Consumo de etanol supera oferta nos EUA

A quebra na produção de milho já faz efeitos sobre a oferta de etanol nos Estados Unidos. A produção norte-americana de julho recuou para 4,2 bilhões de litros, a menor nos últimos 28 meses.

Com a oferta menor, os norte-americanos aceleram as importações, que somaram 162 milhões de litros em julho, o maior volume mensal em 45 meses.

A demanda interna se mantém em 4,4 bilhões de litros por mês, mas produção e importação já não são suficientes para cobrir esse volume. Há quatro meses que há deficit entre oferta e demanda. De abril a julho, o consumo superou em 410 milhões de litros a oferta.

Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), que mostra que os estoques disponíveis são suficientes para 23 dias de consumo. No início do ano, podiam abastecer 26 dias.

Oferta menor e preços mais elevados do milho vão derrubar o consumo das usinas para 114 milhões de toneladas do cereal nesta safra 2012/13. No ano passado, foram 127 milhões.

A oferta menor desse combustível fez os norte-americanos elevar as importações, principalmente do Brasil.

Além de produção menor, os norte-americanos elevam as compras do Brasil porque o etanol de cana é mais avançado e mais limpo do que o de milho, cumprindo mais o papel de combustível alternativo à gasolina.

As exigências cada vez maiores de alguns Estados norte-americanos por um combustível limpo farão com que as exportações brasileiras subam para 2,8 bilhões de litros nesta safra.


Mais tarde

A safra paulista de cana-de-açúcar terminará mais tarde neste ano. Grande parte das usinas ainda estará em ritmo de colheita durante a primeira quinzena de dezembro, afirma Antonio de Padua Rodrigues, da Unica.


Menor

Um número que indica esse atraso é o total de empresas que já encerraram as atividades neste ano, diz ele. Até agora, apenas 13 unidades deixaram de colher, ante 51 no mesmo período do ano passado.