Dólar fecha a R$ 3,09 com fluxo e BC

15/02/2017 Economia POR: Valor
Depois de chegar a subir com o discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, o dólar acabou fechando em queda frente ao real influenciado pelo fluxo positivo e pela atuação do Banco Central. A autoridade monetária retomou ontem os leilões de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que estão vencendo, sinalizando a renovação parcial do lote de US$ 6,954 bilhões que expira em março. Desde 30 de janeiro o BC estava fora do mercado. A moeda americana caiu 0,52% para R$ 3,09, menor patamar desde 23 de junho de 2015.
Contudo, o fluxo positivo acabou prevalecendo. No mercado local, as ofertas iniciais de ações (IPOs) têm contribuído para a entrada de recursos para o Brasil. Ontem, a empresa de medicina diagnóstica Hermes Pardini estreou na bolsa. A operação movimentou R$ 877,7 milhões, e cerca de 40% desse total ficou com estrangeiros. Com o dólar abaixo de R$ 3,10, o BC sinalizou a renovação parcial do lote de swaps cambiais que vence em março, renovado ontem 6 mil contratos, operação que somou US$ 300 milhões. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC deverá rolar apenas US$ 2,7 bilhões nesses derivativos, devendo retirar do mercado futuro o equivalente a US$ 4,254 bilhões. Analistas não descartam a possibilidade de o BC reduzir ainda mais o volume ofertado na rolagem se o dólar continuar caindo. O patamar de R$ 3,10 era visto pelo mercado como um piso a partir do qual o BC teria mais disposição para intensificar as atuações. O gerente de câmbio do Banco Ourinvest, Bruno Foresti, não espera uma retomada das operações de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra de dólares no mercado futuro, até pelo menos o fim de fevereiro. "Caso se confirmem os fluxos esperados para os próximos meses, pode ser que o BC volte a adotar essa estratégia", diz. No mercado de juros, as taxas dos contratos futuros de longo prazo fecharam em alta acompanhando o avanço dos rendimentos dos títulos americanos (Treasuries), enquanto os DIs de curto prazo encerraram estáveis, com o avanço limitado por dados fracos de vendas no varejo. A taxa so contrato de juros DI para janeiro de 2018 fechou estável a 10,65%, enquanto o DI para janeiro de 2021 subiu de 10,24% para 10,25%. As vendas no varejo restrito caíram 2,1% em dezembro ante novembro, pior que a queda de 1,8% estimada por analistas consultados pelo Valor Data. Apesar dos dados econômicos recentes ainda fracos e da projeção para o IPCA em 2017 estar abaixo da meta de inflação de 4,5% na última Pesquisa Focus, um dos fatores que têm levado os investidores a não ampliar as apostas em uma aceleração do ritmo de queda da Selic para 1 ponto percentual em fevereiro é a sinalização dada pelo BC em conversas com analistas. Segundo investidores, o BC teria indicado que qualquer mudança de estratégia seria sinalizada antes para o mercado. Os juros futuros refletem 91% de probabilidade de um corte de 0,75 ponto da Selic na reunião do BC semana que vem.
Por José de Castro e Silvia Rosa
Depois de chegar a subir com o discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, o dólar acabou fechando em queda frente ao real influenciado pelo fluxo positivo e pela atuação do Banco Central. A autoridade monetária retomou ontem os leilões de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que estão vencendo, sinalizando a renovação parcial do lote de US$ 6,954 bilhões que expira em março. Desde 30 de janeiro o BC estava fora do mercado. A moeda americana caiu 0,52% para R$ 3,09, menor patamar desde 23 de junho de 2015.
Contudo, o fluxo positivo acabou prevalecendo. No mercado local, as ofertas iniciais de ações (IPOs) têm contribuído para a entrada de recursos para o Brasil. Ontem, a empresa de medicina diagnóstica Hermes Pardini estreou na bolsa. A operação movimentou R$ 877,7 milhões, e cerca de 40% desse total ficou com estrangeiros. Com o dólar abaixo de R$ 3,10, o BC sinalizou a renovação parcial do lote de swaps cambiais que vence em março, renovado ontem 6 mil contratos, operação que somou US$ 300 milhões. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC deverá rolar apenas US$ 2,7 bilhões nesses derivativos, devendo retirar do mercado futuro o equivalente a US$ 4,254 bilhões. Analistas não descartam a possibilidade de o BC reduzir ainda mais o volume ofertado na rolagem se o dólar continuar caindo. O patamar de R$ 3,10 era visto pelo mercado como um piso a partir do qual o BC teria mais disposição para intensificar as atuações. O gerente de câmbio do Banco Ourinvest, Bruno Foresti, não espera uma retomada das operações de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra de dólares no mercado futuro, até pelo menos o fim de fevereiro. "Caso se confirmem os fluxos esperados para os próximos meses, pode ser que o BC volte a adotar essa estratégia", diz. No mercado de juros, as taxas dos contratos futuros de longo prazo fecharam em alta acompanhando o avanço dos rendimentos dos títulos americanos (Treasuries), enquanto os DIs de curto prazo encerraram estáveis, com o avanço limitado por dados fracos de vendas no varejo. A taxa so contrato de juros DI para janeiro de 2018 fechou estável a 10,65%, enquanto o DI para janeiro de 2021 subiu de 10,24% para 10,25%. As vendas no varejo restrito caíram 2,1% em dezembro ante novembro, pior que a queda de 1,8% estimada por analistas consultados pelo Valor Data. Apesar dos dados econômicos recentes ainda fracos e da projeção para o IPCA em 2017 estar abaixo da meta de inflação de 4,5% na última Pesquisa Focus, um dos fatores que têm levado os investidores a não ampliar as apostas em uma aceleração do ritmo de queda da Selic para 1 ponto percentual em fevereiro é a sinalização dada pelo BC em conversas com analistas. Segundo investidores, o BC teria indicado que qualquer mudança de estratégia seria sinalizada antes para o mercado. Os juros futuros refletem 91% de probabilidade de um corte de 0,75 ponto da Selic na reunião do BC semana que vem.
Por José de Castro e Silvia Rosa