Dilma impõe concorrência desleal com preço artificial da gasolina

01/10/2012 Combustível POR: Unida
Governo federal vai quebrar o setor sucroenergético nacional, diz Unida.
 
Enquanto o governo Lula incentivou a política do etanol no país, sua sucessora, a presidente Dilma está descartando o melhor programa de energia renovável do mundo. A posição é da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), que, cansada de ver tanto descaso governamental com o segmento, revela que mais três usinas estão para fechar por conta da falta de incentivo. Dessa vez será em Alagoas, somando as outras 42 no país. São elas: Uruba, Laginha e Guaxuma.
Entretanto, mesmo diante da crise, o governo continua mascarando o preço da gasolina, pagando para ela ser vendida mais barata no mercado interno, gerando uma concorrência desigual com o etanol.  Na avaliação da Unida, o poder executivo está promovendo um dumping – quando estimula a comercialização da gasolina a preços abaixo do custo de produção, impondo uma concorrência desleal com o etanol brasileiro, colocando o setor na bancarrota.
A lista de usinas fechadas não para de aumentar. “O estado de Alagoas, por exemplo, é o maior produtor regional, mas, não pode aguentar o congelamento de preço e a desoneração desleal  da gasolina fóssil e finita contra o etanol limpo e renovável”, pontua o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima. O setor ainda tem que lidar com um custo de produção da cana cada vez maior.
A situação é idêntica em Pernambuco. A usina Catende, unidade que já foi a maior no estado, é um exemplo de como termina um processo de falência. Ela moeu precariamente em 2011, e, neste ano, parou de funcionar. A Usina Cruangi também não vai moer nesta safra, e outras cinco unidades estão em sérias dificuldades financeiras. “A presidente Dilma está fazendo uma intervenção na política energética do país, às custas do sangue do produtor e industrial sucroenergértico”, desabafa.
Atualmente, mais de 80 usinas estão à venda no país. O dirigente revela que já está cansado de participar de tanta reunião no ministério da Casa Civil e da Agricultura para nada sair do papel. Ele compara os encontros a conversas entre surdos. “Estas reuniões em Brasília, não estão surtindo efeito e não podemos ficar mais aguardando promessas do Governo Federal que nunca se realizam”, fala aos membros do setor. 
Para Andrade Lima, os integrantes da cadeia sucroenergética também são responsáveis pelo atual cenário caótico. “Todos parecem que estão amordaçados, falta articulação nacional para fazer a pressão necessária para mudar este cenário”, ressalta. Ele aproveita para convocar todos a iniciar urgentemente uma mobilização de ampla visibilidade para denunciar o descaso contra o combustível agrícola mais limpo e eficiente do mundo.