Custo da soja deve subir em MT em 2015/16

24/02/2015 Agricultura POR: Valor Econômico
A colheita de verão deste ciclo 2014/15 ainda está em curso e há toda uma segunda safra pela frente, mas os produtores de grãos de Mato Grosso já começam a fazer as contas tendo em vista o plantio da próxima temporada (2015/16), que terá início apenas em meados de setembro. E, conforme destaca o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à federação da agricultura e pecuária do Estado (Famato), o "cenário é nebuloso"para a soja, carro-chefe do agronegócio estadual e grão mais semeado no país. 
Do ponto de vista dos agricultores, talvez "preocupante" seja uma palavra mais apropriada para definir o que, por enquanto, é possível perceber de 2015/16. E isso porque todos os sinais disponíveis indicam que será a mais cara safra de soja da história de Mato Grosso, que lidera a produção brasileira da oleaginosa.
De acordo com o Imea, o custo de produção do grão no Estado ficará muito próximo de R$ 2,6 mil por hectare. No caso da soja convencional, a estimativa do instituto é de R$ 2.596,91 por hectare, 7 ,2% mais que em 2014/15; no da soja transgênica, que domina as plantações mato-grossenses, é de R$ 2.583,97 , uma alta de 7 ,1% na mesma comparação. 
"As duas principais justificativas para tal elevação são o aumento da demanda de insumos nos últimos anos e, sobretudo, a alta do dólar", diz o Imea. É cedo para saber se a produtividade das lavouras e os preços de venda, também influenciados pela elevação do dólar, compensarão ou não o aumento de custos, mas o horizonte traçado atualmente pelo Imea é desanimador. 
"Ao se considerar a produtividade das últimas cinco safras para balizar a safra 2015/16, o custo de produção total em sacas seria de R$ 50,10, acima do preço de paridade de exportação para março de 2016 - que, mesmo apresentando uma guinada nos últimos dias graças ao dólar, apresenta-se, na média de fevereiro, em R$ 44,37 . Essa paridade apresenta também uma defasagem com relação ao mesmo período do ano passado. 
O cenário se mostra paradoxal, uma vez que os impactos positivos oriundos do dólar sobre os preços do grão na próxima safra serão descontados no custo", diz o instituto. 
Já as negociações no mercado disponível, referentes à soja colhida na atual temporada, têm sido marcadas por preços mais elevados. Além da influência positiva do câmbio, uma sequência de dias chuvosos na primeira metade de fevereiro em Mato Grosso ajudou as cotações a retomarem uma trajetória ascendente,que havia sido deixada para trás com o início da colheita, em janeiro.
Em Sorriso, um dos principais polos de produção no Estado, a saca de 60 quilos iniciou 2015 cotada a R$ 55,50, mas perdeu fôlego e encerrou o mês a R$ 47 ,50, conforme o Imea. Contudo, as chuvas que atrapalharam a retirada da soja de campo em importantes regiões produtoras até o Carnaval empurraram as
cotações para mais perto dos R$ 50 nos últimos dias.
Em Primavera do Leste, as cotações médias estão na casa de R$ 52 por saca, acima dos R$ 49 do início do mês. Mas houve negócios sendo fechados a até R$ 54 na região, de acordo com Nei Chaves, da Focus Corretora de Cereais. "Agora deu uma estagnada, porque o clima mais seco voltou a favorecer a colheita no fim de semana", afirma. 
Detonada há seis dias, a paralisação de caminhoneiros, que bloqueia estradas de Mato Grosso e de pelo menos mais seis Estados, também pode impedir uma guinada mais sustentada dos preços da soja, avalia Chaves. "É um  problema atípico, que tem impedido a movimentação da mercadoria e deixado empresas receosas em fazer negócio". Os transportadores protestam contra os tributos do setor, a alta dos combustíveis e dos pedágios. 
Problemas imediatos à parte, ainda não é possível estimar se a área de plantio de soja será maior ou menor em 2015/16 em Mato Grosso, mas é difícil acreditar que os produtores vão tirar o pé do acelerador. Para os EUA, que lideram a produção global de soja e onde o plantio começará a ganhar força no segundo trimestre, 
as primeiras estimativas apontam que haverá uma ligeira retração. Na primeira metade da década passada, safras de rentabilidade negativa não impediram que a semeadura de soja continuasse a avançar nos campos mato-grossenses. E a colheita bate recordes desde então. Neste ciclo 2014/15, deverá somar 27 ,892 milhões de toneladas (6,1% mais que em 2013/14), conforme o Imea, a
partir de uma área plantada de 8,866 milhões de hectares (5,1% maior em igual comparação).
Cálculos do instituto divulgados na sexta-feira mostram que a colheita no Estado foi concluída em 34,9% da área, evolução de quase 10 pontos percentuais em relação à semana anterior. Ainda assim, o ritmo está aquém dos 47 ,3% do mesmo período de 2014. A produtividade ponderada até o momento é de 52,7 5 sacas por hectare, ante as 51,9 do ciclo 2013/14.
O atraso se reflete no plantio da segunda safra (safrinha) de milho, que avançou 16,2 pontos percentuais na semana encerrada na sexta-feira passada, para 39,5% da área prevista, mas continua atrasado ante os 57 ,9% de um ano atrás.
O milho safrinha é plantado na sequência da colheita da soja em Mato Grosso. Com o avanço da semeadura de milho, a atenção dos produtores se volta ao potencial de produtividade e à lucratividade - para a qual o cenário também não é dos mais festivos. Cálculos do Imea indicam que a margem do produtor matogrossense com o milho poderá ficar negativa em R$ 5,7 3 por saca.
A colheita de verão deste ciclo 2014/15 ainda está em curso e há toda uma segunda safra pela frente, mas os produtores de grãos de Mato Grosso já começam a fazer as contas tendo em vista o plantio da próxima temporada (2015/16), que terá início apenas em meados de setembro. E, conforme destaca o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à federação da agricultura e pecuária do Estado (Famato), o "cenário é nebuloso"para a soja, carro-chefe do agronegócio estadual e grão mais semeado no país. 
Do ponto de vista dos agricultores, talvez "preocupante" seja uma palavra mais apropriada para definir o que, por enquanto, é possível perceber de 2015/16. E isso porque todos os sinais disponíveis indicam que será a mais cara safra de soja da história de Mato Grosso, que lidera a produção brasileira da oleaginosa.
De acordo com o Imea, o custo de produção do grão no Estado ficará muito próximo de R$ 2,6 mil por hectare. No caso da soja convencional, a estimativa do instituto é de R$ 2.596,91 por hectare, 7 ,2% mais que em 2014/15; no da soja transgênica, que domina as plantações mato-grossenses, é de R$ 2.583,97 , uma alta de 7 ,1% na mesma comparação. 
"As duas principais justificativas para tal elevação são o aumento da demanda de insumos nos últimos anos e, sobretudo, a alta do dólar", diz o Imea. É cedo para saber se a produtividade das lavouras e os preços de venda, também influenciados pela elevação do dólar, compensarão ou não o aumento de custos, mas o horizonte traçado atualmente pelo Imea é desanimador. 
"Ao se considerar a produtividade das últimas cinco safras para balizar a safra 2015/16, o custo de produção total em sacas seria de R$ 50,10, acima do preço de paridade de exportação para março de 2016 - que, mesmo apresentando uma guinada nos últimos dias graças ao dólar, apresenta-se, na média de fevereiro, em R$ 44,37 . Essa paridade apresenta também uma defasagem com relação ao mesmo período do ano passado. 
O cenário se mostra paradoxal, uma vez que os impactos positivos oriundos do dólar sobre os preços do grão na próxima safra serão descontados no custo", diz o instituto. 
Já as negociações no mercado disponível, referentes à soja colhida na atual temporada, têm sido marcadas por preços mais elevados. Além da influência positiva do câmbio, uma sequência de dias chuvosos na primeira metade de fevereiro em Mato Grosso ajudou as cotações a retomarem uma trajetória ascendente,que havia sido deixada para trás com o início da colheita, em janeiro.
Em Sorriso, um dos principais polos de produção no Estado, a saca de 60 quilos iniciou 2015 cotada a R$ 55,50, mas perdeu fôlego e encerrou o mês a R$ 47 ,50, conforme o Imea. Contudo, as chuvas que atrapalharam a retirada da soja de campo em importantes regiões produtoras até o Carnaval empurraram as
cotações para mais perto dos R$ 50 nos últimos dias.
Em Primavera do Leste, as cotações médias estão na casa de R$ 52 por saca, acima dos R$ 49 do início do mês. Mas houve negócios sendo fechados a até R$ 54 na região, de acordo com Nei Chaves, da Focus Corretora de Cereais. "Agora deu uma estagnada, porque o clima mais seco voltou a favorecer a colheita no fim de semana", afirma. 
Detonada há seis dias, a paralisação de caminhoneiros, que bloqueia estradas de Mato Grosso e de pelo menos mais seis Estados, também pode impedir uma guinada mais sustentada dos preços da soja, avalia Chaves. "É um  problema atípico, que tem impedido a movimentação da mercadoria e deixado empresas receosas em fazer negócio". Os transportadores protestam contra os tributos do setor, a alta dos combustíveis e dos pedágios. 
Problemas imediatos à parte, ainda não é possível estimar se a área de plantio de soja será maior ou menor em 2015/16 em Mato Grosso, mas é difícil acreditar que os produtores vão tirar o pé do acelerador. Para os EUA, que lideram a produção global de soja e onde o plantio começará a ganhar força no segundo trimestre, 
as primeiras estimativas apontam que haverá uma ligeira retração. Na primeira metade da década passada, safras de rentabilidade negativa não impediram que a semeadura de soja continuasse a avançar nos campos mato-grossenses. E a colheita bate recordes desde então. Neste ciclo 2014/15, deverá somar 27 ,892 milhões de toneladas (6,1% mais que em 2013/14), conforme o Imea, a
partir de uma área plantada de 8,866 milhões de hectares (5,1% maior em igual comparação).
Cálculos do instituto divulgados na sexta-feira mostram que a colheita no Estado foi concluída em 34,9% da área, evolução de quase 10 pontos percentuais em relação à semana anterior. Ainda assim, o ritmo está aquém dos 47 ,3% do mesmo período de 2014. A produtividade ponderada até o momento é de 52,7 5 sacas por hectare, ante as 51,9 do ciclo 2013/14.
O atraso se reflete no plantio da segunda safra (safrinha) de milho, que avançou 16,2 pontos percentuais na semana encerrada na sexta-feira passada, para 39,5% da área prevista, mas continua atrasado ante os 57 ,9% de um ano atrás.
O milho safrinha é plantado na sequência da colheita da soja em Mato Grosso. Com o avanço da semeadura de milho, a atenção dos produtores se volta ao potencial de produtividade e à lucratividade - para a qual o cenário também não é dos mais festivos. Cálculos do Imea indicam que a margem do produtor matogrossense com o milho poderá ficar negativa em R$ 5,7 3 por saca.