DP antecipa obras e inicia operação na Usina do Jari

18/09/2014 Geral POR: Valor Econômico
m um cenário de escassez de chuvas e de boas notícias para o setor elétrico, a portuguesa EDP recebeu ontem a declaração de operação comercial da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio do Jari pouco mais de três meses antes do prazo previsto no contrato. Com capacidade nominal de 373,4 MW, suficiente para abastecer uma cidade como São José dos Campos (SP) ou metade da demanda do Estado de Sergipe, a usina instalada no rio Jari, na divisa entre os Estados do Amapá e Pará, teria de entrar em operação em janeiro de 2015. Com a antecipação, a EDP poderá vender no mercado à vista a energia gerada em Jari até 31 de dezembro.
A usina já vinha gerando, em regime de teste, desde 27 de agosto. Até domingo passado, a EDP obteve receita de R$ 32 milhões com a venda no mercado à vista. Segundo cálculos da empresa, a venda dessa energia deve render, até dezembro, de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões. A receita bruta do segundo trimestre, por exemplo, foi de R$ 2,5 bilhões.
Miguel Setas, presidente do grupo, diz que o ganho financeiro vai depender do preço da energia no mercado à vista (PLD) e do montante de geração que o Operador Nacional do Sistema (ONS) determinar diariamente para a usina. Como Jari é do tipo fio d'água, a geração efetiva varia durante o ano conforme as chuvas, que na região são maiores justamente no segundo semestre. Com três grupos geradores e um complementar, a energia assegurada é de 217 MW/médios. O PLD desta semana para a região Norte é de R$ 778,34 por MW.
Independente do resultado financeiro, Setas comemora a conclusão do projeto, que incluiu uma linha de transmissão de 20 quilômetros, no prazo e no orçamento previsto. "Em um cenário que o TCU [Tribunal de Contas da União] aponta que 80% das obras das usinas estão atrasadas no Brasil, ter concluído o nosso projeto no prazo e no orçamento definidos no início mostra que fizemos as escolhas certas." O executivo define a EDP como uma empresa de médio porte no setor, e por isso escolheu "um projeto de médio porte e uma construtora de médio porte". As obras foram realizadas pela Cesbe Engenharia, do Paraná.
Apesar do sucesso na execução do cronograma, Setas destaca que a logística e as questões ambientais de Jari foram "desafiadoras". O material de construção todo foi levado de barcaças até o local da obra, já que o acesso era basicamente pelo rio. Ao todo, foram 39 programas de compensação, com a construção de casas na Vila de Iratapuru, próxima à usina, para alojar as 34 famílias removidas pelo projeto.
A EDP tem mais duas usinas hidrelétricas em obras hoje. A usina de Cachoeira Caldeirão, também no Amapá, de 219 MW, está orçada em R$ 1,1 bilhão e precisa ficar pronta até janeiro de 2017. Tanto em Jari como em Cachoeira Caldeirão, a EDP tem como sócio o China Three Gorges (CTG), com 50% cada grupo. A segunda usina em obras é a maior delas. A hidrelétrica de São Manoel, no Pará, terá 700 MW e deve ser concluída até maio de 2018. Esse projeto tem EDP (33%), CTG (33% e Furnas (33%) e custo estimado em R$ 2,7 bilhões.
Setas diz que não é possível garantir que as obras das duas usinas sejam antecipadas, como a de Jari. "O objetivo é concluir no prazo e no orçamento definidos", afirma. Até a conclusão desses projetos, a EDP não deve assumir outros compromissos, mas é certo que a expansão do grupo vai ocorrer na geração. No segmento de distribuição, o grupo controla a Bandeirante (SP) e Escelsa (ES) e há poucas possibilidades de bons negócios hoje no Brasil. A transmissão não é o foco do grupo. "Vamos procurar projetos [no futuro] adequados à nossa escala. Acredito que a geração térmica é importante para a segurança do sistema elétrico brasileiro e ai podem surgir boas oportunidades."
Em um cenário de escassez de chuvas e de boas notícias para o setor elétrico, a portuguesa EDP recebeu ontem a declaração de operação comercial da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio do Jari pouco mais de três meses antes do prazo previsto no contrato. Com capacidade nominal de 373,4 MW, suficiente para abastecer uma cidade como São José dos Campos (SP) ou metade da demanda do Estado de Sergipe, a usina instalada no rio Jari, na divisa entre os Estados do Amapá e Pará, teria de entrar em operação em janeiro de 2015. Com a antecipação, a EDP poderá vender no mercado à vista a energia gerada em Jari até 31 de dezembro.
A usina já vinha gerando, em regime de teste, desde 27 de agosto. Até domingo passado, a EDP obteve receita de R$ 32 milhões com a venda no mercado à vista. Segundo cálculos da empresa, a venda dessa energia deve render, até dezembro, de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões. A receita bruta do segundo trimestre, por exemplo, foi de R$ 2,5 bilhões.
Miguel Setas, presidente do grupo, diz que o ganho financeiro vai depender do preço da energia no mercado à vista (PLD) e do montante de geração que o Operador Nacional do Sistema (ONS) determinar diariamente para a usina. Como Jari é do tipo fio d'água, a geração efetiva varia durante o ano conforme as chuvas, que na região são maiores justamente no segundo semestre. Com três grupos geradores e um complementar, a energia assegurada é de 217 MW/médios. O PLD desta semana para a região Norte é de R$ 778,34 por MW.
Independente do resultado financeiro, Setas comemora a conclusão do projeto, que incluiu uma linha de transmissão de 20 quilômetros, no prazo e no orçamento previsto. "Em um cenário que o TCU [Tribunal de Contas da União] aponta que 80% das obras das usinas estão atrasadas no Brasil, ter concluído o nosso projeto no prazo e no orçamento definidos no início mostra que fizemos as escolhas certas." O executivo define a EDP como uma empresa de médio porte no setor, e por isso escolheu "um projeto de médio porte e uma construtora de médio porte". As obras foram realizadas pela Cesbe Engenharia, do Paraná.
Apesar do sucesso na execução do cronograma, Setas destaca que a logística e as questões ambientais de Jari foram "desafiadoras". O material de construção todo foi levado de barcaças até o local da obra, já que o acesso era basicamente pelo rio. Ao todo, foram 39 programas de compensação, com a construção de casas na Vila de Iratapuru, próxima à usina, para alojar as 34 famílias removidas pelo projeto.
A EDP tem mais duas usinas hidrelétricas em obras hoje. A usina de Cachoeira Caldeirão, também no Amapá, de 219 MW, está orçada em R$ 1,1 bilhão e precisa ficar pronta até janeiro de 2017. Tanto em Jari como em Cachoeira Caldeirão, a EDP tem como sócio o China Three Gorges (CTG), com 50% cada grupo. A segunda usina em obras é a maior delas. A hidrelétrica de São Manoel, no Pará, terá 700 MW e deve ser concluída até maio de 2018. Esse projeto tem EDP (33%), CTG (33% e Furnas (33%) e custo estimado em R$ 2,7 bilhões.
Setas diz que não é possível garantir que as obras das duas usinas sejam antecipadas, como a de Jari. "O objetivo é concluir no prazo e no orçamento definidos", afirma. Até a conclusão desses projetos, a EDP não deve assumir outros compromissos, mas é certo que a expansão do grupo vai ocorrer na geração. No segmento de distribuição, o grupo controla a Bandeirante (SP) e Escelsa (ES) e há poucas possibilidades de bons negócios hoje no Brasil. A transmissão não é o foco do grupo. "Vamos procurar projetos [no futuro] adequados à nossa escala. Acredito que a geração térmica é importante para a segurança do sistema elétrico brasileiro e ai podem surgir boas oportunidades."