Cosan assumirá controle da Comgás em 5 de novembro

01/11/2012 Geral POR: Revista Época
A Cosan assumirá o controle da Comgás no dia 5 de novembro, quando deve ocorrer a transferência das ações adquiridas do BG Group. "Esse é nosso último trimestre sob as asas do BG Group", disse o diretor de finanças e relações com investidores da Comgás, Roberto Lage. "Espera-se que no início de novembro, com as aprovações devidas dos reguladores (Cade e Arsesp), haja a transferência das ações. Aí vamos passar a consolidar o nosso balanço junto à Cosan", disse nesta , durante entrevista à imprensa.

Lage acrescentou que no dia 5 haverá uma reunião do Conselho de Administração da Comgás, quando os membros da BG se afastam e, depois, serão indicados os novos membros. "Após o novo acionista tomar posse, vamos começar a discutir as sinergias", afirmou. A compra de 60,1% da Comgás pela Cosan é um negócio estimado em R$ 3,4 bilhões e já recebeu autorização do Cade. De acordo com Sérgio Silva, diretor vice-presidente da Comgás, o negócio não deve mudar o rumo da estratégia de expansão e investimentos da concessionária.

"Do ponto de vista dos executivos, estamos muito tranquilos. Todos têm um comprometimento em ganhar eficiência para a empresa", acrescentou. Em relação ao negócio, Lage avaliou que a compra da Comgás pela Cosan ajudará a nova controladora a diversificar seu portfólio de negócios. "É um passo dado pelo grupo que vai no sentido de se afastar um pouco do agrobusiness. A Cosan tem essa tendência de se desconcentrar", avaliou.


Projeções

O volume de gás comercializado pela Comgás junto ao setor industrial, seu principal consumidor, deve encerrar o ano com uma queda de 2% em relação a 2011, estimou Sérgio Silvia, diretor vice-presidente da companhia. "Essa retração de volume é preocupante, acende a luz amarela. Faz uma diferença forte pra gente", disse nesta quarta-feira, durante entrevista à imprensa. Segundo ele, esta seria a primeira queda no segmento industrial desde 2008, ano da crise internacional.

"O volume (de gás para indústria) vinha subindo até 2008. O volume de 2008 só vai ser atingido em 2013. Foram cinco anos de queda e estagnação", disse. Lage acrescentou que para 2013 a expectativa de demanda da indústria vai depender de seu nível de atividade e do nível de crescimento econômico do País. "A gente imagina um crescimento industrial muito ligado ao PIB, em torno de 3%", afirmou.


Captações

A companhia pretende captar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões até 2014 para dar suporte aos investimentos na expansão da rede, estimou Lage. "Provavelmente vamos fazer isso no começo do ano que vem", disse neta quarta-feira. Lage lembrou que a Comgás assinou recentemente contrato de financiamento de longo prazo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no montante de R$ 1,1 bilhão.

"Isso deve cobrir parte dos investimentos e da expansão da rede até 2014. A outra parte será financiada com recursos próprios e recursos que serão captados no mercado", explicou, acrescentando que a Comgás tem projetos no Estado até o fim da concessão. As captações adicionais devem ter perfil semelhantes à contratada no BNDES, com pagamento no longo prazo e taxas de juros "razoáveis", disse. "Estamos pensando em operações com o Banco Mundial e emissão de debêntures", afirmou, acrescentando que a concessionária deve manter um ritmo de investimento no patamar mínimo de R$ 400 milhões por ano. Os investimentos acumulados até setembro de 2012 somam R$ 427 milhões e foram 16,9% superiores ao recursos aplicados pela companhia em igual período do ano passado. Eles foram usados principalmente na ampliação da rede de distribuição. Entre os principais projetos em desenvolvimento estão os desenvolvidos nas cidades de Taubaté, Guarulhos e Mogi das Cruzes, entre outros.