De Olho no Material Escolar: Pais, saibam como evitar que seus filhos sejam vítimas dessas mentiras

26/01/2021 Agricultura POR: Marino Guerra

Participação no processo de educação e contar as verdadeiras histórias é o melhor caminho

O movimento pegou e o processo de revisão e reformulação do material escolar, num primeiro momento do ensino fundamental, tem tudo para ser bem-sucedido.

Contudo, o trabalho é gigantesco e sem a ajuda de todos, não só produtores, mas também daqueles que trabalham, de maneira direta ou indireta com o agronegócio, demorará muito para ser concluído.

Assim, a participação dos pais, irmãos mais velhos, tios, avós e padrinhos na fiscalização daquilo que os jovens estão aprendendo é primordial para acelerar o processo e eliminar de vez como essa campanha velada, sustentada por razões ideológicas atrasadas e que só colaboram para prejudicar.

Que a nossa nação entenda a verdadeira vocação do país, que é ser a maior potência agroambiental do Planeta Terra.

Segundo o professor, agrônomo e produtor rural, Xico Graziano, os pais precisam ficar atentos principalmente ao material escolar das disciplinas de geografia, história e ciências que, de forma recorrente, ligam a produção agropecuária, a quatro assuntos: desmatamento, uso de agrotóxicos, produção orgânica de alimentos e a criação de uma rivalidade entre agricultura familiar e agronegócio.

Dessa maneira, não é difícil encontrar textos dizendo que a configuração no campo está na mão de grandes latifundiários, preocupados no uso extrativista do solo, que inclusive é generalista não respeitando as diferenças de cada região, que tem sua própria história, seus próprios desafios climáticos e sua forma de trabalhar.

Outro ponto fácil para identificar essas mentiras está no pequeno rigor de argumentação. Geralmente são histórias sem fontes, sem um ponto de partida, e com um destino bastante nebuloso, como, por exemplo, ligar uma cadeia produtiva com o desalojamento de tribos indígenas.

Lendo e denunciando para a coordenadoria da escola e para o movimento @deolhonomaterialescolar a ajuda será gigantesca, contudo ela pode ser melhor ainda não ficando apenas com o ensino fundamental, conversando com o estudante para saber o que ele está escutando dos professores e contando a história da propriedade, dos trabalhos, de como surgiram as indústrias e cooperativas e como elas foram importantes para o desenvolvimento das cidades.

É notório que o público adolescente e até mesmo universitário também acaba sendo vítima desse processo de enraizamento ideológico. Assim, é importante ficar de olho também ao que os mais velhos estão aprendendo, fazendo o mesmo trabalho de revisão do material escolar e se manifestando caso encontrar informações tendenciosas.

Mas não basta só focar no livro, é preciso interagir com os professores, e isso é comprovado com o movimento das mães de Barretos, que foram até eles conversar e se surpreenderam com a reciprocidade e incômodo de muitos com aquela situação. Porém, como eram obrigados a seguir a metodologia de ensino, acabavam por disseminar o conteúdo.

Então, estar ao lado da escola é fundamental, conversar com os professores e coordenadores e também estar aberto para mostrar como é o dia a dia no campo, seja indo dar uma palestra ou então organizando uma excursão, são formas muito poderosas de acabar com qualquer preconceito.

É preciso contar as histórias, como tudo aquilo começou, como era, somos um país onde a maioria das famílias teve pelo menos um parente muito próximo com ligações no agro. Nossas cidades têm histórias de desenvolvimento e prosperidade com a atividade agropecuária. E então, sentar com as crianças e adolescentes e passar para elas a noção de legado, de que elas têm uma relação umbilical com o trabalho no campo, que seus avós, bisavós trabalharam no começo de tudo e eles, ao contrário de vilões, foram super-heróis no processo de construção desse segmento, que com certeza fará do Brasil um país melhor.

Como diz Graziano “sem mentiras, sem mitos, tudo em cima de fatos”.