Diretor da Unica volta a cobrar regras para o etanol

A falta de regras claras para o etanol tem dificultado o planejamento para expansão do setor, afirmou o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues, na 13ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, nesta segunda-feira, 21. No caso das distribuidoras e revendas, existe dúvida sobre investir em armazenagem para etanol ou gasolina, citou o executivo.
Ele explicou que uma das principais distorções do mercado, o que dificulta o planejamento, é a diferença de tributação entre a gasolina e o etanol. Segundo Rodrigues, uma parcela muito pequena do preço da gasolina flutua no mercado, sendo formada por refinaria e pelos impostos. 'O que flutua é o preço do anidro misturado, ou a margem da distribuidora ou do posto. Pouca é a formação de preço do produto.'
No caso do etanol hidratado, o preço está 'integralmente no mercado', na visão do executivo. Ele destacou que, diferente da gasolina, o imposto é sobre o preço de venda. No caso da gasolina, o PIS/Cofins incide sobre um volume específico do produto. 'A formação de preço traz mais volatilidade temporal e de local e há uma reação muito forte do consumidor. Ele não entende por que o preço de um combustível não se altera e outro uma hora está muito barato e outra muito caro', afirmou Rodrigues.
Ele reforçou ainda que, se não houver 'previsibilidade e credibilidade para o mercado', dificilmente o País conseguirá 'recuperar o etanol na matriz de combustível'.