Cultivando a Língua Portuguesa - novembro de 2022

18/11/2022 Renata Sborgia POR: RENATA CARONE SBORGIA



1) Eles “relêem” os livros que mais gostam nas férias.
Precisam ler e/ou reler também a Nova Ortografia agora!
O correto é: releem - sem acento circunflexo
Regra nova: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, não existe
mais acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que
possuem o “e” tônico fechado em hiato (hiato = sequência de
vogais pertencentes a sílabas diferentes) na 3ª pessoa do plural
do presente do indicativo ou do subjuntivo. Isso ocorre com
alguns verbos como o verbo reler (e verbo ler e seus derivados).

2) Maria disse:
Aquele alimento é muito “protéico” para meu regime.
Maria precisa continuar o regime com a leitura da
nova ortografia!
O correto é: proteico - sem acento agudo
Regra Nova: Nas palavras paroxítonas, ou seja, nos vocábulos
cuja tonicidade recai na penúltima sílaba, os ditongos
abertos ei e oi que eram acentuados não são mais. Este fato é
justificado na existência de oscilação entre a abertura e fechamento
na articulação destas palavras. Assim, alguns termos
que hoje se escrevem de um jeito, tomam novos formatos
ortográficos, como: proteico. Já outros continuam como são:
cadeia, cheia, apoio, baleia, dezoito, etc.

Relembrando: ditongo e hiato - O primeiro é o encontro de
uma vogal + uma semivogal ou vice-versa, sendo estas pronunciadas
na mesma sílaba. Já o segundo é a sequência de
vogais pertencentes a sílabas diferentes

3) As aulas não “acabou” ? perguntou Maria.
Com o erro de concordância verbal nunca acabarão!
O correto é: As aulas não acabaram.
Dica correta para o verbo acabar: o sujeito do verbo acabar
vem posposto, o que engana o leitor, concordando erroneamente.
A regra correta é: o verbo acabar deve concordar com o
sujeito em número e pessoa.
Ex.: Acabaram as aulas (errado: As aulas não acabou)
As férias acabaram (errado: Não acabou as férias)

Para você pensar:

“entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas
e magias recortadas dos sonhos que acontecem naturalmente
eu sou a cama onde me deito, todas as noites diferentes.”
José Luís Peixoto, poeta português, em Arte Poética, do livro A Criança em Ruínas (Quetzal)