E o cenário começa a melhorar

30/01/2013 Colunista POR: Revista Canavieiros - Ed79 - janeiro de 2013
O mês: fechamos o ano com exportações de US$ 96 bilhões no ano de 2012. Não deu para atingir os US$ 100 bilhões. Se não tivéssemos o problema na cana, bem como preços médios dos nossos produtos 7% menores, facilmente atingiríamos. Mesmo assim crescemos 1% em relação a 2011, o que foi ótimo, considerando-se que 2012 foi um ano contaminado de crises. O agro trouxe ao Brasil um saldo na balança comercial de quase US$ 80 bilhões, pois as importações do agro caíram. Salvou o Brasil. 
Em 2013 promete ser um dos melhores anos da nossa agricultura, consolidando definitivamente o agronegócio como o principal negócio do Brasil. Estima-se uma safra de mais de 180 milhões de toneladas de grãos, e a renda da agricultura brasileira, considerando-se todas as culturas, deve chegar a R$ 305 bilhões neste ano. Imaginem o impacto desta renda nos municípios agrícolas.  
Empresas: vai este mês uma referência especial a Adecoagro. Com todas as dificuldades existentes, foi anunciado um greenfield para processar 4 milhões de toneladas de cana, na cidade de Ivinhema, MS. O grupo espera moer 9,3 milhões de toneladas em 2014. Obteve o financiamento do BNDES, na casa de US$ 480 milhões. Mãos a obra. É um sinal que os investimentos estão voltando. O BNDES deu declarações que espera para 2013 a volta de investimentos.
Pessoas Canavieiras (homenagem do mês): vamos homenagear neste mês o Luis Roberto  Pogetti, da Copersucar. Estou muito contente em ver os movimentos estratégicos que esta empresa está fazendo seja como trading de etanol nos EUA (Eco-Energy), como na comercialização de açúcar na China. Movimentaram 10 bilhões de litros em 2012 e devem chegar a 12,5 bilhões em 2013. É o homenageado do mês.
Aprendizado de Viagem: 2013 promete em viagens. Começa com uma imersão na India, de 15 dias, um programa de visitas à empresas e organizações, espero ter muito aprendizado. Terei também oportunidades de falar do agro brasileiro. Como foi um período de férias, deixo ao leitor uma recomendação. Estive no Grande Hotel São Pedro, por alguns dias. Definitivamente recomendo. Está novíssimo, um atendimento inigualável e uma comida... digna de ganho de peso. Fora que... é pertinho.
Cana: já foi veiculado o aumento de 7% para a gasolina, o que deve permitir melhores margens e consumo do hidratado e a volta da mistura para 25% deve ocorrer ainda em maio/junho, o que pode trazer um consumo adicional de etanol de quase 2 bilhões de litros. Existem boas perspectivas de continuar a exportação para os EUA. De tal forma, acredito que um impulso no etanol e uma safra bem mais alcooleira, pode interferir já nos preços do açúcar e trazê-los de volta a patamares remuneradores, o que seria um alento para o setor e para as exportações. Fora isto, para 2013 espera-se que a Indonésia já surja como maior importadora mundial de açúcar. Realmente é o bicho-papão asiático o destino das nossas exportações, cada vez mais.
Haja limão...: estamos aí mais uma vez frente a uma possibilidade, ainda que remota, de racionamento de energia no Brasil. Mesmo que esta não aconteça, estamos desperdiçando rios de recursos com as poluentes termoelétricas. Mais uma vez o país é surpreendido, pela sua dificuldade de planejar. O impressionante é que em toda esta crise que aí está colocada, pouco se fala da capacidade do setor sucroenergético de suprir uma Itaipu, ou três Belo-Montes. 
Outra notícia triste. A eficiência dos motores a etanol é de 68% em relação a gasolina, segundo o Inmetro, em ampla pesquisa. Está definitivamente nos devendo a indústria automobilística, uma solução melhor que esta, ainda mais quando o carro flex comemora dez anos de vida. 
Para terminar: importações de gasolina em 2012 foram de quase 3,8 bilhões de litros, 70% a mais que em 2012. Isto representou um desfalque de US$ 2,91 bilhões em importações que poderiam ter sido evitadas. Comparando-se com 2011, o Brasil importou US$ 1,3 bilhões a mais. Ao vender a preços inferiores aos pagos no mercado internacional, a defasagem por litro superou 30 centavos. Haja miopia.
MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat. 
O mês: fechamos o ano com exportações de US$ 96 bilhões no ano de 2012. Não deu para atingir os US$ 100 bilhões. Se não tivéssemos o problema na cana, bem como preços médios dos nossos produtos 7% menores, facilmente atingiríamos. Mesmo assim crescemos 1% em relação a 2011, o que foi ótimo, considerando-se que 2012 foi um ano contaminado de crises. O agro trouxe ao Brasil um saldo na balança comercial de quase US$ 80 bilhões, pois as importações do agro caíram. Salvou o Brasil. 
Em 2013 promete ser um dos melhores anos da nossa agricultura, consolidando definitivamente o agronegócio como o principal negócio do Brasil. Estima-se uma safra de mais de 180 milhões de toneladas de grãos, e a renda da agricultura brasileira, considerando-se todas as culturas, deve chegar a R$ 305 bilhões neste ano. Imaginem o impacto desta renda nos municípios agrícolas.  
Empresas: vai este mês uma referência especial a Adecoagro. Com todas as dificuldades existentes, foi anunciado um greenfield para processar 4 milhões de toneladas de cana, na cidade de Ivinhema, MS. O grupo espera moer 9,3 milhões de toneladas em 2014. Obteve o financiamento do BNDES, na casa de US$ 480 milhões. Mãos a obra. É um sinal que os investimentos estão voltando. O BNDES deu declarações que espera para 2013 a volta de investimentos.
Pessoas Canavieiras (homenagem do mês): vamos homenagear neste mês o Luis Roberto  Pogetti, da Copersucar. Estou muito contente em ver os movimentos estratégicos que esta empresa está fazendo seja como trading de etanol nos EUA (Eco-Energy), como na comercialização de açúcar na China. Movimentaram 10 bilhões de litros em 2012 e devem chegar a 12,5 bilhões em 2013. É o homenageado do mês.
Aprendizado de Viagem: 2013 promete em viagens. Começa com uma imersão na India, de 15 dias, um programa de visitas à empresas e organizações, espero ter muito aprendizado. Terei também oportunidades de falar do agro brasileiro. Como foi um período de férias, deixo ao leitor uma recomendação. Estive no Grande Hotel São Pedro, por alguns dias. Definitivamente recomendo. Está novíssimo, um atendimento inigualável e uma comida... digna de ganho de peso. Fora que... é pertinho.
Cana: já foi veiculado o aumento de 7% para a gasolina, o que deve permitir melhores margens e consumo do hidratado e a volta da mistura para 25% deve ocorrer ainda em maio/junho, o que pode trazer um consumo adicional de etanol de quase 2 bilhões de litros. Existem boas perspectivas de continuar a exportação para os EUA. De tal forma, acredito que um impulso no etanol e uma safra bem mais alcooleira, pode interferir já nos preços do açúcar e trazê-los de volta a patamares remuneradores, o que seria um alento para o setor e para as exportações. Fora isto, para 2013 espera-se que a Indonésia já surja como maior importadora mundial de açúcar. Realmente é o bicho-papão asiático o destino das nossas exportações, cada vez mais.
Haja limão...: estamos aí mais uma vez frente a uma possibilidade, ainda que remota, de racionamento de energia no Brasil. Mesmo que esta não aconteça, estamos desperdiçando rios de recursos com as poluentes termoelétricas. Mais uma vez o país é surpreendido, pela sua dificuldade de planejar. O impressionante é que em toda esta crise que aí está colocada, pouco se fala da capacidade do setor sucroenergético de suprir uma Itaipu, ou três Belo-Montes. 
Outra notícia triste. A eficiência dos motores a etanol é de 68% em relação a gasolina, segundo o Inmetro, em ampla pesquisa. Está definitivamente nos devendo a indústria automobilística, uma solução melhor que esta, ainda mais quando o carro flex comemora dez anos de vida. 
Para terminar: importações de gasolina em 2012 foram de quase 3,8 bilhões de litros, 70% a mais que em 2012. Isto representou um desfalque de US$ 2,91 bilhões em importações que poderiam ter sido evitadas. Comparando-se com 2011, o Brasil importou US$ 1,3 bilhões a mais. Ao vender a preços inferiores aos pagos no mercado internacional, a defasagem por litro superou 30 centavos. Haja miopia.
MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.