Caminhonetes: raio-x da safra 2019

02/01/2019 Geral POR: Revista Canavieiros
Por: Marino Guerra


A disputa para ganhar o público das picapes é a cada ano mais acirrada, portfólios de configurações e modelos crescem anualmente, isso com o objetivo de conseguir atingir o gosto ou necessidade específica de públicos distintos que poderão fazer a diferença nos relatórios de venda.

Como sempre as versões top de linha são um show à parte, porém cada vez mais as linhas esportivas estão ganhando destaque, tanto pelo seu estilo personalizado, como em decorrência dos recursos tecnológicos embarcados.

A seguir está um resumo dos modelos 2019 das principais picapes do Brasil. Vale lembrar que alguns modelos já estão no mercado há algum tempo, pois foram lançados na Agrishow, que acontece entre o fim de abril e começo de maio, porém como esse foi ano de Salão do Automóvel (que é bianual) algumas montadoras esperaram o evento máximo da indústria para apresentar as suas versões.

Aperfeiçoar para continuar liderando
A Hilux, líder de venda no segmento, foi uma que esperou essa oportunidade para apresentar uma frente totalmente redesenhada, com o objetivo de ganhar ares mais esportivos, o para-choque ficou maior incorporando faróis de neblina e a grade ganhou traços modernos. Essas mudanças estão presentes a partir do modelo SR.

A caminhonete, que comemorou 50 anos de seu lançamento global em 2018, também chega com valiosos itens em sua configuração interna. Na versão intermediária (SRV), passou a vir de fábrica com estepe em liga leve, airbags laterais e de cortina (sete ao todo), assistente eletrônico de subida, luz de condução diurna e retrovisor eletrocrômico.
No modelo SR, que a marca foca as vendas para produtores rurais, a caminhonete ganhou como itens de série ar-condicionado digital e luz de condução diurna.

Mas o que chamou mesmo a atenção foi o modelo GR Sport, criado para fazer frente à S-10 Midnight e à Frontier Attack. O veículo foi desenvolvido em cima dos fundamentos da Toyota Gazoo Racing, braço automobilístico da montadora, o qual tem como objetivo superar limites para proporcionar ao mercado as melhores soluções.

Primeiro veículo seguindo essa filosofia a ser lançado tanto no Brasil, como em toda a América Latina, seus diferenciais de maior destaque estão na suspensão, onde as molas dianteiras helicoidais foram endurecidas e os amortecedores passaram a ser monotubos, ao invés de tubo duplo. Essas medidas resultaram, segunda a montadora, no aprimoramento do controle do motorista sobre o veículo e com isso cresceu a confiança na pilotagem em alta velocidade em estradas de baixa aderência, como a terra, chegando mais próximo à experiência de um piloto de rally em comparação com as versões normais.

Silhueta envolvente
O maior destaque da nova linha da Nissan Frontier, que agora passa a ser fabricada em Córdoba-ARG, é o seu design, principalmente com a volta à vida do modelo Attack.

Além de suas atraentes linhas, o veículo ganha acessórios que o ajudam ainda mais a chamar atenção por onde passa, como adesivos no capô, laterais e tampa, estribos, barra inferior na dianteira, rack de teto e as rodas de 16 polegadas escurecidas com pneus off-road.

Segundo teste realizado pela Revista 4 Rodas, a nova linha também teve melhorias na suspensão, deixando seu balanço mais suave e, o aumento dos cilindros traseiros nos freios a tambor, segundo a publicação, diminuiu a distância na frenagem em 1,3 metros em todas as medições.

A família 2019 ainda ganha recursos focados no conforto, o primeiro é o sistema de suspensão denominado “multilink” único no mercado dotado com molas helicoidais ampliadas gerando, na visão da montadora, maior estabilidade e respostas mais rápidas na direção, principalmente quando carregada.

O segundo ponto está relacionado ao bem-estar dos passageiros, principalmente os que viajam no banco de trás, o qual foi esticado em 12,9 cm, aumentando assim a área de contato das pernas, ponto crítico no modelo anterior. O ângulo do encosto está também 3,5 graus maior.

Motores mais leves e iguais
Para fechar as novidades do Salão do Automóvel, a Mitsubishi também apresentou um novo design para a linha 2019 da L200 Triton Sport, porém o que chamou mesmo a atenção está abaixo do capô, todos os modelos vêm com o motor igual (2.4, turbo-diesel e 190 cv de potência) no entanto a grande novidade, dentro do mercado global de picapes, é que seu motor é o único feito com alumínio, 30 quilos mais leve, o que vai gerar maior performance.

Outro destaque é a grande opção de trações que são oferecidas ao motorista, a partir dos modelos HPE e HPE-S, a caminhonete conta com o 4x2, 4x4 asfalto (para pistas molhadas e sinuosas), 4x4 com bloqueio do diferencial central (para estradas de terra) e 4x4 reduzida (para pisos extremos como lama, atoleiros e aquele seu amigo que vive caindo no mata-burro).

S-10 investe na segurança
Lançada na Agrishow, as novidades para os modelos 2019 da S-10 ganham foco na inclusão de itens relacionados à segurança. As versões de entrada (LS, Advantage e LT) passam a contar como item de série o controle eletrônico de estabilidade e tração, enquanto que o modelo High Country (top de linha) oferecerá a quem se dispor a investir R$ 185 mil opções com seis airbags, que além dos frontais, foram incluídos os laterais e de cortina.

Mas o grande destaque dessa safra continua sendo a versão Midnight, idealizada pela sede norte-americana da montadora e apresentada pela primeira vez em solo brasileiro no Salão do Automóvel de 2016 como carro conceito. Trata-se de uma versão totalmente esportiva, praticamente inteira preta (carroceria, frisos, acabamentos e interior) encarnando o espírito arrojado e exclusivo dos carros customizados.

Para chegar a esse resultado, a montadora usou e abusou de acessórios como o santantônio, que dá a impressão do teto ser prolongado, e o protetor de caçamba que conta com suas laterais maiores deixando-a mais alta. Até a gravata da logo da Chevrolet, a qual é tradicionalmente dourada, ganhou um fundo preto exclusivo para a versão.

Na questão investimento, o custo da versão esportiva fica entre as principais configurações dos modelos LT e LTZ, ou seja, quando colocado em pé de igualdade o motor (2.8 turbo diesel), a potência (200 cavalos), tração (4x4) e câmbio (automático de 6 marchas), a LT sai por R$ 163 mil, enquanto que uma LTZ custa R$ 179 mil, já a Midnight se encaixa nos R$ 169 mil.

O motor mais forte da categoria
A linha 2019 da Amarok também já está no mercado desde a feira agropecuária quando assumiu o posto de motor mais forte da categoria, através dos modelos V6 3.0 de 225 cavalos, nas versões Highline (R$ 190 mil) e Extreme (R$ 200 mil), as duas principais da linha. Tamanha potência faz com que o veículo faça de 0 a 100 km/h em 8 segundos, segundo informações da Volkswagen.

A diferença de valores entre as duas está na presença de acessórios como: santantônio esportivo e estribos laterais planos de alumínio na cor do veículo, rodas aro 20 e revestimento dos bancos em couro “Nappa” (sintético de alta qualidade) e pedaleiras esportivas.

Um outro diferencial das caminhonetes é a tração “4 Motion” ou 4x4 permanente (de oito velocidades), onde as 4 rodas tracionam o tempo todo e o torque é dividido automaticamente por uma embreagem conforme a necessidade, evitando assim por exemplo o escorregamento em curvas. Além dos dois modelos já citados, a Highline 2.0 (R$ 183 mil) e a Comfortline (R$ 168 mil) também vêm com esse recurso de série.

A Amarok 2019 também apresenta novidades exclusivas relacionada à segurança, todos os modelos já possuem um recurso que aciona os freios automaticamente após o sensor detectar uma primeira batida, evitando com isso colisões secundárias e capotamentos. Outro item exclusivo é relacionado aos freios, esses disponíveis somente nas versões V6, que são freio de disco nas quatro rodas.

Foco no custo
Se for pensar a variante custo da linha 2019 das caminhonetes, o comprador que pesquisar todas as opções da categoria com certeza acabará escolhendo uma Ford Ranger.

Não só pela redução dos 12 modelos disponíveis no preço de tabela que a montadora praticou em outubro, mas também pelo modelo XLS 2.22 4x4 AT (câmbio automático) diesel, ser eleito pela Revista 4 Rodas o de menor custo da categoria, sendo mais de R$ 300 ao mês (no primeiro ano de uso) mais barata perante a segunda colocada.

No levantamento feito pela publicação, a Ranger ficou em primeiro lugar nos seguintes quesitos: preço (R$ 5,5 mil abaixo em relação à segunda colocada), seguro (R$ 3,4 mil menor em relação à segunda colocada), imposto (R$ 220 mais em conta em relação à segunda colocada) e consumo urbano (10 km/l, igual ao segundo colocado).

Outra mostra de que a representante da Ford se destaca no custo está na volta do modelo XL de entrada, conhecida por focar em configurações voltadas em veículos de trabalho, os três disponíveis (chassi, cabine simples e dupla), são configuradas com motor 2.2 diesel e câmbio manual de sies velocidades, variando de R$ 118 a R$ 130 mil.

Além do valor, a caminhonete também se destaca pela quantidade de recursos tecnológicos de série, exclusivas em comparação com os modelos mais “populares” das outras marcas, entre eles estão os controles adaptativo de carga, estabilidade e tração; direção elétrica, diferencial traseiro blocante eletrônico, controle automático de descida, controle anticapotamento, assistente de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa, piloto automático, rádio com comando de voz e controle nos volantes.