Copercana promove o 1º Encontro de Cooperados
02/01/2019
Noticias Copercana
POR: Revista Canavieiros
Por: Fernanda Clariano
Atualmente a maioria das pessoas está na cidade e poucos agricultores estão no campo trabalhando arduamente e enfrentando os desafios diários a fim de produzir alimentos. A produção orgânica é legítima e tem seu mercado, mas não é suficiente para sustentar toda a necessidade da população por alimentos.
Para aproximar a cooperativa dos seus cooperados e levar informações sobre o uso de agrotóxicos, assunto polêmico que vem gerando muitas discussões, a Copercana em parceria com a Bayer realizou no dia 29 de novembro, na sede social da Viralcool, em Viradouro, o 1º Encontro de Cooperados que reuniu mais de 130 produtores rurais de toda a região.
Convidado para falar sobre o assunto, o jornalista Nicholas Vital, autor do livro “Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo”, palestrou derrubando por meio de dados e estudos científicos os mitos relacionados ao uso dos agrotóxicos no campo.
“Tento debater sobre um assunto que hoje está ainda muito confuso entre os alimentos orgânicos e os agrotóxicos. Enquanto os orgânicos são vistos como algo que vai salvar o mundo, os agrotóxicos são encarados como a pior coisa do mundo e não é bem assim.
As pessoas que estão na lida do campo no dia a dia sabem que os agrotóxicos são insumos fundamentais para o bom andamento da produção e se usados conforme as recomendações não causam mal algum. A ideia é mostrar a importância dos agrotóxicos e levar informações para que as pessoas entendam o outro lado dessa história a fim de que tomem decisões baseadas em ciência e conhecimento e não apenas no marketing do medo”, contextualizou Vital.
Um assunto polêmico
A discussão sobre agrotóxicos voltou com força no dia 25 de junho, quando a comissão especial da Câmara, que analisa novas regras para a regulação de agrotóxicos no Brasil, aprovou – com 18 votos favoráveis e nove contrários - o relatório de mudança na legislação do deputado Luiz Nishimori. A proposta original do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de 2002, ainda tem um longo caminho a ser percorrido - é necessário que o texto seja apreciado no plenário da Câmara dos Deputados e também no Senado.
Em meio a isso, informações nem sempre verdadeiras sobre a agricultura e a utilização dos agrotóxicos são difundidas. A mais popular delas é que o Brasil é o maior consumidor de defensivos agrícolas no mundo e certamente muitos já ouviram falar que o brasileiro ingere 5,2 litros de agrotóxicos por ano - e que o morango, o pimentão entre outros alimentos, estão contaminados com substâncias tóxicas acima do permitido. Obviamente, nenhum brasileiro bebe 5,2 litros de agrotóxicos, pois se assim fosse todos estariam mortos.
Esse número é o resultado da divisão entre o consumo de agrotóxicos no país e a população. É um cálculo grosseiro, que não leva em conta que boa parte dos agrotóxicos se destina a proteger plantações que não são de alimentos, como o algodão e a cana-de-açúcar, matéria-prima de tecidos e do etanol, e não vão parar na boca dos cidadãos.
Comunicação e conscientização
Como o agro é um setor que tradicionalmente não se comunica bem, existe muita falta de informação, mesmo entre os mais instruídos. “As pessoas temem os agrotóxicos porque não entendem bem o que são esses produtos, não sabem a importância deles para a produção de alimentos e não têm ideia da preocupação com a segurança ao longo do desenvolvimento dessas substâncias. Quem financia essa mídia é a turma que não quer que o Brasil cresça. Os agrotóxicos são fundamentais para a produção agrícola - são como os remédios das plantas e, portanto, importantes para uma boa produção. Sem eles teríamos uma perda muito grande no campo, o que acarretaria uma redução na oferta de alimentos e, consequentemente, um aumento no custo dos alimentos", disse o gerente comercial de insumos da Copercana, Frederico Dalmaso.
Geralmente as pessoas carregam uma imagem ruim sobre os agrotóxicos, já que elas não têm informações. Se por um lado os ativistas e os artistas batem muito nisso com o interesse econômico de vender orgânicos, por outro as que utilizam esses produtos nem sempre rebatem as falsas informações.
“Sabemos que atualmente a utilização de agroquímicos é bem controlada, mas na mídia vemos apenas notícias ruins envolvendo a questão. São necessárias pessoas fazendo o contraponto mostrando o que realmente acontece. Isso é o que estamos procurando fazer - propagar a verdade sobre o uso dos agrotóxicos. É importante nos reunirmos para debater e tirar dúvidas porque temos que ser defensores do agro. Esses encontros também são oportunos para nos aproximarmos, uma vez que a comunicação se faz necessária para tentarmos melhorar cada vez mais, pois a cooperativa precisa da participação dos seus cooperados influenciando, dando sugestões e ajudando a discutir o futuro”, disse o presidente executivo da Copercana, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan.
Para o presidente do Conselho de Administração da Copercana, Antônio Eduardo Tonielo, levar informações aos cooperados é o papel da Copercana. “Fazer essa divulgação aos nossos cooperados com informações corretas é muito importante.
Ultimamente somos criticados pela mídia e temos essa função social de orientar os nossos cooperados e por que não a população das cidades em que atuamos, já que essa é uma questão de sobrevivência do próprio ser humano. Não há possibilidade de matar a fome de bilhões de pessoas no mundo somente com a agricultura orgânica”, afirmou.
Parceira no evento, a Bayer, por meio do representante técnico de vendas, Raphael Verri, também falou sobre a importância dos agrotóxicos para a agricultura. “Esse é um projeto que estamos desenvolvendo em parceria com a Copercana, é o primeiro de seis eventos com o intuito de desmitificar alguns conceitos que maioria da sociedade tem contra o uso de agrotóxico e dar embasamento aos produtores rurais. Se não tiver defensivos para controlar as pragas e o mato, não teremos alimento para sobreviver”, argumentou Verri.
“Essa iniciativa da Copercana é muito importante. Eu vejo o agrotóxico como uma necessidade, na verdade a demanda por alimento só aumenta e é uma ferramenta que temos e que precisamos usar, caso contrário não conseguiremos produzir alimentoscom qualidade e na quantidade necessária para atender à população mundial”, disse o produtor de Sales Oliveira, Marcelo Fonseca Azevedo.
“Fiquei bem satisfeito com tudo o que nos foi passado. O uso de agrotóxico é muito importante, desde que seja feito dentro dos padrões, respeitando as indicações dos fabricantes e fora isso só agrega - não prejudica”, comentou o produtor de Terra Roxa, Luiz Aparecido Chiareli.
“Gostei demais de participar desse encontro, pois além de tirar dúvidas, a palestra foi muito esclarecedora desmitificando que o uso do agrotóxico faz mal”, destacou a produtora de Terra Roxa, Renata BonemerCervi.
“Acho importante aprender e estar por dentro de tudo o que está acontecendo. A Copercana está de parabéns, acho muito bom que aconteçam esses eventos porque é uma maneira dos produtores trocarem ideias e colocar em prática nas suas propriedades as informações obtidas. Em relação à utilização de agrotóxico eu penso que deve haver bom senso assim como em tudo na vida, pois sem ele não se consegue produzir o necessário”, avaliou a produtora de Bebedouro, Maria Helena Habib Silva.