Dilma aceita mudar regras do pré­-sal

15/02/2016 Combustível POR: Valor Econômico
A presidente Dilma Rousseff aceita rediscutir o papel da Petrobras na exploração de petróleo da camada pré­sal. 
Hoje, a estatal é legalmente a única operadora e deve ter obrigatoriamente participação de pelo menos 30% nos consórcios. A presidente concorda em fazer mudanças, desde que a empresa mantenha o direito de preferência nos próximos leilões.
A mudança na posição de Dilma ocorre no momento em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), anunciou que colocará em votação, neste semestre, projeto do senador José Serra (PSDB­SP) que acaba com o monopólio da Petrobras como operadora do pré­sal.
"Não estamos falando em abrir a porteira", ressalvou ao Valor uma fonte credenciada do governo. "A presidente não admitirá que a Petrobras sofra nenhum prejuízo". Segundo essa fonte, a mudança nas normas pretende melhorar o ambiente de negócios, uma vez que a estatal, pressionada pelos escândalos apurados na Operação Lava­Jato e pela acentuada queda no preço do petróleo, tem cortado drasticamente seus investimentos.
O regime de partilha ­ que divide o petróleo produzido entre a União e o grupo empresarial que detém o direito de exploração ­ e a prerrogativa de que a Petrobras seja a operadora única do pré­sal sempre foram considerados "cláusula pétrea" por Dilma. Foi ela quem, no governo Lula, liderou as mudanças na lei do petróleo. Há alguns meses, quando o projeto de Serra ganhou fôlego no Senado, ela mandou avisar que vetaria a proposta em caso de aprovação no Congresso.
Agora, o governo busca um discurso para justificar a iminente mudança de rota. Uma das ideias para diminuir o impacto político da medida é que a presidente reafirme publicamente que não abre mão de destinar os recursos arrecadados com o pré­sal à saúde e à educação. A legislação já determina que 75% dos recursos sejam repassados à area de educação e 25% à saúde.
O decreto baixado pela presidente no início de janeiro, flexibilizando normas relativas à exigência de conteúdo nacional na fabricação de equipamentos usados no pré­sal, já foi pensado no âmbito das mudanças regulatórias que Dilma passou a admitir. Ela tem afirmado em discursos que uma das razões da crise econômica vivida pelo país foi o fim do ciclo das commodities, responsável pelo declínio nos preços do petróleo.
A presidente Dilma Rousseff aceita rediscutir o papel da Petrobras na exploração de petróleo da camada pré­sal. 
Hoje, a estatal é legalmente a única operadora e deve ter obrigatoriamente participação de pelo menos 30% nos consórcios. A presidente concorda em fazer mudanças, desde que a empresa mantenha o direito de preferência nos próximos leilões.
A mudança na posição de Dilma ocorre no momento em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), anunciou que colocará em votação, neste semestre, projeto do senador José Serra (PSDB­SP) que acaba com o monopólio da Petrobras como operadora do pré­sal.
"Não estamos falando em abrir a porteira", ressalvou ao Valor uma fonte credenciada do governo. "A presidente não admitirá que a Petrobras sofra nenhum prejuízo". Segundo essa fonte, a mudança nas normas pretende melhorar o ambiente de negócios, uma vez que a estatal, pressionada pelos escândalos apurados na Operação Lava­Jato e pela acentuada queda no preço do petróleo, tem cortado drasticamente seus investimentos.
O regime de partilha ­ que divide o petróleo produzido entre a União e o grupo empresarial que detém o direito de exploração ­ e a prerrogativa de que a Petrobras seja a operadora única do pré­sal sempre foram considerados "cláusula pétrea" por Dilma. Foi ela quem, no governo Lula, liderou as mudanças na lei do petróleo. Há alguns meses, quando o projeto de Serra ganhou fôlego no Senado, ela mandou avisar que vetaria a proposta em caso de aprovação no Congresso.
Agora, o governo busca um discurso para justificar a iminente mudança de rota. Uma das ideias para diminuir o impacto político da medida é que a presidente reafirme publicamente que não abre mão de destinar os recursos arrecadados com o pré­sal à saúde e à educação. A legislação já determina que 75% dos recursos sejam repassados à area de educação e 25% à saúde.
O decreto baixado pela presidente no início de janeiro, flexibilizando normas relativas à exigência de conteúdo nacional na fabricação de equipamentos usados no pré­sal, já foi pensado no âmbito das mudanças regulatórias que Dilma passou a admitir. Ela tem afirmado em discursos que uma das razões da crise econômica vivida pelo país foi o fim do ciclo das commodities, responsável pelo declínio nos preços do petróleo.