A comemoração dos 10 anos do Cosag (Conselho Superior do Agronegócio), da FIESP (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), no dia 6 fevereiro, na Capital paulista, foi mais um momento de aproximação entre o Governo Federal e o setor produtivo agrícola e industrial brasileiro, que vem se sentindo mais amparado, entre outros fatores, com o interesse e presença dos governantes em eventos do setor. Neste encontro, foi a participação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que marcou a data, oportunidade da qual participaram ainda outras lideranças da agronegócio e do segmento canavieiro, como Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste; Elizabeth Farina, presidente da UNICA; André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e da Câmara Setorial de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura; Paulo Skaf, presidente da Fiesp e da Ciesp e Jacyr Costa, presidente do Cosag e da diretor da Divisão Brasil do grupo Tereos. Formado por mais de 120 membros, que se reúnem mensalmente, o conselho é responsável por estudos e pela integração de diferentes entidades ligadas à agricultura, sendo que na última década desempenhou um importante papel no processo de elaboração de políticas públicas que impulsionam o desenvolvimento da economia rural.
“O Skaf resolveu inserir a cadeia do agronegócio na agenda da FIESP reconhecendo o seu valor para a indústria paulista e o fez da melhor maneira possível, convidando o ex-ministro Roberto Rodrigues para ser o primeiro presidente do Cosag, assumindo depois, João de Almeida Sampaio Filho”, comentou. Os ex-presidentes e o ministro foram homenageados na ocasião.
O ex-ministro Roberto Rodrigues relatou as discussões do Conselhão e contou que, a seu pedido, o agronegócio foi incluído entre os grandes assuntos em discussão e que virou tema prioritário do Governo, coisa que não acontecia havia 40 anos. “Temer é o primeiro presidente depois do (Ernesto) Geisel que tem o agronegócio como prioridade”, disse. Rodrigues explicou que dentro do tema agronegócio, os pontos prioritários fo ram definidos como: plurianualidade; sustentabilidade; abertura comercial por meio de acordos bilaterais; infraestrutura e logística e renda na agricultura, com destaque para o seguro rural.
Análise do mercado internacional do Agro
Maggi enfatizou o esforço do Governo no sentido de desburocratizar negócios e dar mais competitividade aos produtos do campo, ressaltando que sua atuação tem sido no sentido de incentivar os produtores a aumentar sua produção e sua produtividade; reduzir a burocracia e ganhar novos mercados. “É preciso ampliar os negócios para realavancar o processo de exportação; atualmente o Brasil tem cerca de 6,9% do mercado agrícola mundial e precisa chegar a 10%”, disse, afirmando que as negociações sanitárias e fitossanitárias (SPS) internacionais são sérios entraves à exportação, sendo que no momento cerca de 600 questões relacionadas a SPS estão em discussão.
O ministro constatou também a necessidade de uma mudança na narrativa do Brasil em relação à produção agrícola, devido a visão distorcida que se tem do país “lá fora” sobre os processos usados aqui. “O Brasil paga um preço alto por isso, pois somente 42% dos nossos produtos são competitivos contra 81% dos Estados Unidos e da União Europeia”, afirmou completando “Nós temos tentado posicionar os mercados mostrando a eles que nenhum país do mundo tem a legislação ambiental e a sustentabilidade ambiental que o Brasil tem na sua produção”, elucidou, lembrando que 61% do território é de vegetação nativa e somente 8% do território é dedicado à agricultura; 19,7% à pecuária, dos quais metade pode ser revertida, sem redução do rebanho. Blairo comentou ainda que a criação de um selo para os produtos brasileiros destacando a sustentabilidade em sua produção pode ser um caminho para se resolver essa questão.
Ao fazer uma análise do mercado internacional do Agro, defendeu o Agro+, programa de desburocratização do setor, lançado no ano passado pelo Mapa. Destacou a importância do investimento em pesquisa e conhecimento para a agricultura, o que proporcionou uma revolução ao Brasil nos últimos anos, principalmente a partir da criação da Embrapa. Chamou atenção para a China, um país importador e exportador de peso, que compra mais produtos primários e menos processados (proporção de 44% para 56%), e vende mais produtos processados e menos primários (75% contra 25%).
O ministro falou ainda sobre a venda de terras para estrangeiros, autorização para importação de café e de outras ações do ministério para este ano. Também afirmou que o país irá pedir para a Argentina aceitar incluir o açúcar no Mercosul e a reinclusão do etanol na troca de ofertas do Mercosul com a EU (União Europeia), após explanação da presidente da UNICA (União da Indústria de cana-de-açúcar), que solicitou, na ocasião, o apoio do ministério com relação a essas demandas. “O senhor mencionou o açúcar na competitividade do agronegócio brasileiro. Nós temos que avançar no mercado internacional e preservar o que já conquistamos”, destacou a representante do setor sucroenergético.
Ao encerrar o evento, o presidente da FIESP e do CIESP afirmou que a agricultura e a indústria têm que andar lado a lado, buscando soluções para os problemas que aparecem. “Agronegócio é agricultura e indústria, indústria é agricultura. Temos que estar juntos buscando soluções”, disse, ressaltando a importância do agronegócio nacional e a força de produtos como a cana e a laranja para o Estado de São Paulo.
“Nossa confiança no Brasil é muito grande. Acima de tudo, somos brasileiros e nos orgulhamos muito disso. Precisamos pôr o país no trilho, com políticas acertadas e deixar a iniciativa privada trabalhar. A queda do PIB parou, deve haver crescimento de cerca de 0,5% este ano, e o emprego deve ter um início de retomada adiante. O agronegócio tem papel fundamental para a retomada do crescimento econômico, necessário para a recuperação da arrecadação e a geração de empregos”, reforçou Skaf.
Fórum do Futuro
No mesmo dia, o ministro Blairo Maggi participou do Fórum do Futuro, no Palácio Bandeirantes, quando explanou sobre o mercado internacional. O evento teve como intuito debater as perspectivas do agronegócio para os próximos anos, e contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, José Serra, do governador do estado Geraldo Alckmin, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dos ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e Alisson Paulineli, e o presidente da Apex, Roberto Jaguaribe.
Fonte: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 128
A comemoração dos 10 anos do Cosag (Conselho Superior do Agronegócio), da FIESP (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), no dia 6 fevereiro, na Capital paulista, foi mais um momento de aproximação entre o Governo Federal e o setor produtivo agrícola e industrial brasileiro, que vem se sentindo mais amparado, entre outros fatores, com o interesse e presença dos governantes em eventos do setor. Neste encontro, foi a participação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que marcou a data, oportunidade da qual participaram ainda outras lideranças da agronegócio e do segmento canavieiro, como Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste; Elizabeth Farina, presidente da UNICA; André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e da Câmara Setorial de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura; Paulo Skaf, presidente da Fiesp e da Ciesp e Jacyr Costa, presidente do Cosag e da diretor da Divisão Brasil do grupo Tereos.
Formado por mais de 120 membros, que se reúnem mensalmente, o conselho é responsável por estudos e pela integração de diferentes entidades ligadas à agricultura, sendo que na última década desempenhou um importante papel no processo de elaboração de políticas públicas que impulsionam o desenvolvimento da economia rural.
“O Skaf resolveu inserir a cadeia do agronegócio na agenda da FIESP reconhecendo o seu valor para a indústria paulista e o fez da melhor maneira possível, convidando o ex-ministro Roberto Rodrigues para ser o primeiro presidente do Cosag, assumindo depois, João de Almeida Sampaio Filho”, comentou. Os ex-presidentes e o ministro foram homenageados na ocasião.
O ex-ministro Roberto Rodrigues relatou as discussões do Conselhão e contou que, a seu pedido, o agronegócio foi incluído entre os grandes assuntos em discussão e que virou tema prioritário do Governo, coisa que não acontecia havia 40 anos. “Temer é o primeiro presidente depois do (Ernesto) Geisel que tem o agronegócio como prioridade”, disse. Rodrigues explicou que dentro do tema agronegócio, os pontos prioritários fo ram definidos como: plurianualidade; sustentabilidade; abertura comercial por meio de acordos bilaterais; infraestrutura e logística e renda na agricultura, com destaque para o seguro rural.
Análise do mercado internacional do Agro
Maggi enfatizou o esforço do Governo no sentido de desburocratizar negócios e dar mais competitividade aos produtos do campo, ressaltando que sua atuação tem sido no sentido de incentivar os produtores a aumentar sua produção e sua produtividade; reduzir a burocracia e ganhar novos mercados. “É preciso ampliar os negócios para realavancar o processo de exportação; atualmente o Brasil tem cerca de 6,9% do mercado agrícola mundial e precisa chegar a 10%”, disse, afirmando que as negociações sanitárias e fitossanitárias (SPS) internacionais são sérios entraves à exportação, sendo que no momento cerca de 600 questões relacionadas a SPS estão em discussão.
O ministro constatou também a necessidade de uma mudança na narrativa do Brasil em relação à produção agrícola, devido a visão distorcida que se tem do país “lá fora” sobre os processos usados aqui. “O Brasil paga um preço alto por isso, pois somente 42% dos nossos produtos são competitivos contra 81% dos Estados Unidos e da União Europeia”, afirmou completando “Nós temos tentado posicionar os mercados mostrando a eles que nenhum país do mundo tem a legislação ambiental e a sustentabilidade ambiental que o Brasil tem na sua produção”, elucidou, lembrando que 61% do território é de vegetação nativa e somente 8% do território é dedicado à agricultura; 19,7% à pecuária, dos quais metade pode ser revertida, sem redução do rebanho. Blairo comentou ainda que a criação de um selo para os produtos brasileiros destacando a sustentabilidade em sua produção pode ser um caminho para se resolver essa questão.
Ao fazer uma análise do mercado internacional do Agro, defendeu o Agro+, programa de desburocratização do setor, lançado no ano passado pelo Mapa. Destacou a importância do investimento em pesquisa e conhecimento para a agricultura, o que proporcionou uma revolução ao Brasil nos últimos anos, principalmente a partir da criação da Embrapa. Chamou atenção para a China, um país importador e exportador de peso, que compra mais produtos primários e menos processados (proporção de 44% para 56%), e vende mais produtos processados e menos primários (75% contra 25%).
O ministro falou ainda sobre a venda de terras para estrangeiros, autorização para importação de café e de outras ações do ministério para este ano. Também afirmou que o país irá pedir para a Argentina aceitar incluir o açúcar no Mercosul e a reinclusão do etanol na troca de ofertas do Mercosul com a EU (União Europeia), após explanação da presidente da UNICA (União da Indústria de cana-de-açúcar), que solicitou, na ocasião, o apoio do ministério com relação a essas demandas. “O senhor mencionou o açúcar na competitividade do agronegócio brasileiro. Nós temos que avançar no mercado internacional e preservar o que já conquistamos”, destacou a representante do setor sucroenergético.
Ao encerrar o evento, o presidente da FIESP e do CIESP afirmou que a agricultura e a indústria têm que andar lado a lado, buscando soluções para os problemas que aparecem. “Agronegócio é agricultura e indústria, indústria é agricultura. Temos que estar juntos buscando soluções”, disse, ressaltando a importância do agronegócio nacional e a força de produtos como a cana e a laranja para o Estado de São Paulo.
“Nossa confiança no Brasil é muito grande. Acima de tudo, somos brasileiros e nos orgulhamos muito disso. Precisamos pôr o país no trilho, com políticas acertadas e deixar a iniciativa privada trabalhar. A queda do PIB parou, deve haver crescimento de cerca de 0,5% este ano, e o emprego deve ter um início de retomada adiante. O agronegócio tem papel fundamental para a retomada do crescimento econômico, necessário para a recuperação da arrecadação e a geração de empregos”, reforçou Skaf.
Fórum do Futuro
No mesmo dia, o ministro Blairo Maggi participou do Fórum do Futuro, no Palácio Bandeirantes, quando explanou sobre o mercado internacional. O evento teve como intuito debater as perspectivas do agronegócio para os próximos anos, e contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, José Serra, do governador do estado Geraldo Alckmin, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dos ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e Alisson Paulineli, e o presidente da Apex, Roberto Jaguaribe.