Destilarias brasileiras ainda não utilizam toda tecnologia disponível

23/10/2012 Geral POR: Agência UDOP de Notícias
Em tempos de crise, a mensuração dos custos é indispensável. Entretanto, não é só isso que vai elevar os resultados finais de uma indústria. Em entrevista para aTV UDOP, o Professor Henrique Vianna Amorim, diretor da Fermentec, fala sobre como maximizar resultados na produção do etanol. A entrevista foi realizada durante a 12ª Conferência Internacional Datagro, na última semana, na capital paulista.

Para o professor, as destilarias brasileiras ainda não utilizam toda a tecnologia disponível. Segundo Amorim, o processo de levedura de pão para produção do biocombustível é antigo. "Existem mais de 400 destilarias no Brasil e, neste último ano, apenas 170 iniciaram a safra com levedura selecionada, o resto usa levedura de pão, que em uma semana ou duas, já apresenta rendimentos mais baixos", diz.

Questionado sobre essa não utilização dos recursos existentes, o professor diz acreditar que se trate da decisão focada no aumento de produção e não na eficiência. "Essa é uma pergunta que eu andei me fazendo durante muito tempo. Eu acho que a levedura de pão, também faz etanol, só que com a eficiência menor", explica. O professor ainda completa: "Eu creio que em partes esteja ligado a esse pré-conceito de que é muito fácil fazeretanol. Eu também acho que é fácil, mas com alta eficiência não é fácil", ressalta.

Amorim destaca que a situação se agravou ainda mais com o advento da cana picada. "Nós introduzimos na indústria uma série de parâmetros, e teremos que trabalhar muito para melhorar, não só na qualidade do açúcar, mas também na fermentação que está sendo trazida por essa cana", finaliza.