Consumo de etanol em Minas subiu 40% ao longo de 2013

31/10/2013 Etanol POR: Diário do Comércio
O consumo de etanol em Minas Gerais aumentou 40% ao longo de 2013, alcançando 60 milhões de litros/mês, contra cerca de 38 milhões mensais no ano passado. E com a produção muito acima da registrada em 2012, o combustível volta a ser vantajoso para o consumidor, que precisará, no entanto, pesquisar o local onde irá abastecer, já que os preços em Belo Horizonte, segundo pesquisa do Procon Assembleia, estão variando de R$ 1,789 a R$ 2,399, diferença de R$ 0,61. O levantamento também detectou que o etanol sofreu aumento de 0,64% de setembro para outubro, o que pode ser conseqüência da proximidade do fim da safra de cana-de-açúcar, que vai até o início de dezembro.
 
Porém, também pode ter influenciado a queda na produção na segunda quinzena de setembro, em função das chuvas que caíram no período e que levaram os produtores a interromperem a moagem da cana. "O preço do etanol hidratado subiu R$ 0,07 centavos por litro nos últimos dois meses", informa o secretário-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. Ele observa, entretanto, que apesar das diferenças encontradas pelo Procon, os preços estão estáveis nas últimas semanas.
 
O que aconteceu em 2013 foi que o mercado de etanol ficou melhor do que o de açúcar, cujos preços caíram muito, levando as usinas a ampliaram a produção de álcool. Enquanto no ano passado 50% da safra eram destinados ao etanol e a outra metade ao açúcar, meste exercício 56% da cana colhida em Minas foi usada na fabricação do combustível. Mário Campos ressalta, ainda, que até setembro o etanol estava sendo vendido pelas usinas a R$ 1,10 o litro (sem impostos), valor pouco abaixo do custo de produção, que passou para R$ 1,20 a partir de outubro.
 
Vender abaixo do custo foi a alternativa encontrada pelos produtores para competir com a gasolina, que há mais de vinte meses não tem reajustes. "Para vender etanol na bomba tivemos que vender abaixo do preço de custo, mas esta situação não se sustenta durante muito tempo", explica o secretário da Siamig. O aumento chegou ao consumidor, mas em muitos postos o etanol está competitivo, observa Mário Campos. Ele chama de "populista" a política do governo de subsidiar a gasolina e lembra que ela foi responsável pelo fechamento de 50 destilarias no Brasil nos últimos três anos, das quais seis em Minas.
 
A pesquisa do Procon constatou um aumento médio de 0,21% nos preços dos combustíveis na Capital em relação a setembro. Os únicos produtos que sofreram redução nos preços foram o gás natural veicular (GNV), 0,77% mais barato, e a gasolina comum, com valores 0,25% menores, enquanto o etanol subiu. Além do aumento, o combustível foi o que apresentou a maior variação de preços de um estabelecimento para o outro.