Do clima e suas variações

11/08/2022 Noticias POR: José Mario Paro*

*José Mario Paro - Produtor Rural

A importância do clima não se restringe à agricultura e pecuária: cooperativas; importadores, fabricantes e distribuidores de insumos; tradings; companhias aéreas; usinas hidroelétricas; bancos; organismos de governo e outros, têm, no conhecimento do clima um dos pilares de atuação.

Por isto, há forte demanda na comunidade internacional por melhorias no registro e, em especial, nas previsões.

A resposta que está sendo dada baseia-se no desenvolvimento de novos equipamentos e tecnologias próprias para este fim.

Entre nós, tem chamado a atenção o número de empresas que estão atuando no setor.

Do clima na região: nossa região tem sido castigada pelas adversidades climáticas.

Os gráficos abaixo ilustram a ocorrência das chuvas no período crítico outubro/20 a abril/21 e no período normal – outubro/21 a abril/22 - para comparação.

A resultante do período seco foi a má qualidade das soqueiras de cana para a safra 22/23.

Os meses de abril/21 e abril/22 foram de pouca chuva, que comprometeu parte dos plantios da cana na época.

As previsões disponíveis apontam que abril/23 poderá ser seco.

Dados do clima: dos três fatores da natureza sobre os quais se assentam a agricultura, a pecuária e a silvicultura (solo, água, clima), o clima é o menos conhecido.

Para melhor conhecer suas variáveis vale lembrar alguns conceitos, fundamentais para serem feitas as previsões:

  • Clima: dá-se o nome de clima ao comportamento dos fenômenos atmosféricos que ocorrem num determinado lugar da superfície terrestre;
  • El Niño: os fenômenos El Niño são alterações na temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, na altura da costa do Peru, provocando temperaturas mais altas que o normal;
  • La Niña: é um fenômeno natural oposto do El Niño que consiste na diminuição da temperatura na superfície das águas do Oceano Pacífico;

 A ocorrência do El Niño e da La Niña gera mudanças nos padrões de chuvas e temperaturas ao redor do globo terrestre.

No Brasil o fenômeno El Niño usualmente traz chuvas nas regiões sul e sudeste e seca nas regiões norte e nordeste.

O fenômeno La Niña provoca efeito oposto: secas na região sul e sudeste e chuvas abundantes na região norte e nordeste.

  • Pressão atmosférica: é a pressão exercida pela atmosfera sobre a superfície terrestre em um determinado ponto.

A pressão atmosférica alta impede a entrada de ventos com umidade, que trazem as chuvas. A baixa pressão atmosférica facilita a entrada destes ventos.

O instrumento de medida é o barômetro;

  •  Umidade relativa do ar: é a relação entre a quantidade de vapor de água existente num determinado momento e num determinado ponto e a quantidade máxima de vapor de água que a atmosfera poderá suportar na mesma situação. Indica a possibilidade de ocorrência de chuvas, granizo, orvalho, geadas e nevoeiro.
  • Evapotranspiração: é a perda simultânea de água do solo por evaporação e da planta por transpiração. Causa o secamento das plantas;
  • Vento: é a movimentação do ar, em grande quantidade, na superfície da Terra. Quando súbito, de curta duração e elevada velocidade é chamado rajada.

A ocorrência dos ventos constitui obstáculo à pulverização de defensivos agrícolas. O equipamento que mede a velocidade dos ventos é o anemômetro.

 Estação meteorológica automática: facilmente adquirida no mercado. Julgo oportuno informar que temos este equipamento em nossa propriedade em Pitangueiras, instalado a cerca de um ano e que tem registrado informações importantes:

  • Temperatura máxima e mínima;
  • Precipitação (chuvas);
  • Umidade relativa do ar;
  • Evapotranspiração;
  • Velocidade do vento;
  • Luminosidade;
  • Radiação ultravioleta;
  • Pressão atmosférica.

Estas informações são atualizadas de 5 em 5 minutos e são acessadas por aplicativo no celular ou tablet. Traz o acumulado do dia, da semana e do mês.

Traz ainda previsões simplificadas por 15 dias, atualizadas de 3 em 3 horas.

O investimento é da ordem de R$ 12.000,00. 

Do clima e do agricultor: a melhor defesa para as ocorrências das adversidades climáticas é a informação.

O produtor bem-informado saberá utilizar estes conhecimentos que, aliados às características dos solos de sua propriedade, permitirão adotar as melhores práticas agrícolas.

É, de grande importância, conhecer os trabalhos dos institutos de pesquisa, públicos e privados, no melhoramento genético da cana e da soja, buscando obter variedades melhor adaptadas para cada situação climática.

 Fontes de informação: disponíveis nos jornais; nos noticiários da TV; em publicações técnicas e outros.

A Revista Canavieiros publica a cada mês, a matéria Informações Climáticas, organizadas pelo Eng. Agrônomo Oswaldo Alonso, renomado profissional que, inclusive, já trabalhou na Canaoeste.