecnologias existentes, buscando sempre o crescimento do seu negócio e do setor. A ORPLANA foi essencial na minha formação, porque estava ao meu lado quando precisava e é este o papel da organização e, por consequência, o meu e de cada um que passou por este cargo. Todos juntos, compartilhando o conhecimento e fortalecendo a cadeia canavieira. Eu não fui eleito sozinho, só liderarei o processo, mas trabalharemos juntos por um desempenho melhor.
Revista Canavieiros - Em sua opinião, quais os principais desafios que a ORPLANA enfrenta para defender os interesses dos produtores de cana--de-açúcar?
Romão: Estamos saindo de um período muito ruim, provocado por uma série de posturas equivocadas da política agrícola e hoje o cenário nos alenta com alguns sinais positivos. Diante desse novo momento, nós precisamos ter força para nos reerguer e, através do potencial da nossa organização, pleitear um plano de safra satisfatório, conseguir um perfil melhor de atendimento às nossas demandas de crédito, solicitar mais agilidade na liberação de novas tecnologias, entre outras ações que devem ser processadas neste sentido. É preciso estar ciente que o modelo mudou e que aquilo que se fazia tem que ser atualizado, caso contrário, não há como sobreviver. Assim, nosso desafio como organização é despertar no nosso associado esse novo perfil contribuindo para que ele faça um novo alinhamento e torne a sua produção sustentável e continue inserido no processo do segmento.
Revista Canavieiros - O Governo Federal tem aberto as portas para ouvir a demanda dos produtores?
Romão: Em partes. A tratativa nunca deve ser abandonada, deve perseverar sempre. Enquanto isso não ocorre de maneira satisfatória, é um dever nosso fortalecer as instituições e estar dentro das cooperativas, Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), FAESP (Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de São Paulo), das federações, dos sindicatos, enfim, todas as instituições que envolvem o agro têm que se organizar, fortalecendo uma pauta comum, um objetivo comum, procurando êxito nas nossas demandas.
Revista Canavieiros - Em sua visão, quais são os caminhos para o setor sucroenergético sair da crise?
Romão: Temos que alcançar altas produtividades, usar as tecnologias, ter um empenho setorial muito forte, mais linhas de crédito, etc. A partir do momento que se aglutina e se alinha em cima de demandas específicas, acredito que seja possível se melhorar o perfil do setor. Neste sentido, iremos traçar as nossas iniciativas aqui dentro da nossa organização.
Revista Canavieiros - Como a ORPLANA pode colaborar para que isso ocorra?
Romão: Dentro do nosso planejamento estratégico, grupos já trabalham para gerar novos comportamentos, posturas e serviços que serão partilhados com todas as associações que contemplam a ORPLANA.
Revista Canavieiros - A ORPLANA comemora 40 anos em junho deste ano e já fez a sua história em prol do fornecedor de cana-de-açúcar. Qual a receita para continuar manter essa representatividade nas próximas décadas?
Romão: O fundamental é nos mantermos unidos e continuar gerando produtos, informações, posturas para permanecermos no negócio. Isso é como uma corrida de Sprint. Cada um entrega o bastão para o outro com o objetivo final único. Portanto, é fundamental estar ao lado do produtor o auxiliando e ajudando a construir um futuro melhor para todos. 
A afirmação é do engenheiro agrônomo Eduardo Vasconcellos Romão, recém-eleito presidente da ORPLANA (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) para a gestão 2016/2019.
 
Casado, pai de duas meninas, Romão é formado pela ESALQ/USP, com especialização em Logística pela UNESP-Bauru e tem uma trajetória respeitada no cultivo da cana-de-açúcar e na liderança de entidade ligada ao setor – este é o seu segundo mandato como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú).

 
No novo cargo, como presidente da ORPLANA, o qual assumiu após eleição realizada no dia 11 de março, na sede da organização, em Ribeirão Preto-SP, Romão tem pela frente o desafio de dar continuidade ao plano de reestruturação implantado ano passado na entidade, que congrega 33 associações de fornecedores de cana dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

 
Confira entrevista exclusiva que o profissional concedeu à Canavieiros:
 
Revista Canavieiros - Qual foi a sua trajetória no setor sucroenergético?

 
Eduardo Vasconcelos Romão: Sou produtor de cana-de-açúcar e tenho uma história familiar ligada ao setor sucroenergético. Há quatro anos iniciei minha trajetória em liderança de entidade, como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú), assumindo a gestão da mesma no período de 2011 a 2014, sendo reeleito para o mandato que ainda está em vigor.


Durante esses anos, procurei inserir os nossos associados na realidade da demanda mundial, que deverá exigir aumento de 40% na produção de alimentos, fibra e energia para alimentar nove bilhões de pessoas, sendo que a sustentabilidade deverá ser o foco principal para se chegar neste patamar.

 
Com a eleição da ORPLANA em pauta, fui convidado para liderar o processo já que a organização foi, de certa forma, um berço de conhecimento para a gente conseguir exercer a liderança de nossa associação, que, mesmo sendo pequena, tem grande representatividade.

 
A ASSOCICANA é formada por pequenos e médios produtores, são 1200 fornecedores de cana-de-açúcar presentes em 15 cidades e que representam 4,5 milhões de toneladas de cana. Somos a 10ª regional mais importante das 40 existentes no Estado de São Paulo, e uma das quatro associações existentes na nossa região onde estão instaladas 11 usinas.

 
Ali o nosso papel é de fazer um exercício político e social, fazendo reivindicações junto às autoridades competentes, mas também, sempre procurando caminhar ao lado do produtor, tentando o resgatar para que participe das ações da associação.


Assim, todos juntos, conseguiremos mostrar a força que uma associação de classe, uma cooperativa pode ter. É neste contexto que pretendo trabalhar na ORPLANA, fazendo uso de minha experiência, contribuindo para o crescimento e fortalecimento da organização.


 
Revista Canavieiros - A ORPLANA vem passando por mudanças desde 2015. Quais os principais projetos e ações da entidade em 2016?
 
Romão: A ORPLANA fechou um ciclo no ano passado para começar um novo momento, tendo sempre como objetivo melhor representar o fornecedor de cana-de-açúcar, se modernizando a fim de permanecer forte como associação, tanto na sua voz política quanto na voz empresarial, diante da atual realidade que vivemos.


Com um planejamento estratégico feito a partir de demandas diretas dos produtores, levantadas durante a realização do projeto Caminhos da Cana, coordenado pelo professor Marcos Fava Neves, foi possível traçar novos rumos com a realização de 19 projetos de melhoria que deverão ser implantados pela ORPLANA até 2025. 

 
É isso que vem acontecendo e vai se intensificar ao longo de 2016. Estamos trabalhando em grupos para melhorar o relacionamento, estreitar e aumentar a comunicação com as associações que integram a nossa organização.

 
 
Revista Canavieiros - Como presidente da Orplana qual será a sua missão?
 
Romão: Minha missão é conseguir seguir as diretrizes estratégicas formatadas para a reestruturação da organização. A equipe já está montada e seguiremos trabalhando e compartilhando informações, discutindo novas práticas de gestão, de certificação e de relacionamento com usinas, enfim, tudo que seja essencial para o dia a dia dos nossos produtores de cana. 

 
Este é um lado que queremos atuar, o outro, é no sentido de nos aproximarmos mais das associações e seus integrantes, ou seja, o produtor em si. Diante de toda mudança enfrentada pelo processo de mecanização e a cobrança cada vez maior pela produção sustentável, é essencial que se tenha um plano para efetuar a mudança no procedimento adotado até então, e que, em muitos casos foi passado de pai para filho... é preciso fechar o caderninho e iniciar outro, fazendo uso das novas tecnologias existentes, buscando sempre o crescimento do seu negócio e do setor. 

 
A ORPLANA foi essencial na minha formação, porque estava ao meu lado quando precisava e é este o papel da organização e, por consequência, o meu e de cada um que passou por este cargo. Todos juntos, compartilhando o conhecimento e fortalecendo a cadeia canavieira. Eu não fui eleito sozinho, só liderarei o processo, mas trabalharemos juntos por um desempenho melhor.


 
Revista Canavieiros - Em sua opinião, quais os principais desafios que a ORPLANA enfrenta para defender os interesses dos produtores de cana--de-açúcar?
 
Romão: Estamos saindo de um período muito ruim, provocado por uma série de posturas equivocadas da política agrícola e hoje o cenário nos alenta com alguns sinais positivos. Diante desse novo momento, nós precisamos ter força para nos reerguer e, através do potencial da nossa organização, pleitear um plano de safra satisfatório, conseguir um perfil melhor de atendimento às nossas demandas de crédito, solicitar mais agilidade na liberação de novas tecnologias, entre outras ações que devem ser processadas neste sentido.

 
É preciso estar ciente que o modelo mudou e que aquilo que se fazia tem que ser atualizado, caso contrário, não há como sobreviver. Assim, nosso desafio como organização é despertar no nosso associado esse novo perfil contribuindo para que ele faça um novo alinhamento e torne a sua produção sustentável e continue inserido no processo do segmento.

 
 
Revista Canavieiros - O Governo Federal tem aberto as portas para ouvir a demanda dos produtores?
 
Romão: Em partes. A tratativa nunca deve ser abandonada, deve perseverar sempre. Enquanto isso não ocorre de maneira satisfatória, é um dever nosso fortalecer as instituições e estar dentro das cooperativas, Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), das federações, dos sindicatos, enfim, todas as instituições que envolvem o agro têm que se organizar, fortalecendo uma pauta comum, um objetivo comum, procurando êxito nas nossas demandas.

 
 
Revista Canavieiros - Em sua visão, quais são os caminhos para o setor sucroenergético sair da crise?
 
Romão: Temos que alcançar altas produtividades, usar as tecnologias, ter um empenho setorial muito forte, mais linhas de crédito, etc. A partir do momento que se aglutina e se alinha em cima de demandas específicas, acredito que seja possível se melhorar o perfil do setor. Neste sentido, iremos traçar as nossas iniciativas aqui dentro da nossa organização.

 
 
Revista Canavieiros - Como a ORPLANA pode colaborar para que isso ocorra?
 
Romão: Dentro do nosso planejamento estratégico, grupos já trabalham para gerar novos comportamentos, posturas e serviços que serão partilhados com todas as associações que contemplam a ORPLANA.

 
 
Revista Canavieiros - A ORPLANA comemora 40 anos em junho deste ano e já fez a sua história em prol do fornecedor de cana-de-açúcar. Qual a receita para continuar manter essa representatividade nas próximas décadas?
 
Romão: O fundamental é nos mantermos unidos e continuar gerando produtos, informações, posturas para permanecermos no negócio. Isso é como uma corrida de Sprint. Cada um entrega o bastão para o outro com o objetivo final único. Portanto, é fundamental estar ao lado do produtor o auxiliando e ajudando a construir um futuro melhor para todos.