Curso apresenta benefícios da rotação de culturas em área de reforma de cana crua

06/04/2017 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 129
A APTA Centro Leste (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) realizou nos dias 13 e 14 de março, o 5º Curso Teórico Prático “Rotacana - Tecnologias Sustentáveis e Planejamento da Reforma de Cana Crua”. O evento teve como objetivo transferir informações de pesquisa e validações comerciais da aplicação do sistema conservacionista plantio direto na reforma de cana crua, além de capacitar técnicos sobre detalhes de planejamento da reforma, quanto à escolha das culturas a serem cultivadas e seus reflexos sobre a produção de cana, como também, fornecer subsídios para tomada de decisão sobre qual manejo de solo utilizar.
De acordo com Denizart Bolonhezi, pesquisador científico do APTA e professor do curso, é preciso considerar que existem aspectos importantes no planejamento da reforma com rotação, evitando resultados desfavoráveis da adoção.
“É imprescindível conhecer qual o tamanho da janela disponível para o cultivo de alguma cultura na reforma, pois, a rigor, interpretações equivocadas podem dificultar a parceria entre os produtores e grãos e os canavicultores (usinas ou fornecedores de cana). Portanto, as áreas destinadas para rotação devem exclusivamente ser destinadas para plantio de cana de 18 meses, permitindo assim escolher com mais segurança à cultura de sucessão/rotação”, explica, completando “o ciclo das espécies utilizadas na reforma devem ser compatíveis com o período disponível, evitando atrasar o plantio do canavial”.
A programação contou com aulas teóricas, no Centro de Cana IAC, e visita às áreas de pesquisa, dentro da APTA, em Ribeirão Preto –SP e na fazenda Cresciuma, em Jardinópolis-SP, verificando os resultados dos experimentos, entre eles, o de plantio direto e calagem no sistema de produção de cana crua em rotação com soja. Nesta estação, o objetivo era estudar a interação entre sistemas de preparo e doses de calcário para rotação soja /cana em ensaio de longa duração, iniciado em 1998, avaliando a produtividade destas culturas em plantio direto em áreas de colheita mecanizada sem queima, bem como as alterações ocorridas nos atributos químicos e físicos do solo.
Os participantes puderam ver o plantio direto de cereais e rotação de culturas para regiões com deficiência hídrica no outono /inverno, experimento iniciado em 1995/96. Visitou-se também pesquisa sobre plantio de MPB (Mudas Pré-Brotadas) em sistemas de manejo conservacionista do solo, o qual compara três sistemas de manejo (plantio direto, preparo reduzido com Rip Stripe convencional) para duas variedadesde cana, sendo a IACSP-955000 e um clone de cana energia. O pesquisador ressalta que as parcelas dos manejos conservacionistas estão sem preparo convencional há mais de 12 anos, sendo avaliadas para culturas graníferas e agora para cana-de-açúcar.
Os alunos visitaram ainda uma área de ensaio de melhoramento genético de amendoim e strip test de genótipos de soja sobre palhada de cana crua, onde foi feita a semeadura direta em palha de cana. “Este experimento foi realizado em cinco locais: Ribeirão Preto, Descalvado, Mogi Mirim, Pindorama e Jardinópolis”, contou o professor, destacando os principais benefícios da rotação, tais como o do controle da erosão hídrica, de assoreamento de sulco e da compactação. “Aumenta a produtividade da área, reduz o custo de produção, melhorando as condições físicas do solo, além de auxiliar no controle de nematoides e outras pragas e contribuir com a redução do uso de herbicidas”, pontuou o profissional
Durante o percurso os aspectos de regulagem de máquinas foram mostrados, como no caso de uma semeadora Tatu COP-CA, adquirida através de projeto da Finep com a intenção de atender à demanda do agricultor, quando existe a necessidade de se fazer um ensaio na condição de palhada. Outro equipamento demonstrado foi o penetrômetro digital, fabricado pela DLG, empresa de Sertãozinho-SP, que é um equipamento muito útil para identificar qual camada está mais compactada e permite ao agricultor regular os sulcadores e subsoladores na profundidade mais adequada, resultando em economia de diesel. 
“Nesta área foi plantada soja direto na palha da cana e queremos ter uma ideia da profundidade para regular o Rip Strip que estamos testando aqui para cana, ou se é melhor usar o subsolador em área total”, explicou Bolonhezi, ao mostrar o procedimento durante visita a uma área de três hectares na fazenda Cresciúma, em Jardinópolis-SP, onde foi implantado o sistema conservacionista de manejo de solo para cana-de-açúcar em sucessão à cultura da soja. “Agora vamos montar um experimento neste local com MPB.
Conhecimento fundamental
Vindos de várias regiões do país, os participantes acharam que o curso foi excelente e poderá agregar muitos conhecimentos para serem usados em suas regiões. “Nós temos trabalho de pesquisa e desenvolvimento, em parceria com empresas do setor sucroenergético no Mato Grosso do Sul, então vim participar
do curso para ver os avanços que estão ocorrendo no estado de São Paulo, uma região mais tradicional na produção de cana, para levar e desenvolver essas tecnologias na região de expansão que é o MS”, contou o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados/MS, Cesar José da Silva.
Buscar por novas técnicas de plantio também foi o motivo para o agrônomo da ASSOVALE (Associação dos Fornecedores de Cana do Vale do Rio Paraguai), Fábio Broggi, sair de Nova Olímpia/MT, e participar do evento. “Levamos em conta todo o conhecimento da APTA e IAC que pode nos ajudar a desenvolver nesta linha de plantio direto na palha da cana, adaptando o que aprendemos aqui às nossas realidades”, afirmou.
Opinião compartilhada com Marcos Antonio Vieira, proprietário da Victor Vieira Consultoria Agronômica, com sede em Paraúna/GO. “Eu trabalho na área de fertilidade de solos e como a cana tem entrada em nossa região, vem gerando uma demanda grande de produtores por novas técnicas, por isso, eu vim aqui para reciclar, ver novas tecnologias, adquirir conhecimento e dominar um pouco do manejo da cana, pois não basta a gente trabalhar só a fertilidade, é preciso ter uma noção geral de manejo, entender os conceitos e eu fiquei muito satisfeito com o que vi aqui”, assegurou. 
Única mulher a participar do curso, a engenheira agrícola, Ana Beatriz Junqueira
Tarraf, também aprovou a dinâmica e informações oferecidas na quinta edição do curso. “Eu acho que é importante sempre buscar novas tecnologias para poder melhorar o plantio; a reforma na usina, porque essa é a base de sua colheita, principalmente agora que está voltando a atenção para o preparo do solo, reforma e plantio do canavial visando a uma colheita eficiente”, disse ela que trabalha no departamento de desenvolvimento técnico, na unidade Cruz Alta, da Guarani.
Interessados em outras edições do Curso ROTACANA podem acessar o site da INFOBIBOS, pois novas turmas estão sendo formadas para os próximos meses. (www.infobibos.com.br).
A APTA Centro Leste (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) realizou nos dias 13 e 14 de março, o 5º Curso Teórico Prático “Rotacana - Tecnologias Sustentáveis e Planejamento da Reforma de Cana Crua”. O evento teve como objetivo transferir informações de pesquisa e validações comerciais da aplicação do sistema conservacionista plantio direto na reforma de cana crua, além de capacitar técnicos sobre detalhes de planejamento da reforma, quanto à escolha das culturas a serem cultivadas e seus reflexos sobre a produção de cana, como também, fornecer subsídios para tomada de decisão sobre qual manejo de solo utilizar.

 
De acordo com Denizart Bolonhezi, pesquisador científico do APTA e professor do curso, é preciso considerar que existem aspectos importantes no planejamento da reforma com rotação, evitando resultados desfavoráveis da adoção.

 
“É imprescindível conhecer qual o tamanho da janela disponível para o cultivo de alguma cultura na reforma, pois, a rigor, interpretações equivocadas podem dificultar a parceria entre os produtores e grãos e os canavicultores (usinas ou fornecedores de cana). Portanto, as áreas destinadas para rotação devem exclusivamente ser destinadas para plantio de cana de 18 meses, permitindo assim escolher com mais segurança à cultura de sucessão/rotação”, explica, completando “o ciclo das espécies utilizadas na reforma devem ser compatíveis com o período disponível, evitando atrasar o plantio do canavial”.

 
A programação contou com aulas teóricas, no Centro de Cana IAC, e visita às áreas de pesquisa, dentro da APTA, em Ribeirão Preto –SP e na fazenda Cresciuma, em Jardinópolis-SP, verificando os resultados dos experimentos, entre eles, o de plantio direto e calagem no sistema de produção de cana crua em rotação com soja. Nesta estação, o objetivo era estudar a interação entre sistemas de preparo e doses de calcário para rotação soja /cana em ensaio de longa duração, iniciado em 1998, avaliando a produtividade destas culturas em plantio direto em áreas de colheita mecanizada sem queima, bem como as alterações ocorridas nos atributos químicos e físicos do solo.

 
Os participantes puderam ver o plantio direto de cereais e rotação de culturas para regiões com deficiência hídrica no outono /inverno, experimento iniciado em 1995/96. Visitou-se também pesquisa sobre plantio de MPB (Mudas Pré-Brotadas) em sistemas de manejo conservacionista do solo, o qual compara três sistemas de manejo (plantio direto, preparo reduzido com Rip Stripe convencional) para duas variedadesde cana, sendo a IACSP-955000 e um clone de cana energia. O pesquisador ressalta que as parcelas dos manejos conservacionistas estão sem preparo convencional há mais de 12 anos, sendo avaliadas para culturas graníferas e agora para cana-de-açúcar.

 
Os alunos visitaram ainda uma área de ensaio de melhoramento genético de amendoim e strip test de genótipos de soja sobre palhada de cana crua, onde foi feita a semeadura direta em palha de cana. “Este experimento foi realizado em cinco locais: Ribeirão Preto, Descalvado, Mogi Mirim, Pindorama e Jardinópolis”, contou o professor, destacando os principais benefícios da rotação, tais como o do controle da erosão hídrica, de assoreamento de sulco e da compactação. “Aumenta a produtividade da área, reduz o custo de produção, melhorando as condições físicas do solo, além de auxiliar no controle de nematoides e outras pragas e contribuir com a redução do uso de herbicidas”, pontuou o profissional.

 
Durante o percurso os aspectos de regulagem de máquinas foram mostrados, como no caso de uma semeadora Tatu COP-CA, adquirida através de projeto da Finep com a intenção de atender à demanda do agricultor, quando existe a necessidade de se fazer um ensaio na condição de palhada. Outro equipamento demonstrado foi o penetrômetro digital, fabricado pela DLG, empresa de Sertãozinho-SP, que é um equipamento muito útil para identificar qual camada está mais compactada e permite ao agricultor regular os sulcadores e subsoladores na profundidade mais adequada, resultando em economia de diesel. 

 
“Nesta área foi plantada soja direto na palha da cana e queremos ter uma ideia da profundidade para regular o Rip Strip que estamos testando aqui para cana, ou se é melhor usar o subsolador em área total”, explicou Bolonhezi, ao mostrar o procedimento durante visita a uma área de três hectares na fazenda Cresciúma, em Jardinópolis-SP, onde foi implantado o sistema conservacionista de manejo de solo para cana-de-açúcar em sucessão à cultura da soja. “Agora vamos montar um experimento neste local com MPB.

 
Conhecimento fundamental

 
Vindos de várias regiões do país, os participantes acharam que o curso foi excelente e poderá agregar muitos conhecimentos para serem usados em suas regiões. “Nós temos trabalho de pesquisa e desenvolvimento, em parceria com empresas do setor sucroenergético no Mato Grosso do Sul, então vim participar do curso para ver os avanços que estão ocorrendo no estado de São Paulo, uma região mais tradicional na produção de cana, para levar e desenvolver essas tecnologias na região de expansão que é o MS”, contou o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados/MS, Cesar José da Silva.
 
Buscar por novas técnicas de plantio também foi o motivo para o agrônomo da ASSOVALE (Associação dos Fornecedores de Cana do Vale do Rio Paraguai), Fábio Broggi, sair de Nova Olímpia/MT, e participar do evento. “Levamos em conta todo o conhecimento da APTA e IAC que pode nos ajudar a desenvolver nesta linha de plantio direto na palha da cana, adaptando o que aprendemos aqui às nossas realidades”, afirmou.

 
Opinião compartilhada com Marcos Antonio Vieira, proprietário da Victor Vieira Consultoria Agronômica, com sede em Paraúna/GO. “Eu trabalho na área de fertilidade de solos e como a cana tem entrada em nossa região, vem gerando uma demanda grande de produtores por novas técnicas, por isso, eu vim aqui para reciclar, ver novas tecnologias, adquirir conhecimento e dominar um pouco do manejo da cana, pois não basta a gente trabalhar só a fertilidade, é preciso ter uma noção geral de manejo, entender os conceitos e eu fiquei muito satisfeito com o que vi aqui”, assegurou. 

 
Única mulher a participar do curso, a engenheira agrícola, Ana Beatriz Junqueira
Tarraf, também aprovou a dinâmica e informações oferecidas na quinta edição do curso. “Eu acho que é importante sempre buscar novas tecnologias para poder melhorar o plantio; a reforma na usina, porque essa é a base de sua colheita, principalmente agora que está voltando a atenção para o preparo do solo, reforma e plantio do canavial visando a uma colheita eficiente”, disse ela que trabalha no departamento de desenvolvimento técnico, na unidade Cruz Alta, da Guarani.

 
Interessados em outras edições do Curso ROTACANA podem acessar o site da INFOBIBOS, pois novas turmas estão sendo formadas para os próximos meses. (www.infobibos.com.br).