Conhecimento varietal em nível extremo

24/06/2021 Noticias POR: Revista Canavieiros

A quarta-feira de eventos do Agronegócio Copercana 2021 iniciou com uma visão em 360 graus do que há de melhor sobre conhecimento varietal em cana-de-açúcar.

Sob a mediação do engenheiro agrônomo da Copercana, Gustavo Nogueira, estiveram presentes representando o IAC o seu atual diretor geral, Marcos Landell, e o melhorista do Programa Cana, Thiago Nogueira Silva; do CTC participaram Mauro Violante, gerente de desenvolvimento de produtos e assistência técnica e Rodrigo Mahlmann de Almeida, gerente comercial; da Ridesa (Ufscar) estiveram presentes os pesquisadores Roberto Chapola e Flávio de Souza Costa; por fim, representando o setor produtivo esteve presente o fornecedor, cooperado da Copercana e presidente da Canacampo (Campo Florido-MG), Daine Frangiosi.

A dinâmica do evento constituiu em um primeiro momento cada centro de desenvolvimento apresentasse cultivares de destaque com o recorte para a região de abrangência da Copercana.

Assim, Landell destacou a IACSP95-5094 como uma grande opção para adoção no sistema de terceiro eixo; a IACSP01-5503 que se destaca pela rusticidade e excelente porte ereto, inclusive em produtividades acima das 200 toneladas por hectare; IACCT07-8008 que apresenta resultados positivos no plantio mecanizado e ótima adaptabilidade para o norte de Goiás; IACSP04-6007, que foi desenvolvida na região de Assis, mas está virando um “Leão” na região de Batatais-SP; IACCTC05-2562, que possui fechamento agressivo e vem sendo adotada em áreas de produção de açúcar orgânico; e IACSP96-7569, cana que vem se adaptando em Pitangueiras-SP, Viradouro-SP e Sertãozinho-SP tendo a soqueira muito boa.

Violante mostrou o processo de lançamento das variedades BT com foco na proteção contra a Broca e ressaltou as duas últimas novidades nessa categoria, a CTC 9003bt e a versão geneticamente modificada da RB867515. Do time das convencionais ele destacou a CTC 9006, como uma variedade rústica, mas resistente a diversas doenças, principalmente o carvão; a CTC 9007, que oferece um período de colheita longo e alta resposta ao investimento em adubação; CTC-02-2994, como uma opção para final de safra e que suporta bem o stress hídrico; e a CTC-96-1007, que aparece bem como média tardia em ambientes altamente restritivos.

Do lado da Ufscar, a apresentação foi dividida em dois momentos, sendo o primeiro assunto o censo varietal que mostrou as variedades novas, que estão ganhando maior adesão no setor, se destacando as: RB 97-5242, variedade para ambientes pobres; RB 97-5201, com boa produtividade em solos mais favoráveis; RB 98-5476, tendo a soqueira como um dos seus destaques; e a RB 97-5033, variedade que embora não tenha sido liberada, já desponta como uma alternativa para solos intermediários e resistência ao stress hídrico.

A última apresentação ficou por conta do produtor Daine Frangiosi, que mostrou a evolução da formação de seu viveiro primário, que ultrapassará duzentas variedades para o dia de campo de 2022 e lembrou que não basta a apenas a adoção da tecnologia genética, é preciso mudar a postura na questão do manejo e principalmente na estratégia de plantio.

Para encerrar, os participantes foram incentivados pelo mediador a refletirem sobre o preocupante dado de que cerca de 70% do plantio advém de mudas de canaviais comerciais.

Segundo Landell, o número, retirado de um trabalho executado pelo IAC, é preocupante, mas por outro lado, também mostra o aumento da adesão pelas MPBs e crescimento na velocidade de adesão de variedades novas.

Já Violante lamentou essa realidade lembrando que a utilização de mudas sem procedência afeta principalmente a longevidade do canavial, e que realizar o controle fitossanitário é o alicerce de tudo, não exigindo grandes investimentos, apenas planejamento do produtor.

 

No mesmo sentido Chapola ressaltou que trabalhar com mudas com sanidade garante no mínimo mais dois cortes, enquanto que o Daine apontou que essa prática é a principal porta de entrada de doenças inexistentes numa região, o que não prejudica o produtor de maneira individual, mas todo o setor.

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