Combate ao fogo em constante evolução

16/09/2021 Noticias POR: MARINO GUERRA

O Grupo Viralcool (Unidade de Pitangueiras) é um bom exemplo de como é tratado o assunto fogo numa usina. Mediante a pesados investimentos a cada safra, baseado num tripé formado por tecnologia, capacitação e infraestrutura foi possível reduzir, mesmo com toda complexidade climática de 2021 (seca extrema e geadas), até o final de julho em 40% a quantidade de hectares incendiados no comparativo com igual período do ano passado.

No quesito inovação, a principal ferramenta é a implantação de um sistema de monitoramento que através das imagens por satélite acusa a presença de fogo tanto em áreas cultivadas pela usina como na região, oferecendo informações valiosas como comportamento do vento e os melhores caminhos para a equipe de combate se locomover.

Instalado em 2018, a tecnologia ainda pontua o risco de incêndio em cada propriedade através de um índice que leva em consideração umidade relativa do ar, temperatura e até mesmo o histórico de ocorrências.

Os aplicativos de conversa instantâneos também são recursos fundamentais tanto para dar agilidade ao PAM (Plano de Auxílio Mútuo) que na região é formado, além da unidade da Viralcool, a Usina Pitangueiras e três polos do Grupo Tereos (Andrade, São José e Mandu) e em grupos formados por profissionais de outras usinas, corpo de bombeiros e fornecedores de cana.

“A cada ano percebemos mais o empenho de todos com a compra de caminhões e investimento em monitoramento do setor como um todo”, disse o técnico de controle de meio ambiente da Viralcool Pitangueiras, André Chrystyan Bresqui.

Um terceiro viés tecnológico da operação é o rastreamento e monitoramento de toda frota de caminhões pipa, tornando possível saber em tempo real a distância de cada um dos focos e o melhor ponto para cercar do modo mais eficiente as chamas.

Sobre a estrutura de combate, a usina conta com cinco caminhões 100% dedicados que são espalhados estrategi­camente em pontos conforme o que aponta o sistema e as planilhas de acompanhamento.

Além disso, há outros dez que acompanham as frentes de colheita, mas estão preparados em caso de urgência a interromper o corte e seguir para a briga com o fogo. Para que não falte água, há inúmeras estruturas de captação espalhadas por toda região.

Assim, considerando somente os veículos dedicados exclu­sivamente, há uma equipe que varia na casa dos 50 profis­sionais, todos efetivos e que constantemente passam por treinamentos. Se considerar o pessoal que acompanha a colheita, passa dos 100.

Ainda falando em capacitação, a empresa trabalha de maneira constante em campanha de conscientização da população em seu entorno, visando a quebra de alguns hábitos que possam causar um incêndio acidental.

Aceiros limpos

Uma prática de prevenção bastante eficiente adotada na empresa é o trabalho de limpeza de aceiros que circundam principalmente matas (reservas legais, APP, fragmentos florestais, entre outros), fazendo o serviço não somente em todas as propriedades sob responsabilidade da usina, mas também em áreas de fornecedores.

Para se ter ideia da magnitude, no mês de maio foram 27 propriedades limpas, em junho foram 36, em julho 28, enquanto que em agosto, até o dia 19, haviam sido 25; gerando um total de 116.

“Depois da implantação da cartilha e do programa de pontos acreditamos ter um norte para trabalhar as ques­tões de prevenção/mitigação e o combate, como a limpeza de aceiros, os monitoramentos e a criação do PAM entre outros pré-requisitos fundamentais. Outra evolução foi o relacionamento com os órgãos de fiscalização, hoje é pos­sível ver uma sinergia tanto do setor produtivo como deles em resolver o problema e não apenas em achar culpados”, completou Bresqui e Welton Rodrigo Lemes, coordenador do PAM e encarregado de setor da unidade.