Os desembolsos totais de crédito rural nos dois primeiros meses desta safra 2016/17 (julho e agosto) somaram R$ 26,3 bilhões, 16% menos que no mesmo período do ciclo 2015/16, conforme dados do Banco Central. As contratações por parte da agricultura empresarial caíram 20% na comparação, para R$ 21,4 bilhões, enquanto as da agricultura familiar, no âmbito do Pronaf, recuaram 6,3%, para R$ 5 bilhões. O número total de contratos fechados também teve queda ¬ de 4,6%, para 443 mil.
As retrações foram puxadas pelos desembolsos nas linhas de custeio. Nessa frente, a baixa foi de 30%, para R$ 16,5 bilhões no total. A tomada de crédito para custeio por parte da agricultura empresarial foi R$ 7 bilhões menor. Em parte, esse tombo reflete a forte aceleração dos desembolsos no início do ciclo 2015/16, quando o crédito para o pré¬custeio foi particularmente escasso. Mas também está ligado à descapitalização de produtores prejudicados por adversidades climáticas na temporada passada, entre os quais os da região conhecida como "Matopiba" (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Já a demanda de recursos para investimentos continua aquecida em 2016/17. No total, chegou a R$ 5 bilhões no primeiro bimestre do ano¬safra, aumento de 22%. Só os desembolsos no âmbito do Moderfrota, linha voltada à aquisição de máquinas e equipamentos, mais do que dobraram e atingiram R$ 1,4 bilhão. No ciclo passado, os financiamentos para investimento chegaram a amargar quedas superiores a 40%.
No caso do Banco do Brasil, líder do mercado de crédito rural no país, os desembolsos totais caíram 37,5% no bimestre julho¬agosto, para R$ 8,8 bilhões. De modo geral, os bancos públicos emprestaram R$ 10,5 bilhões, queda de 36% em relação aos dois primeiros meses de 2015/16. Já as instituições privadas mantiveram o mesmo patamar de liberações ¬ cerca de R$ 11 bilhões.
A aposta do governo em estimular ainda mais as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) como fonte alternativa de recursos para o crédito rural, rendeu frutos: entre julho e agosto, a demanda por financiamentos com base nesses títulos, isentos de imposto de renda, atingiu R$ 2,6 bilhões, 82,6% mais que no primeiro bimestre do ciclo passado.
Por Cristiano Zaia
Os desembolsos totais de crédito rural nos dois primeiros meses desta safra 2016/17 (julho e agosto) somaram R$ 26,3 bilhões, 16% menos que no mesmo período do ciclo 2015/16, conforme dados do Banco Central. As contratações por parte da agricultura empresarial caíram 20% na comparação, para R$ 21,4 bilhões, enquanto as da agricultura familiar, no âmbito do Pronaf, recuaram 6,3%, para R$ 5 bilhões. O número total de contratos fechados também teve queda ¬ de 4,6%, para 443 mil.
As retrações foram puxadas pelos desembolsos nas linhas de custeio. Nessa frente, a baixa foi de 30%, para R$ 16,5 bilhões no total. A tomada de crédito para custeio por parte da agricultura empresarial foi R$ 7 bilhões menor. Em parte, esse tombo reflete a forte aceleração dos desembolsos no início do ciclo 2015/16, quando o crédito para o pré¬custeio foi particularmente escasso. Mas também está ligado à descapitalização de produtores prejudicados por adversidades climáticas na temporada passada, entre os quais os da região conhecida como "Matopiba" (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Já a demanda de recursos para investimentos continua aquecida em 2016/17. No total, chegou a R$ 5 bilhões no primeiro bimestre do ano¬safra, aumento de 22%. Só os desembolsos no âmbito do Moderfrota, linha voltada à aquisição de máquinas e equipamentos, mais do que dobraram e atingiram R$ 1,4 bilhão. No ciclo passado, os financiamentos para investimento chegaram a amargar quedas superiores a 40%.
No caso do Banco do Brasil, líder do mercado de crédito rural no país, os desembolsos totais caíram 37,5% no bimestre julho¬agosto, para R$ 8,8 bilhões. De modo geral, os bancos públicos emprestaram R$ 10,5 bilhões, queda de 36% em relação aos dois primeiros meses de 2015/16. Já as instituições privadas mantiveram o mesmo patamar de liberações ¬ cerca de R$ 11 bilhões.
A aposta do governo em estimular ainda mais as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) como fonte alternativa de recursos para o crédito rural, rendeu frutos: entre julho e agosto, a demanda por financiamentos com base nesses títulos, isentos de imposto de renda, atingiu R$ 2,6 bilhões, 82,6% mais que no primeiro bimestre do ciclo passado.
Por Cristiano Zaia