Distribuidoras de insumos do Centro-Oeste unem forças

20/02/2017 Geral POR: Valor
Para sobreviver nos disputados mercados agrícolas de Mato Grosso e Goiás, distribuidoras de insumos da região se organizaram numa associação: a AgriRede. Haverá uma estrutura independente da associação em cada um dos Estados, e o objetivo é ampliar os volumes movimentados e ganhar peso na disputa de preços com as vendas diretas de multinacionais e cooperativas. "A meta, neste primeiro momento, é equilibrar as diferenças de preços entre a distribuição, a venda direta e o pool de compras", afirma Gilson Provenssi, presidente da AgriRede de Mato Grosso.
Em termos de volume, diz ele, as distribuidoras perdem na negociação individual e acabam pagando preços mais altos nos insumos. A ideia inicial é reduzir em pelo menos 15% os valores negociados com os fornecedores. O plano da associação para 2017 é trabalhar com cerca de 30 produtos pós¬patente (genéricos), mas futuramente essa estratégia será reavaliada. Não é de hoje que as distribuidoras estudam uma alternativa para a perda de clientes que migram para outros fornecedores de insumos em busca de um preço mais atraente. A associação é estudada há cerca de dez anos, mas o projeto só saiu do papel com o agravamento da crise política e econômica que o país tem atravessado nos últimos anos. Com crédito ainda mais restrito e quebras de safra, as distribuidoras viram seus negócios se deteriorarem em ritmo mais veloz. "Há dez anos a gente fica gritando que não é justo o modelo que está aí. A atitude que a gente teve foi juntar parte do setor numa central de negócios", diz Provenssi. O executivo afirmou que, há 20 anos, o mercado de insumos em Mato Grosso era 100% de distribuição, e que hoje as vendas diretas já respondem por 50%. A associação de Mato Grosso reúne 79 distribuidoras e a de Goiás, 34. Num mercado que movimentou cerca de R$ 35 bilhões nos dois Estados em 2016, segundo a AgriRede, citando dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva é que haja economia em diversas pontas, o que pode aumentar a competitividade. Em Mato Grosso, o investimento inicial foi de R$ 500 mil e os planos incluem a construção de armazéns graneleiros e de um centro de distribuição. Em março, será feita a primeira compra de insumos em conjunto. A expectativa é que, com melhores preços, as distribuidoras voltem a ganhar espaço. "Quem compra, tem a vantagem de ter uma boa condição comercial, com entregas que seguem o calendário do fazendeiro. Na venda direta, você recebe tudo de uma vez e fica exposto a roubos", afirma Provenssi. As operações de barter (troca de insumo por mercadoria) deve ser mais um atrativo para negociar com as distribuidoras. "Fazemos o barter real, já que não trabalhamos só com sessão de crédito. Hoje, 50% das nossas vendas são em barter, e queremos manter isso".
Por Kauanna Navarro
Para sobreviver nos disputados mercados agrícolas de Mato Grosso e Goiás, distribuidoras de insumos da região se organizaram numa associação: a AgriRede. Haverá uma estrutura independente da associação em cada um dos Estados, e o objetivo é ampliar os volumes movimentados e ganhar peso na disputa de preços com as vendas diretas de multinacionais e cooperativas. "A meta, neste primeiro momento, é equilibrar as diferenças de preços entre a distribuição, a venda direta e o pool de compras", afirma Gilson Provenssi, presidente da AgriRede de Mato Grosso.
Em termos de volume, diz ele, as distribuidoras perdem na negociação individual e acabam pagando preços mais altos nos insumos. A ideia inicial é reduzir em pelo menos 15% os valores negociados com os fornecedores. O plano da associação para 2017 é trabalhar com cerca de 30 produtos pós¬patente (genéricos), mas futuramente essa estratégia será reavaliada. Não é de hoje que as distribuidoras estudam uma alternativa para a perda de clientes que migram para outros fornecedores de insumos em busca de um preço mais atraente. A associação é estudada há cerca de dez anos, mas o projeto só saiu do papel com o agravamento da crise política e econômica que o país tem atravessado nos últimos anos. Com crédito ainda mais restrito e quebras de safra, as distribuidoras viram seus negócios se deteriorarem em ritmo mais veloz. "Há dez anos a gente fica gritando que não é justo o modelo que está aí. A atitude que a gente teve foi juntar parte do setor numa central de negócios", diz Provenssi. O executivo afirmou que, há 20 anos, o mercado de insumos em Mato Grosso era 100% de distribuição, e que hoje as vendas diretas já respondem por 50%. A associação de Mato Grosso reúne 79 distribuidoras e a de Goiás, 34. Num mercado que movimentou cerca de R$ 35 bilhões nos dois Estados em 2016, segundo a AgriRede, citando dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a perspectiva é que haja economia em diversas pontas, o que pode aumentar a competitividade. Em Mato Grosso, o investimento inicial foi de R$ 500 mil e os planos incluem a construção de armazéns graneleiros e de um centro de distribuição. Em março, será feita a primeira compra de insumos em conjunto. A expectativa é que, com melhores preços, as distribuidoras voltem a ganhar espaço. "Quem compra, tem a vantagem de ter uma boa condição comercial, com entregas que seguem o calendário do fazendeiro. Na venda direta, você recebe tudo de uma vez e fica exposto a roubos", afirma Provenssi. As operações de barter (troca de insumo por mercadoria) deve ser mais um atrativo para negociar com as distribuidoras. "Fazemos o barter real, já que não trabalhamos só com sessão de crédito. Hoje, 50% das nossas vendas são em barter, e queremos manter isso".
Por Kauanna Navarro