É difícil se alimentar com azia

10/11/2023 Noticias POR: Marino Guerra

Por mais atrativo que uma caneca congelada de chope ou um espeto com aquela picanha bolinha que chega até o prato suada sejam, se o estômago não estiver legal, o saboroso é simplesmente rejeitado.

Mesma coisa acontece com as plantas, seu estômago é o solo, o qual se não tiver saudável, pode ser a tecnologia que for, a raiz não absorverá quase nada.

E a solução para esse caso (tanto para os humanos, como para as plantas) são os famosos antiácidos que, no caso do solo, não há nada melhor que um bom manejo corretivo com calcário e gesso muito bem feito.

Mas, o que a evolução das práticas agrícolas descobriu foi que, diferente das pessoas, que antes de encarar aquela feijoada com caipirinha já se previnem para acertar a digestão, na agricultura tomar um comprimido, o que é similar a aplicar os corretivos em dose fixa, são altas a chances de ele não fazer efeito e acabar com a festa, pois a acidez pode mudar de um metro para o outro, curando, mas com desperdício em doses excessivas.

Já na dosagem menor, o problema é muito mais grave, pois a azia vai permanecer, jogando fora não “apenas” todo o trabalho nutricional (que as vezes pode ser de mais de um ano), mas a queda de performance (em cana é produtividade e longevidade), significa colocar na lata do lixo o caro banquete da reforma do canavial e também tudo que é oferecido ao longo dos ciclos de cortes, inclusive os medicamentos (defensivos). Malnutrida o caminho estará livre para fungos,
pragas e plantas invasoras fazerem a festa.

Assim, a correção do solo precisa ter a mesma importância da adubação e o uso de defensivos dentro do escopo de ação num ambiente de produção rural e, como tudo na agricultura moderna, não há uma receita de trabalho definida, exigindo que seu planejamento contemple diversas variáveis, como as que serão contadas nas reportagens a seguir.