Dívida do setor sucroalcooleiro só será solucionada no médio prazo, diz Nastari

21/06/2016 Geral POR: Estadão Conteudo
O problema do endividamento do setor sucroalcooleiro, que saltou de R$ 3 bilhões em 2002 para o patamar de R$ 96 bilhões no fim de 2015, só vai ser solucionado no médio prazo. A previsão foi feita nesta segunda-feira, 20, pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari. O especialista no setor apontou o câmbio como "principal chave" para entender a evolução do setor nos últimos anos no Brasil.
O presidente da consultoria lembra que a dívida total do setor era estimada em R$ 3 bilhões em 2002. No fim de 2009, esse montante já havia subido para R$ 39 bilhões. "Mas a adoção de políticas econômicas que subsidiavam a gasolina gerou forte queda da receita do setor e, consequentemente, elevação da dívida", disse. Então, o endividamento total do setor alcançou R$ 96 bilhões no fim do ano passado. "Hoje, o que vimos no Brasil é que, mesmo com um preço mais alto na usina, há um grande esforço para gerar receita para pagar essa dívida.
Vai levar alguns anos e a dívida só vai cair no médio prazo", disse. Nastari comentou que a taxa de câmbio é um elemento chave para entender a evolução do mercado sucroalcooleiro do Brasil nos últimos anos. A valorização excessiva do real, por exemplo, inflou preços internacionais e "enviou uma mensagem para o mundo de que era lucrativo produzir açúcar". "Assim, foi gerado o ciclo de superávit", afirmou. Nastari citou que, além do câmbio, o outro fator importante são os fundamentos do próprio mercado, como a atividade econômica global e a demanda pelo produto.
Déficit global de açúcar deve subir a 7,1 mi de t na safra 2016/17, diz Nastari
O déficit no mercado global de açúcar deve atingir 7,1 milhões de toneladas na safra 2016/2017. A projeção foi divulgada nesta segunda-feira, 20, pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari.
Com a falta do produto e a queda dos estoques mundiais, o preço da commodity tem subido e produtores brasileiros devem aumentar a destinação da safra para a fabricação de açúcar para um porcentual de 44,7%.
Durante o 5º Encontro de Açúcar e Etanol realizado na capital britânica, Nastari anunciou a previsão de que o déficit da indústria global de açúcar deve aumentar 14% na comparação com a safra anterior, quando a demanda superou a produção em 6,21 milhões de toneladas. A perspectiva de crescimento do déficit é o principal motor por trás da recente alta do preço do açúcar no mercado internacional. A reação dos preços, disse Nastari, tem incentivado produtores brasileiros a destinar maior parcela da safra para o açúcar.
Para a safra 2016/2017, a Datagro estima que 44,7% da cana processada no Brasil será destinada à fabricação da commodity. Para o etanol, a parcela será de 55,3%. Na safra anterior, a relação era de 40,9% para o açúcar e 59,1% para o etanol. "Isso é o Brasil. Com preços do açúcar subindo, caminhamos de volta rumo à proporção de 50% e 50% da produção para açúcar e etanol", disse durante o evento.
O especialista no setor sucroalcooleiro citou estudo que mostra que o mercado brasileiro tem flexibilidade para alterar a destinação de cerca de 5% da produção anual entre etanol e açúcar.
O problema do endividamento do setor sucroalcooleiro, que saltou de R$ 3 bilhões em 2002 para o patamar de R$ 96 bilhões no fim de 2015, só vai ser solucionado no médio prazo. A previsão foi feita nesta segunda-feira, 20, pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari. O especialista no setor apontou o câmbio como "principal chave" para entender a evolução do setor nos últimos anos no Brasil.
O presidente da consultoria lembra que a dívida total do setor era estimada em R$ 3 bilhões em 2002. No fim de 2009, esse montante já havia subido para R$ 39 bilhões. "Mas a adoção de políticas econômicas que subsidiavam a gasolina gerou forte queda da receita do setor e, consequentemente, elevação da dívida", disse. Então, o endividamento total do setor alcançou R$ 96 bilhões no fim do ano passado. "Hoje, o que vimos no Brasil é que, mesmo com um preço mais alto na usina, há um grande esforço para gerar receita para pagar essa dívida.
Vai levar alguns anos e a dívida só vai cair no médio prazo", disse. Nastari comentou que a taxa de câmbio é um elemento chave para entender a evolução do mercado sucroalcooleiro do Brasil nos últimos anos. A valorização excessiva do real, por exemplo, inflou preços internacionais e "enviou uma mensagem para o mundo de que era lucrativo produzir açúcar". "Assim, foi gerado o ciclo de superávit", afirmou. Nastari citou que, além do câmbio, o outro fator importante são os fundamentos do próprio mercado, como a atividade econômica global e a demanda pelo produto.
Déficit global de açúcar deve subir a 7,1 mi de t na safra 2016/17, diz Nastari
O déficit no mercado global de açúcar deve atingir 7,1 milhões de toneladas na safra 2016/2017. A projeção foi divulgada nesta segunda-feira, 20, pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari.
Com a falta do produto e a queda dos estoques mundiais, o preço da commodity tem subido e produtores brasileiros devem aumentar a destinação da safra para a fabricação de açúcar para um porcentual de 44,7%.
Durante o 5º Encontro de Açúcar e Etanol realizado na capital britânica, Nastari anunciou a previsão de que o déficit da indústria global de açúcar deve aumentar 14% na comparação com a safra anterior, quando a demanda superou a produção em 6,21 milhões de toneladas. A perspectiva de crescimento do déficit é o principal motor por trás da recente alta do preço do açúcar no mercado internacional. A reação dos preços, disse Nastari, tem incentivado produtores brasileiros a destinar maior parcela da safra para o açúcar.
Para a safra 2016/2017, a Datagro estima que 44,7% da cana processada no Brasil será destinada à fabricação da commodity. Para o etanol, a parcela será de 55,3%. Na safra anterior, a relação era de 40,9% para o açúcar e 59,1% para o etanol. "Isso é o Brasil. Com preços do açúcar subindo, caminhamos de volta rumo à proporção de 50% e 50% da produção para açúcar e etanol", disse durante o evento.
O especialista no setor sucroalcooleiro citou estudo que mostra que o mercado brasileiro tem flexibilidade para alterar a destinação de cerca de 5% da produção anual entre etanol e açúcar.