Cotações do açúcar caíram em abril

O mercado internacional de açúcar - que tinha disparado quase 30% em fevereiro e março diante das preocupações com a estiagem no Brasil - acumulou perdas em março. Segundo a consultoria Safras & Mercado, na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) os contratos com entrega em julho do açúcar bruto caíram de 18,13 centavos de dólar por libra peso em 31 de março para 17,72 centavos em 30 de abril, uma queda de 2,3%, por conta de realização de lucros e ainda pelo início da pressão sazonal com o início da safra 2014/15 no Brasil. Em relação ao início do ano, porém, as cotações futuras têm valorização de quase 6%.
 
Segundo o analista de Safras & Mercado Maurício Muruci, o mercado futuro de açúcar oscilou dentro de um estreito canal ao longo de abril, delimitado pela resistência situada em 18 centavos de dólar por libra-peso e pelo suporte que está em 17,50 centavos. O mercado aparenta estar em um período de consolidação após a intensa volatilidade dos primeiros três meses do ano.
 
O mercado físico brasileiro também está "preso" dentro de estreitas margens de oscilação, com os preços do açúcar cristal variando entre R$ 51,50 por saca de 50 quilos a R$ 52 por saca em Ribeirão Preto (SP). Conforme Muruci, desde março os preços não saem desse limitado canal, e a tendência é que continuem dentro dele ao longo de maio. No final de abril, segundo ele, os preços chegaram a subir eventualmente, mas em função de um pontual movimento comprador de indústrias com necessidades de abastecimento mais imediatas.
 
 
Álcool
 
Para Muruci, o destaque do setor em abril foi o etanol, com queda expressiva de 12,5%, no caso do hidratado, em função da chegada de produto novo, já da safra nova, ao mercado. Tem sido volumosa a oferta das usinas que iniciaram a moagem da cana na primeira quinzena de abril.
 
Assim, diz a consultoria, os preços do etanol nas usinas caíram de R$ 1,60 por litro para R$ 1,40 por litro. Mesmo com uma demanda bastante aquecida nas distribuidoras, a oferta do etanol hidratado tem sido maior, exercendo pressão de baixa nos preços das usinas.