Crise é hora de mostrar soluções, diz presidente da Deere

06/10/2015 Cana-de-Açúcar POR: Folha de São Paulo
É exatamente no momento em que as pessoas passam por dificuldades que devem ser apresentadas soluções para os problemas delas.
Com essa visão, Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil, justifica os recentes investimentos da empresa em fábricas de material de construção, linha de tratores de alta potência, aquisição de empresas de tecnologia e, nesta terça-feira (6), a inauguração de um centro de treinamento de pessoal e de distribuição de peças.
"Estamos vivendo um momento importante no país, o que gera reflexos na política e incertezas nos rumos da economia."
A visão de futuro e planejamento, no entanto, nos permite atravessar oscilações de mercado, afirma o executivo.
Para o presidente da John Deere, o agronegócio tem fundamentos alinhados e a agricultura brasileira vai continuar competitiva.
Alguns desafios se apresentam, no entanto, tanto para produtores como para empresas ligadas ao setor.
Herrmann diz que, dominadas as técnicas de plantio direto e da safrinha, o país caminha agora para uma nova fase: a da integração entre lavoura, pecuária e floresta.
O produtor pode aumentar produtividade e renda com otimização dos seus ativos e não tem a necessidade de uma expansão de áreas.
Mas ele terá nas mãos uma complexidade de coisas para gerir, principalmente com a adoção de novas tecnologias e a diversidade de culturas.
A tecnologia da semente caminha para o plantio de uma por vez; as moléculas estão evoluindo; o mapeamento do solo permite colocar adubo apenas onde é necessário; as máquinas são gerenciadas por computadores e por satélites; e, finalmente, a agricultura de precisão está cada vez mais presente nas lavouras do produtor.
Isso significa que a administração de todos esses elementos no campo exige uma complexidade de gestão.
Além disso, o produtor deverá ter um melhor fluxo de caixa porque vai haver entradas e saídas ao longo do ano.
Essa complexidade vai exigir também um sistema de crédito rotativo, uma modernização no manejo de ações trabalhistas, inclusive com a criação de bancos de hora.
Em resumo, diz Herrmann, o produtor deverá introduzir conceitos de gestão de qualidade total, sendo eficiente nas tarefas do campo e ter menos improvisos.
VISÃO DE SISTEMA
Esse sistema de agricultura que está chegando vai exigir também uma qualificação maior dos trabalhadores para que sejam multifuncionais. Ou seja, que façam desde o trabalho de aplicar defensivos na lavoura como o de "marcar" gado e fazer uma poda de eucalipto.
Mas o desafio não é apenas dos produtores. Os técnicos e os agrônomos que estão sendo formados tem de ter uma visão de sistema, e não apenas de produtos.
As empresas também terão desafios nesse novo contexto da agropecuária.
"Os agricultores estão nos chamando para a implantação de um sistema complexo. Precisamos entender de muitas coisas que interagem de maneira simultânea", afirma Herrmann.
As máquinas já estão preparadas para esse novo sistema, mas teremos de trabalhar nos múltiplos, diz o presidente da John Deere.
A monocultura, por exemplo, é um conceito de escala. "Quando trabalho escala, quero largura, velocidade das máquinas e não quero árvores", diz ele.
Esse conceito tem aplicação em áreas do Brasil, mas para o futuro esse modelo de negócio não deverá prevalecer porque o país terá dificuldades em abrir novas áreas.
O que vai prevalecer não será mais o modelo mono-cultural, mas o multicultural combinado, acrescenta Herrmann.
As empresas, independentemente da área em que atuam, terão de implementar programas para que o agricultor possa receber todo o conhecimento disponível no mercado e utilizar toda a tecnologia relativa às inovações.
Empresas de pesquisa e indústrias devem fazer o conhecimento chegar mais rapidamente ao produtor, segundo Herrmann.
O produtor vai plantar menos, mas terá mais receitas por unidade de área. Ele terá de olhar o valor agregado e a intensificação de tecnologia. "E parar de chorar porque não tem milhares de hectares de terra", acrescenta o presidente da multinacional no Brasil. 
É exatamente no momento em que as pessoas passam por dificuldades que devem ser apresentadas soluções para os problemas delas.
Com essa visão, Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil, justifica os recentes investimentos da empresa em fábricas de material de construção, linha de tratores de alta potência, aquisição de empresas de tecnologia e, nesta terça-feira (6), a inauguração de um centro de treinamento de pessoal e de distribuição de peças.
"Estamos vivendo um momento importante no país, o que gera reflexos na política e incertezas nos rumos da economia."
A visão de futuro e planejamento, no entanto, nos permite atravessar oscilações de mercado, afirma o executivo.
Para o presidente da John Deere, o agronegócio tem fundamentos alinhados e a agricultura brasileira vai continuar competitiva.
Alguns desafios se apresentam, no entanto, tanto para produtores como para empresas ligadas ao setor.
Herrmann diz que, dominadas as técnicas de plantio direto e da safrinha, o país caminha agora para uma nova fase: a da integração entre lavoura, pecuária e floresta.
O produtor pode aumentar produtividade e renda com otimização dos seus ativos e não tem a necessidade de uma expansão de áreas.
Mas ele terá nas mãos uma complexidade de coisas para gerir, principalmente com a adoção de novas tecnologias e a diversidade de culturas.
A tecnologia da semente caminha para o plantio de uma por vez; as moléculas estão evoluindo; o mapeamento do solo permite colocar adubo apenas onde é necessário; as máquinas são gerenciadas por computadores e por satélites; e, finalmente, a agricultura de precisão está cada vez mais presente nas lavouras do produtor.
Isso significa que a administração de todos esses elementos no campo exige uma complexidade de gestão.

 
Além disso, o produtor deverá ter um melhor fluxo de caixa porque vai haver entradas e saídas ao longo do ano.
Essa complexidade vai exigir também um sistema de crédito rotativo, uma modernização no manejo de ações trabalhistas, inclusive com a criação de bancos de hora.
Em resumo, diz Herrmann, o produtor deverá introduzir conceitos de gestão de qualidade total, sendo eficiente nas tarefas do campo e ter menos improvisos.
VISÃO DE SISTEMA
Esse sistema de agricultura que está chegando vai exigir também uma qualificação maior dos trabalhadores para que sejam multifuncionais. Ou seja, que façam desde o trabalho de aplicar defensivos na lavoura como o de "marcar" gado e fazer uma poda de eucalipto.
Mas o desafio não é apenas dos produtores. Os técnicos e os agrônomos que estão sendo formados tem de ter uma visão de sistema, e não apenas de produtos.
As empresas também terão desafios nesse novo contexto da agropecuária.
"Os agricultores estão nos chamando para a implantação de um sistema complexo. Precisamos entender de muitas coisas que interagem de maneira simultânea", afirma Herrmann.
As máquinas já estão preparadas para esse novo sistema, mas teremos de trabalhar nos múltiplos, diz o presidente da John Deere.
A monocultura, por exemplo, é um conceito de escala. "Quando trabalho escala, quero largura, velocidade das máquinas e não quero árvores", diz ele.
Esse conceito tem aplicação em áreas do Brasil, mas para o futuro esse modelo de negócio não deverá prevalecer porque o país terá dificuldades em abrir novas áreas.
O que vai prevalecer não será mais o modelo mono-cultural, mas o multicultural combinado, acrescenta Herrmann.
As empresas, independentemente da área em que atuam, terão de implementar programas para que o agricultor possa receber todo o conhecimento disponível no mercado e utilizar toda a tecnologia relativa às inovações.

Empresas de pesquisa e indústrias devem fazer o conhecimento chegar mais rapidamente ao produtor, segundo Herrmann.

 
O produtor vai plantar menos, mas terá mais receitas por unidade de área. Ele terá de olhar o valor agregado e a intensificação de tecnologia. "E parar de chorar porque não tem milhares de hectares de terra", acrescenta o presidente da multinacional no Brasil.