Déficit mundial de açúcar deve ser de 6,09 milhões de toneladas em 2016/2017

20/06/2016 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 120
“O açúcar no contra-ciclo” foi o tema central da 10ª ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference, realizada no dia 18 de maio, no Waldorf-Astoria, em Nova York, a qual mostrou que o cenário atual da indústria sucroenergética dos países players vem influenciando a demanda e oferta de açúcar mundial. O evento realizado pela DATAGRO reuniu mais de 300 líderes mundiais em negócios, especialistas e autoridades.
O sequente déficit no balanço global de açúcar, a alta dos estoques mundiais, a queda da produção e a oscilação de preços do mercado passaram a ser um alerta para produtores e investidores explicaram José Orive, diretor executivo da ISO (International Sugar Organization), e Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, ao darem as boas-vindas aos participantes da conferência.  
Nastari apresentou, na ocasião, um levantamento feito por sua consultoria, que aponta que o déficit mundial de açúcar deve chegar a 6,09 milhões de toneladas em 2016/17, fato ratificado por representantes dos principais países produtores da commodity ao longo do encontro.
A Indonésia, que é o segundo maior exportador de açúcar, está sofrendo com a restrição financeira e a logística.
Segundo Ahmad Farid Kamarudin, CEO da MSM Trading International DMCC, estes fatores impedem o crescimento do setor no país e apresentam um déficit estrutural na produção de açúcar, com aumento nas importações da commodity.
Atualmente, a Tailândia é um dos principais exportadores de açúcar para a Indonésia, somando um total de 4,1 milhões de toneladas em 2016.
Outro grande produtor de açúcar que pode ter desafios para manter estabilidade no mercado é a Índia. “Plantio em Maharashtra, provavelmente vai cair tanto quanto os 35% nesta temporada”, avalia Jonathan Drake, chefe de açúcar no RCMA Commodities Ásia, em seu discurso. Desta forma, a Índia também pode se tornar importador no próximo ano. Ainda sobre a Ásia, Jonathan apontou a condição de produção na China, que deve continuar a cair, e ter déficit de 7,5 milhões de toneladas de suprimentos.
Já no Brasil, a produção de açúcar poderá ter ligeiro aumento. De acordo com Nastari, nesta temporada, o volume deve somar 38,10 milhões de toneladas, sendo superior aos 33,99 milhões de toneladas de 2015/16. “Desde 2012, a produção de açúcar tem reduzido. Mas, em 2016, este cenário deve se recuperar e chegar próximo ao último recorde. Neste sentido a capacidade do Brasil de mudar o mix de produção está ajudando a reduzir a volatilidade do mercado”, afirmou o presidente da DATAGRO.
A sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar brasileira também foi discutida na oportunidade. Ao explanar em painel que abordava energia limpa e renovável, o governador Marconi Perillo falou do grande crescimento da produção de cana-de-açúcar em Goiás, tornando o estado no segundo maior produtor brasileiro de etanol.
“De 1999 para cá, enquanto a safra no Brasil dobrou, a do meu estado foi multiplicada 14 vezes; um crescimento expressivo. Saltamos de 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 73 milhões, volume que garantiu o segundo lugar como maior produtor de cana do país, segundo produtor de etanol e segundo produtor de bioenergia. Também temos uma produção expressiva de bagaço a partir da cana”, afirmou Perillo.
Representando o governo de Mato Grosso do Sul, Renato Roscoe, superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, explanou no mesmo painel e explicou como o MS está fornecendo incentivos para a produção de biocombustíveis de baixo carbono focada na exportação.
O evento contou ainda com a participação de outras lideranças brasileiras, como Fabio Venturelli, presidente e CEO do Grupo São Martinho, Paulo Roberto Souza, presidente da Copersucar, e Rui Chammas, presidente da Biosev. Os executivos discutiram temas relevantes que envolvem a produção no Brasil e concordaram que as incertezas continuarão impedindo uma retomada na expansão da capacidade de esmagamento no país, como também indicaram que a indústria brasileira deverá se concentrar na incorporação de tecnologias para recuperar e aumentar a produtividade perdida nos últimos anos devido à crise.
Para Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, o evento foi muito importante para fomentar as discussões sobre o setor. “Assuntos relevantes para o mercado de açúcar e como este setor pode ser um dos poucos que andam na contramão da desaceleração da economia nas várias regiões do mundo, como na Ásia e no Brasil, foram explanados aqui”, disse.
Luiz Felipe Nastari, diretor da consultoria, lembrou da primeira edição da conferência e disse que o número de participantes vem aumentando a cada ano, enfatizando o perfil dos participantes do evento, vindos de todas as partes do mundo. “Ao todo, mais de 300 participantes e 18 palestrantes fizeram desse encontro um momento excepcional para troca de informações, opiniões e soluções para o mercado internacional de açúcar e etanol”, concluiu. A próxima edição da ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference acontece em 17 de maio de 2017. 
“O açúcar no contra-ciclo” foi o tema central da 10ª ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference, realizada no dia 18 de maio, no Waldorf-Astoria, em Nova York, a qual mostrou que o cenário atual da indústria sucroenergética dos países players vem influenciando a demanda e oferta de açúcar mundial. O evento realizado pela DATAGRO reuniu mais de 300 líderes mundiais em negócios, especialistas e autoridades.
O sequente déficit no balanço global de açúcar, a alta dos estoques mundiais, a queda da produção e a oscilação de preços do mercado passaram a ser um alerta para produtores e investidores explicaram José Orive, diretor executivo da ISO (International Sugar Organization), e Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, ao darem as boas-vindas aos participantes da conferência.  

 
Nastari apresentou, na ocasião, um levantamento feito por sua consultoria, que aponta que o déficit mundial de açúcar deve chegar a 6,09 milhões de toneladas em 2016/17, fato ratificado por representantes dos principais países produtores da commodity ao longo do encontro.
A Indonésia, que é o segundo maior exportador de açúcar, está sofrendo com a restrição financeira e a logística.
Segundo Ahmad Farid Kamarudin, CEO da MSM Trading International DMCC, estes fatores impedem o crescimento do setor no país e apresentam um déficit estrutural na produção de açúcar, com aumento nas importações da commodity.
Atualmente, a Tailândia é um dos principais exportadores de açúcar para a Indonésia, somando um total de 4,1 milhões de toneladas em 2016.
Outro grande produtor de açúcar que pode ter desafios para manter estabilidade no mercado é a Índia. “Plantio em Maharashtra, provavelmente vai cair tanto quanto os 35% nesta temporada”, avalia Jonathan Drake, chefe de açúcar no RCMA Commodities Ásia, em seu discurso. Desta forma, a Índia também pode se tornar importador no próximo ano. Ainda sobre a Ásia, Jonathan apontou a condição de produção na China, que deve continuar a cair, e ter déficit de 7,5 milhões de toneladas de suprimentos.
Já no Brasil, a produção de açúcar poderá ter ligeiro aumento. De acordo com Nastari, nesta temporada, o volume deve somar 38,10 milhões de toneladas, sendo superior aos 33,99 milhões de toneladas de 2015/16. “Desde 2012, a produção de açúcar tem reduzido. Mas, em 2016, este cenário deve se recuperar e chegar próximo ao último recorde. Neste sentido a capacidade do Brasil de mudar o mix de produção está ajudando a reduzir a volatilidade do mercado”, afirmou o presidente da DATAGRO.
A sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar brasileira também foi discutida na oportunidade. Ao explanar em painel que abordava energia limpa e renovável, o governador Marconi Perillo falou do grande crescimento da produção de cana-de-açúcar em Goiás, tornando o estado no segundo maior produtor brasileiro de etanol.
“De 1999 para cá, enquanto a safra no Brasil dobrou, a do meu estado foi multiplicada 14 vezes; um crescimento expressivo. Saltamos de 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 73 milhões, volume que garantiu o segundo lugar como maior produtor de cana do país, segundo produtor de etanol e segundo produtor de bioenergia. Também temos uma produção expressiva de bagaço a partir da cana”, afirmou Perillo.
Representando o governo de Mato Grosso do Sul, Renato Roscoe, superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, explanou no mesmo painel e explicou como o MS está fornecendo incentivos para a produção de biocombustíveis de baixo carbono focada na exportação.
O evento contou ainda com a participação de outras lideranças brasileiras, como Fabio Venturelli, presidente e CEO do Grupo São Martinho, Paulo Roberto Souza, presidente da Copersucar, e Rui Chammas, presidente da Biosev. Os executivos discutiram temas relevantes que envolvem a produção no Brasil e concordaram que as incertezas continuarão impedindo uma retomada na expansão da capacidade de esmagamento no país, como também indicaram que a indústria brasileira deverá se concentrar na incorporação de tecnologias para recuperar e aumentar a produtividade perdida nos últimos anos devido à crise.

Para Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, o evento foi muito importante para fomentar as discussões sobre o setor. “Assuntos relevantes para o mercado de açúcar e como este setor pode ser um dos poucos que andam na contramão da desaceleração da economia nas várias regiões do mundo, como na Ásia e no Brasil, foram explanados aqui”, disse.
Luiz Felipe Nastari, diretor da consultoria, lembrou da primeira edição da conferência e disse que o número de participantes vem aumentando a cada ano, enfatizando o perfil dos participantes do evento, vindos de todas as partes do mundo. “Ao todo, mais de 300 participantes e 18 palestrantes fizeram desse encontro um momento excepcional para troca de informações, opiniões e soluções para o mercado internacional de açúcar e etanol”, concluiu. A próxima edição da ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference acontece em 17 de maio de 2017.