Crise econômica reduz gastos e venda de combustíveis cai 4,4% em 5 meses

20/07/2016 Combustível POR: Portal G1
Segundo ANP, etanol registrou maior queda de consumo até maio: 13,6%. Postos fazem promoções para incentivar motoristas a encher o tanque.
A venda de combustíveis no país caiu 4,4% entre janeiro e maio, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A explicação, segundo os economistas, é a diminuição do poder de compra das famílias, provocada pela inflação e alta das demissões.
“Tenho evitado ficar rodando com o carro. Por exemplo, se eu tiver uma coisa para fazer hoje, deixo para fazer duas coisas de uma vez só amanhã. Serviço de banco, essas coisas, faço tudo em um dia só para não gastar demais”, conta o marceneiro Lázaro Odari Achiti.
“Enquanto a economia não tiver uma mudança, principalmente de renda, vai ser difícil voltar ao consumo que havia antes", Rene Abad (Brascombustíveis).
A estratégia também é usada pelo motoboy Marcos Aurélio Alves, afirmando que antes de ligar a moto sempre calcula o trajeto mais rápido e com menor fluxo de veículos, para evitar paradas e troca de marchas, que acabam consumindo mais combustível.
“A gente faz uma base do tanto que gasta e procura economizar um pouquinho. Eu evito trânsito pesado, busco caminhos mais rápidos, planejo o trajeto, tudo para andar menos e gastar menos”, explica.
“O etanol está vendendo mais, não em função de ser um produto limpo. Não existe essa consciência ambiental. O motorista migrou da gasolina para o álcool em função da falta de dinheiro. O etanol está se beneficiando do preço mais alto da gasolina”, Rene Abad (Brascombustíveis).
No acumulado do ano, segundo a ANP, o etanol foi o combustível que registrou queda de consumo mais expressiva: 13,6%. O óleo diesel aparece logo depois com variação negativa de 4,9%. Já a gasolina, ao contrário dos demais, teve alta de 2,5% no mesmo período.
Para o economista Alexandre Nicolela, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP em Ribeirão Preto (SP), o cenário pode ser explicado pela crise econômica, que tem obrigado as famílias a adaptarem o orçamento doméstico.
“A gente vive uma situação de aumento do desemprego, estabilização e até queda dos salários, e inflação na casa de 10%. Isso faz com que a renda disponível das pessoas caia substancialmente. Elas têm que realocar seu orçamento nas despesas”, diz.
Preço menor
Na outra ponta, donos de postos de combustível fazem promoções e reduzem a margem de lucro com a intenção de incentivar o consumo, conforme explica o vice-presidente da Brascombustíveis, Rene Abad. O resultado é o preço menor nas bombas.
“Como nós tivemos uma retração na ordem de 10%, a própria disputa entre os postos faz com que a gente tenha preços menores. Enquanto a economia não tiver uma mudança, principalmente de renda, vai ser difícil voltar ao consumo que havia antes”, afirma.
Em junho, a ANP registrou retração no preço do etanol e da gasolina pelo terceiro mês consecutivo. Em Ribeirão, por exemplo, o litro do biocombustível é encontrado em alguns postos por R$ 1,88, bem abaixo dos R$ 2,46, que é a média nacional.
O economista destaca ainda que a safra da cana-de-açúcar, iniciada em março, também favorece o valor mais baixo do etanol nas bombas, uma vez que o combustível está sendo produzido em maior quantidade nas usinas e destilarias.
“Quando a gente diz que o PIB caiu, significa que a quantidade de bens e serviços na economia é menor, ou seja, circula menos produtos e precisa de menos combustível. Então, a queda do PIB nos dois últimos anos vai impactar diretamente no consumo de combustível”, conclui Nicolela. 
Segundo ANP, etanol registrou maior queda de consumo até maio: 13,6%. Postos fazem promoções para incentivar motoristas a encher o tanque.
A venda de combustíveis no país caiu 4,4% entre janeiro e maio, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A explicação, segundo os economistas, é a diminuição do poder de compra das famílias, provocada pela inflação e alta das demissões.
“Tenho evitado ficar rodando com o carro. Por exemplo, se eu tiver uma coisa para fazer hoje, deixo para fazer duas coisas de uma vez só amanhã. Serviço de banco, essas coisas, faço tudo em um dia só para não gastar demais”, conta o marceneiro Lázaro Odari Achiti.
“Enquanto a economia não tiver uma mudança, principalmente de renda, vai ser difícil voltar ao consumo que havia antes", Rene Abad (Brascombustíveis).
A estratégia também é usada pelo motoboy Marcos Aurélio Alves, afirmando que antes de ligar a moto sempre calcula o trajeto mais rápido e com menor fluxo de veículos, para evitar paradas e troca de marchas, que acabam consumindo mais combustível.
“A gente faz uma base do tanto que gasta e procura economizar um pouquinho. Eu evito trânsito pesado, busco caminhos mais rápidos, planejo o trajeto, tudo para andar menos e gastar menos”, explica.
“O etanol está vendendo mais, não em função de ser um produto limpo. Não existe essa consciência ambiental. O motorista migrou da gasolina para o álcool em função da falta de dinheiro. O etanol está se beneficiando do preço mais alto da gasolina”, Rene Abad (Brascombustíveis).
No acumulado do ano, segundo a ANP, o etanol foi o combustível que registrou queda de consumo mais expressiva: 13,6%. O óleo diesel aparece logo depois com variação negativa de 4,9%. Já a gasolina, ao contrário dos demais, teve alta de 2,5% no mesmo período.
Para o economista Alexandre Nicolela, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP em Ribeirão Preto (SP), o cenário pode ser explicado pela crise econômica, que tem obrigado as famílias a adaptarem o orçamento doméstico.
“A gente vive uma situação de aumento do desemprego, estabilização e até queda dos salários, e inflação na casa de 10%. Isso faz com que a renda disponível das pessoas caia substancialmente. Elas têm que realocar seu orçamento nas despesas”, diz.
Preço menor
Na outra ponta, donos de postos de combustível fazem promoções e reduzem a margem de lucro com a intenção de incentivar o consumo, conforme explica o vice-presidente da Brascombustíveis, Rene Abad. O resultado é o preço menor nas bombas.
“Como nós tivemos uma retração na ordem de 10%, a própria disputa entre os postos faz com que a gente tenha preços menores. Enquanto a economia não tiver uma mudança, principalmente de renda, vai ser difícil voltar ao consumo que havia antes”, afirma.
Em junho, a ANP registrou retração no preço do etanol e da gasolina pelo terceiro mês consecutivo. Em Ribeirão, por exemplo, o litro do biocombustível é encontrado em alguns postos por R$ 1,88, bem abaixo dos R$ 2,46, que é a média nacional.
O economista destaca ainda que a safra da cana-de-açúcar, iniciada em março, também favorece o valor mais baixo do etanol nas bombas, uma vez que o combustível está sendo produzido em maior quantidade nas usinas e destilarias.
“Quando a gente diz que o PIB caiu, significa que a quantidade de bens e serviços na economia é menor, ou seja, circula menos produtos e precisa de menos combustível. Então, a queda do PIB nos dois últimos anos vai impactar diretamente no consumo de combustível”, conclui Nicolela.