"Ainda há espaço para ampliar o hedge cambial para o volume já com hedge de açúcar em Nova York",diz Venturelli
O dólar forte vem sustentando a remuneração em reais das usinas com o açúcar, cujas cotações na bolsa de Nova York acumulam queda de 8% em doze meses. O resultado é que para a safra do ano que vem, a 2014/15, algumas usinas conseguiram até superar o hedge em reais do açúcar da safra atual, a 2013/14. O hedge em reais é obtido a partir da combinação de hedge de açúcar na bolsa de Nova York com hedge de dólar. Os grupos sucroalcooleiros que ainda não atingiram esse desempenho avaliam que há potencial para isso: o comportamento da moeda americana é que será determinante nessa equação.
Os balanços das companhias sucroalcooleiras referentes ao trimestre encerrado em 30 de setembro - equivalente ao segundo trimestre da atual safra, a 2013/14 - mostraram essa melhor perspectiva de preço médio em reais para o açúcar. Entre as empresas que divulgam resultados trimestrais, a Cosan, por meio de sua controlada Raízen Energia, foi a que obteve o maior aumento de hedge médio em reais para 2014/15, comparado com 2013/14.
Em 30 de setembro, a posição de hedge para o açúcar da safra 2014/15 era de 43,13 centavos de real por libra-peso (hedge em Nova York a 18,21 centavos de dólar por libra-peso e hedge de dólar a R$ 2,32). O valor é 6,4% mais alto que os 40,52 centavos de real da precificação média deste ciclo, o 2013/14. A investidores, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, disse que a tendência é de esse preço médio aumentar. Além de esperar alta para as cotações do açúcar na bolsa de Nova York, o executivo enxerga uma mudança estrutural que indica perspectiva de valorização também para a moeda americana.
Nos doze meses encerrados em 30 de setembro deste ano, as cotações do açúcar em Nova York caíram 11,17%, enquanto o dólar subiu 9,27%, terminando o período a R$ 2,2160, segundo o Valor Data. É preciso considerar que nessa janela a cotação da moeda americana teve o pico de R$ 2,4510, em 21 de agosto deste ano, o que ampliou a oportunidade de hedge cambial para as companhias do setor.
O grupo São Martinho também vê no dólar um aliado para aumentar sua precificação de açúcar do ano que vem. Em 30 de setembro, o hedge médio em reais do açúcar da empresa de 2014/15 estava em 41,33 centavos de real por libra-peso, 1,19% abaixo do verificado nesta safra, a 2013/14. O presidente da companhia, Fábio Venturelli – foto - , explica que ainda não foi fixado todo o dólar referente ao volume da commodity já com hedge em Nova York, portanto, ainda há espaço para elevar essa precificação.
Ele afirma que o volume de açúcar com proteção de preço na bolsa americana seria compatível com um hedge cambial de US$ 95 milhões. No entanto, explica o executivo, havia em 30 de setembro US$ 80 milhões fixados em câmbio, o que ainda abre espaço para uma posição de US$ 15 milhões, a um dólar mais atrativo.
Nos seus resultados referentes ao trimestre encerrado em 30 de setembro, a Tereos Internacional, controladora da sucroalcooleira Guarani, informou que seu hedge em reais para o açúcar de 2014/15 havia alcançado 43,5 centavos de real por libra-peso, 5,5% acima do hedge médio da atual safra.
Sem capital aberto, mas com divulgação trimestral de resultados, a Tonon Bioenergia, que tem como sócio a gestora DGF Investimentos, informou ter, em 30 de setembro, uma precificação média para o açúcar da próxima safra de 42,58 centavos de real por libra-peso, 8,4% acima do realizado no ciclo atual. "Temos também potencial para elevar esse valor com a ajuda do dólar", afirma o gerente financeiro da empresa, Marcelo Miyake.
Controlada pela trading Louis Dreyfus Commodities (LDC), a Biosev, a segunda maior usina de cana do país, informou que seu hedge médio para o açúcar de 2014/15 está em 43,48 centavos de real por libra-peso, 1,45% abaixo da precificação média de 2013/14. "Não é possível prever o que vai acontecer daqui para frente, mas acredito que em algum momento de 2014 as cotações do açúcar devem subir", disse a investidores o diretor comercial da Biosev, Enrico Biancheri.
"Ainda há espaço para ampliar o hedge cambial para o volume já com hedge de açúcar em Nova York",diz Venturelli
O dólar forte vem sustentando a remuneração em reais das usinas com o açúcar, cujas cotações na bolsa de Nova York acumulam queda de 8% em doze meses. O resultado é que para a safra do ano que vem, a 2014/15, algumas usinas conseguiram até superar o hedge em reais do açúcar da safra atual, a 2013/14. O hedge em reais é obtido a partir da combinação de hedge de açúcar na bolsa de Nova York com hedge de dólar. Os grupos sucroalcooleiros que ainda não atingiram esse desempenho avaliam que há potencial para isso: o comportamento da moeda americana é que será determinante nessa equação.
Os balanços das companhias sucroalcooleiras referentes ao trimestre encerrado em 30 de setembro - equivalente ao segundo trimestre da atual safra, a 2013/14 - mostraram essa melhor perspectiva de preço médio em reais para o açúcar. Entre as empresas que divulgam resultados trimestrais, a Cosan, por meio de sua controlada Raízen Energia, foi a que obteve o maior aumento de hedge médio em reais para 2014/15, comparado com 2013/14.
Em 30 de setembro, a posição de hedge para o açúcar da safra 2014/15 era de 43,13 centavos de real por libra-peso (hedge em Nova York a 18,21 centavos de dólar por libra-peso e hedge de dólar a R$ 2,32). O valor é 6,4% mais alto que os 40,52 centavos de real da precificação média deste ciclo, o 2013/14. A investidores, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, disse que a tendência é de esse preço médio aumentar. Além de esperar alta para as cotações do açúcar na bolsa de Nova York, o executivo enxerga uma mudança estrutural que indica perspectiva de valorização também para a moeda americana.
Nos doze meses encerrados em 30 de setembro deste ano, as cotações do açúcar em Nova York caíram 11,17%, enquanto o dólar subiu 9,27%, terminando o período a R$ 2,2160, segundo o Valor Data. É preciso considerar que nessa janela a cotação da moeda americana teve o pico de R$ 2,4510, em 21 de agosto deste ano, o que ampliou a oportunidade de hedge cambial para as companhias do setor.
O grupo São Martinho também vê no dólar um aliado para aumentar sua precificação de açúcar do ano que vem. Em 30 de setembro, o hedge médio em reais do açúcar da empresa de 2014/15 estava em 41,33 centavos de real por libra-peso, 1,19% abaixo do verificado nesta safra, a 2013/14. O presidente da companhia, Fábio Venturelli – foto - , explica que ainda não foi fixado todo o dólar referente ao volume da commodity já com hedge em Nova York, portanto, ainda há espaço para elevar essa precificação.
Ele afirma que o volume de açúcar com proteção de preço na bolsa americana seria compatível com um hedge cambial de US$ 95 milhões. No entanto, explica o executivo, havia em 30 de setembro US$ 80 milhões fixados em câmbio, o que ainda abre espaço para uma posição de US$ 15 milhões, a um dólar mais atrativo.
Nos seus resultados referentes ao trimestre encerrado em 30 de setembro, a Tereos Internacional, controladora da sucroalcooleira Guarani, informou que seu hedge em reais para o açúcar de 2014/15 havia alcançado 43,5 centavos de real por libra-peso, 5,5% acima do hedge médio da atual safra.
Sem capital aberto, mas com divulgação trimestral de resultados, a Tonon Bioenergia, que tem como sócio a gestora DGF Investimentos, informou ter, em 30 de setembro, uma precificação média para o açúcar da próxima safra de 42,58 centavos de real por libra-peso, 8,4% acima do realizado no ciclo atual. "Temos também potencial para elevar esse valor com a ajuda do dólar", afirma o gerente financeiro da empresa, Marcelo Miyake.
Controlada pela trading Louis Dreyfus Commodities (LDC), a Biosev, a segunda maior usina de cana do país, informou que seu hedge médio para o açúcar de 2014/15 está em 43,48 centavos de real por libra-peso, 1,45% abaixo da precificação média de 2013/14. "Não é possível prever o que vai acontecer daqui para frente, mas acredito que em algum momento de 2014 as cotações do açúcar devem subir", disse a investidores o diretor comercial da Biosev, Enrico Biancheri.