Com o início da produção da primeira usina de açúcar de Angola, na semana passada, a Biocom (sociedade da brasileira Odebrecht com duas empresas angolanas), o açúcar do Brasil vai ter mais dificuldade para entrar no país africano.
Segundo o diretor-geral da Biocom, Carlos Mathias, até o próximo mês, o governo de Angola deve definir um imposto de importação maior para o produto brasileiro.
O objetivo é fazer uma reserva de mercado e tornar o preço do açúcar angolano competitivo.
Até agora, todo o açúcar de Angola era importado (75% do Brasil; 20% da África do Sul e 5% de Portugal). Na primeira fase de produção, a usina vai fornecer 70% da necessidade de Angola. Depois, até 2019/20, serão 100%.
De acordo com Mathias, "todos os países africanos têm isenção de impostos para colocação de seus produtos. É uma vantagem, dá uma certa competitividade. É muito difícil, por exemplo, competir com o preço do açúcar brasileiro."
Ele afirma que, "quando começa, a indústria tem de ter um nível de proteção. Angola tem leis específicas para isso".
"Não tenho como competir com o preço do Brasil, é impossível. Como o Brasil tem e faz, Angola também cria barreiras. Então dá uma competividade para mim. Sempre vai ser mais difícil, porque no Brasil há indústrias de peças de reposição. Aqui temos de importar tudo. Quanto tempo ainda vai levar para ter uma indústria de peças em Angola? Ainda vai levar muito tempo", diz Mathias.
O diretor declara que só se consegue dar competitividade à indústria protegendo no começo. Mas também diz que é preciso saber a hora de parar com o protecionismo.
"Não pode proteger a vida inteira, senão acaba protegendo a incompetência, a improdutividade. Senão ocorre como no Brasil: excesso de proteção, que gerou falta de competitividade."
Mathias não revelou de quanto será o novo imposto. "Estamos negociando com o governo, já foi encaminhado ao Ministério da Agricultura. Já era para ter aprovado, há mais ou menos um pré-acordo, mas oficialmente ainda não foi acordado."
A exportação de açúcar para Angola representa em torno de 1% do total brasileiro. O Brasil exportou cerca de 34,5 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/2014. Só para Angola, foram 340 mil toneladas.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as empresas do setor, foi procurada pelo UOL para comentar os efeitos do aumento de imposto para exportação a Angola, mas não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
A Coopersucar, uma gigante do setor, também foi consultada, mas não comentou.
Com o início da produção da primeira usina de açúcar de Angola, na semana passada, a Biocom (sociedade da brasileira Odebrecht com duas empresas angolanas), o açúcar do Brasil vai ter mais dificuldade para entrar no país africano.
Segundo o diretor-geral da Biocom, Carlos Mathias, até o próximo mês, o governo de Angola deve definir um imposto de importação maior para o produto brasileiro.
O objetivo é fazer uma reserva de mercado e tornar o preço do açúcar angolano competitivo.
Até agora, todo o açúcar de Angola era importado (75% do Brasil; 20% da África do Sul e 5% de Portugal). Na primeira fase de produção, a usina vai fornecer 70% da necessidade de Angola. Depois, até 2019/20, serão 100%.
De acordo com Mathias, "todos os países africanos têm isenção de impostos para colocação de seus produtos. É uma vantagem, dá uma certa competitividade. É muito difícil, por exemplo, competir com o preço do açúcar brasileiro."
Ele afirma que, "quando começa, a indústria tem de ter um nível de proteção. Angola tem leis específicas para isso".
"Não tenho como competir com o preço do Brasil, é impossível. Como o Brasil tem e faz, Angola também cria barreiras. Então dá uma competividade para mim. Sempre vai ser mais difícil, porque no Brasil há indústrias de peças de reposição. Aqui temos de importar tudo. Quanto tempo ainda vai levar para ter uma indústria de peças em Angola? Ainda vai levar muito tempo", diz Mathias.
O diretor declara que só se consegue dar competitividade à indústria protegendo no começo. Mas também diz que é preciso saber a hora de parar com o protecionismo.
"Não pode proteger a vida inteira, senão acaba protegendo a incompetência, a improdutividade. Senão ocorre como no Brasil: excesso de proteção, que gerou falta de competitividade."
Mathias não revelou de quanto será o novo imposto. "Estamos negociando com o governo, já foi encaminhado ao Ministério da Agricultura. Já era para ter aprovado, há mais ou menos um pré-acordo, mas oficialmente ainda não foi acordado."
A exportação de açúcar para Angola representa em torno de 1% do total brasileiro. O Brasil exportou cerca de 34,5 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/2014. Só para Angola, foram 340 mil toneladas.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as empresas do setor, foi procurada pelo UOL para comentar os efeitos do aumento de imposto para exportação a Angola, mas não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
A Coopersucar, uma gigante do setor, também foi consultada, mas não comentou.