Demanda no país por galpões de alto padrão ainda cresce

09/09/2015 Logística POR: Valor Econômico
A demanda por aluguel de galpões de alto padrão continua aquecida mesmo com a recessão no país. A expectativa é que haja crescimento desse nicho do mercado em 2015 ­ ainda que menor do que nos últimos anos ­, em decorrência da busca por mais eficiência e redução do custo total de ocupação a partir da consolidação de áreas e migração a imóveis de maior qualidade. Em alguns casos, empresas de varejo e e­commerce, bem como companhias farmacêuticas e de logística terceirizada, estão pré­locando imóveis do tipo.
Segundo o diretor de serviços industriais da CBRE, Fernando Terra, algumas empresas estão saindo da locação de galpões mais antigos e migrando para imóveis de mais qualidade ­ com pé direito de 12 metros, piso com capacidade de carga de seis toneladas por metro quadrado e próximo a rodovias ­ pagando o mesmo preço por metro quadrado para ter melhor aproveitamento do espaço.
Conforme o executivo da CBRE, a tendência de migração para esse tipo de produto continua. Nos cálculos da CBRE, a absorção bruta no Estado de São Paulo somou 600 mil metros quadrados no primeiro semestre, sendo 350 mil de alto padrão. Descontando­se as devoluções, a absorção líquida chegou a metade dessas áreas. Segundo Terra, os preços de locação já se acomodaram, mas ainda há concessão de descontos e de prazo de carência para início do pagamento.
A Prologis CCP mantém os investimentos programados e vai elevar sua área de galpões, atualmente de 600 mil metros quadrados, em 50% até meados de 2016. Os investimentos para desenvolver os 300 mil metros quadrados adicionais de galpões "triple A" vão somar de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões. Esses projetos começam a ser entregues no fim do ano e metade das novas áreas está pré­locada, conforme o presidente da Prologis CCP, Hardy Milsch. A vacância dos projetos prontos da empresa ­ todos localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro ­ é de 0,8%.
"Os clientes buscam eficiência. Nos anos anteriores, o foco era o aumento de capacidade, sem análise profunda de eficiência logística", diz Milsch. Mas, segundo ele, para convencer clientes que vale à pena pagar R$ 22 por metro quadrado em um galpão da Prologis CCP em vez de R$ 18 em projeto com pé direito mais baixo, menor aproveitamento de área e não tão bem localizado, tem sido necessário trabalhar o dobro ou o triplo, e as negociações estão mais lentas.
"Os anos de 2015 e 2016 são um desafio, mas estamos nos preparando para quando vier a recuperação", afirma o presidente da Prologis CCP. Segundo Milsch, as necessidades de consumo da população brasileira, superior a 200 milhões de pessoas, e a demanda por infraestrutura logística explicam a demanda por galpões mesmo no atual cenário. Quase 60% dos clientes da Prologis CCP são globais.
A Log Commercial Properties, subsidiária da MRV Engenharia, também mantém os investimentos programados para 2015. A vacância da Log tem caído mensalmente, segundo o diretor­executivo, Sérgio Fischer. "Nossa vacância nunca esteve tão baixa", afirma, sem divulgar o percentual. Para Fischer, a migração para empreendimentos de mais qualidade, o chamado "fly to quality", no jargão do setor, e a demanda reprimida explicam a redução da vacância.
Ainda que a procura por galpões de alto padrão continue existindo, o executivo da Log reconhece que tem havido descontos em parte dos mercados. Conforme Fischer, a empresa espera que o patamar médio de negociações de
preços de locação, com descontos de até 10%, seja mantido. 
Recentemente, a Log fechou, pela primeira vez, pré­locação de 100% de fase de um projeto. Os 35 mil metros quadrados de galpão em construção no Rio de Janeiro foram pré­locados por empresa de distribuição da cadeia farmacêutica para prazo de dez anos. A Log optou por conceder desconto superior à média para que, quando o projeto for entregue, não haja vacância, segundo Fischer, considerando expectativa de excesso de oferta no Rio daqui a um ano.
A Global Logistic Properties (GLP) tem conseguido manter seus preços de locação estáveis, segundo o presidente da maior empresa de galpões do país, Mauro Dias. "Galpões de melhor qualidade trazem benefícios que possibilitam pagar mais porque há outros ganhos", diz. De janeiro a agosto, foram assinados contratos referentes a novas locações de 204 mil metros quadrados de galpões da GLP.
Por enquanto, a GLP não sentiu retração de demanda, mas Dias avalia que a perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país entre 2% e 3% "pode impactar a decisão de novas locações". "A demanda ainda não caiu, mas o desenrolar do cenário econômico irá dizer o que se converterá em novas locações."
Para o intervalo de um ano até março de 2016, estão mantidos os investimentos previstos pela GLP de US$ 250 milhões à construção de 300 mil metros quadrados no país. A previsão de entregas no período é de 185 mil metros quadrados. A GLP tem taxa de ocupação dos imóveis consolidados de 94%.
Na opinião do vice­presidente do TRX Group, José Alves Neto, o foco no período de 2015 a 2017 precisa estar na manutenção de empreendimentos e no desenvolvimento de projetos para a empresa estar bem posicionada e ter "plataformas disponíveis" quando um novo ciclo de alta do mercado ocorrer. "Não há mais a euforia do passado, mas existe demanda para expansão e para a concentração de espaços", conta. 
A gestora e desenvolvedora imobiliária TRX está em via de fechar uma operação de "build to suit", ou seja, de construção sob medida. Com atuação em 11 estados do país, a TRX tem 95% de seus galpões com perfil de alto padrão. De acordo com Alves Neto, está mais difícil fechar pré­locações do que foi nos últimos anos, e a TRX oferece descontos que variam conforme o prazo do contrato e o perfil do inquilino e do imóvel. A concessão de abatimentos e de carência para início do pagamento de aluguel é associada, por exemplo, ao aumento do prazo do contrato.
A demanda por aluguel de galpões de alto padrão continua aquecida mesmo com a recessão no país. A expectativa é que haja crescimento desse nicho do mercado em 2015 ­ ainda que menor do que nos últimos anos ­, em decorrência da busca por mais eficiência e redução do custo total de ocupação a partir da consolidação de áreas e migração a imóveis de maior qualidade. Em alguns casos, empresas de varejo e e­commerce, bem como companhias farmacêuticas e de logística terceirizada, estão pré­locando imóveis do tipo.
Segundo o diretor de serviços industriais da CBRE, Fernando Terra, algumas empresas estão saindo da locação de galpões mais antigos e migrando para imóveis de mais qualidade ­ com pé direito de 12 metros, piso com capacidade de carga de seis toneladas por metro quadrado e próximo a rodovias ­ pagando o mesmo preço por metro quadrado para ter melhor aproveitamento do espaço.
Conforme o executivo da CBRE, a tendência de migração para esse tipo de produto continua. Nos cálculos da CBRE, a absorção bruta no Estado de São Paulo somou 600 mil metros quadrados no primeiro semestre, sendo 350 mil de alto padrão. Descontando­se as devoluções, a absorção líquida chegou a metade dessas áreas. Segundo Terra, os preços de locação já se acomodaram, mas ainda há concessão de descontos e de prazo de carência para início do pagamento.
A Prologis CCP mantém os investimentos programados e vai elevar sua área de galpões, atualmente de 600 mil metros quadrados, em 50% até meados de 2016. Os investimentos para desenvolver os 300 mil metros quadrados adicionais de galpões "triple A" vão somar de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões. Esses projetos começam a ser entregues no fim do ano e metade das novas áreas está pré­locada, conforme o presidente da Prologis CCP, Hardy Milsch. A vacância dos projetos prontos da empresa ­ todos localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro ­ é de 0,8%.
"Os clientes buscam eficiência. Nos anos anteriores, o foco era o aumento de capacidade, sem análise profunda de eficiência logística", diz Milsch. Mas, segundo ele, para convencer clientes que vale à pena pagar R$ 22 por metro quadrado em um galpão da Prologis CCP em vez de R$ 18 em projeto com pé direito mais baixo, menor aproveitamento de área e não tão bem localizado, tem sido necessário trabalhar o dobro ou o triplo, e as negociações estão mais lentas.
"Os anos de 2015 e 2016 são um desafio, mas estamos nos preparando para quando vier a recuperação", afirma o presidente da Prologis CCP. Segundo Milsch, as necessidades de consumo da população brasileira, superior a 200 milhões de pessoas, e a demanda por infraestrutura logística explicam a demanda por galpões mesmo no atual cenário. Quase 60% dos clientes da Prologis CCP são globais.
A Log Commercial Properties, subsidiária da MRV Engenharia, também mantém os investimentos programados para 2015. A vacância da Log tem caído mensalmente, segundo o diretor­executivo, Sérgio Fischer. "Nossa vacância nunca esteve tão baixa", afirma, sem divulgar o percentual. Para Fischer, a migração para empreendimentos de mais qualidade, o chamado "fly to quality", no jargão do setor, e a demanda reprimida explicam a redução da vacância.
Ainda que a procura por galpões de alto padrão continue existindo, o executivo da Log reconhece que tem havido descontos em parte dos mercados. Conforme Fischer, a empresa espera que o patamar médio de negociações de
preços de locação, com descontos de até 10%, seja mantido. 
Recentemente, a Log fechou, pela primeira vez, pré­locação de 100% de fase de um projeto. Os 35 mil metros quadrados de galpão em construção no Rio de Janeiro foram pré­locados por empresa de distribuição da cadeia farmacêutica para prazo de dez anos. A Log optou por conceder desconto superior à média para que, quando o projeto for entregue, não haja vacância, segundo Fischer, considerando expectativa de excesso de oferta no Rio daqui a um ano.
A Global Logistic Properties (GLP) tem conseguido manter seus preços de locação estáveis, segundo o presidente da maior empresa de galpões do país, Mauro Dias. "Galpões de melhor qualidade trazem benefícios que possibilitam pagar mais porque há outros ganhos", diz. De janeiro a agosto, foram assinados contratos referentes a novas locações de 204 mil metros quadrados de galpões da GLP.
Por enquanto, a GLP não sentiu retração de demanda, mas Dias avalia que a perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país entre 2% e 3% "pode impactar a decisão de novas locações". "A demanda ainda não caiu, mas o desenrolar do cenário econômico irá dizer o que se converterá em novas locações."

Para o intervalo de um ano até março de 2016, estão mantidos os investimentos previstos pela GLP de US$ 250 milhões à construção de 300 mil metros quadrados no país. A previsão de entregas no período é de 185 mil metros quadrados. A GLP tem taxa de ocupação dos imóveis consolidados de 94%.
Na opinião do vice­presidente do TRX Group, José Alves Neto, o foco no período de 2015 a 2017 precisa estar na manutenção de empreendimentos e no desenvolvimento de projetos para a empresa estar bem posicionada e ter "plataformas disponíveis" quando um novo ciclo de alta do mercado ocorrer. "Não há mais a euforia do passado, mas existe demanda para expansão e para a concentração de espaços", conta. 
A gestora e desenvolvedora imobiliária TRX está em via de fechar uma operação de "build to suit", ou seja, de construção sob medida. Com atuação em 11 estados do país, a TRX tem 95% de seus galpões com perfil de alto padrão. De acordo com Alves Neto, está mais difícil fechar pré­locações do que foi nos últimos anos, e a TRX oferece descontos que variam conforme o prazo do contrato e o perfil do inquilino e do imóvel. A concessão de abatimentos e de carência para início do pagamento de aluguel é associada, por exemplo, ao aumento do prazo do contrato.